A Câmara Municipal de Sintra, no seu chamado site, a propósito do eléctrico regressar aos "carris", resolveu apelar "à utilização adequada deste ex-libris de Sintra enquanto património histórico que importa preservar e legar, em plenitude, às gerações futuras".
A frase é bonita e tem estilo adequado à campanha turística em curso, pelo que "puze-a" como lembrete, para mais tarde recordar algum ministeriável.
No entanto, confesso não entendê-la e é pena que a Câmara não tenha sido mais precisa na mensagem que quis divulgar, ajudando à interpretação do que é "utilização adequada", uma vez que, salvo melhor opinião, são possíveis diversas interpretações.
A frase é bonita e tem estilo adequado à campanha turística em curso, pelo que "puze-a" como lembrete, para mais tarde recordar algum ministeriável.
No entanto, confesso não entendê-la e é pena que a Câmara não tenha sido mais precisa na mensagem que quis divulgar, ajudando à interpretação do que é "utilização adequada", uma vez que, salvo melhor opinião, são possíveis diversas interpretações.
Sou do tempo (e que saudades tenho...) em que no eléctrico se transportavam compras e produtos, cestos de verga e alcofas onde uma condenada galinha deitava a cabeça de fora, ou os farnéis para um domingo bem passado. Essa era uma das vertentes históricas do electrico, a que hoje não assistimos.
Claro que é bonita a preocupação camarária com o património histórico que é o eléctrico, cuja recuperação recente - diga-se - não suportou, beneficiando do mecenato de 2.500.000 de euros que a Multi-Development disponibilizou por altura das obras do antigo Feira Nova.
A mesma Câmara, há 1338 dias, retirou do Largo Afonso Albuquerque, na Estefânia, em Sintra, segundo dizem para recuperação, uma parte da centenária fonte que lá existia, mas ainda não recolocou esse património histórico no local adequado.
A menos que os utilizadores do eléctrico, entre os quais me incluo, na perspectiva da Câmara Municipal estejam eivados de más intenções e práticas que possam ofender o património, tonando por referências alguns actos praticados nos últimos tempos mas desconhecidos da opinião pública.
Na realidade, nestas coisas, é bom haver muita clareza nas expressões...
2 comentários:
Meu Caro Amigo,
Olhe que a incorrecta conjugação pronominal do verbo pôr, na primeira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo - segundo o 'turístico", patusco e responsável autor que o meu amigo convocou às linhas do seu escrito - não era 'puze-o' mas 'puzi-o' como, aliás, tive oportunidade de chamar a atenção em várias circunstâncias onde o pacóvio vinha a propósito. E, tanto o meu amigo como eu próprio, ainda partimos do princípio que o sujeito, ao emitir aqueles sons, saberia que se tratava de uma conjugação pronominal, coisa que, francamente, duvido.
Mas o que me desafia a este desabafo é a atitude do arrivista que, dando-se ares de conselheiro [que só pode ser da acaciana estirpe...] tem o topete de propor a tal utilização «adequada» do eléctrico. O autor alinhou palavras, saíu-lhe aquela frase, mas, porque não domina a possibilidade da sua e minha interpretação, denuncia a patente falta de substância. Fez muito bem o meu amigo ao evocar a histórica utilização do eléctrico pela comunidade sintrense recordando cenas e imagens que também eu partilhei.
A propósito deste património sobre carris, ocorre-me que o tal fontanário da Estefânea tenha sido subtraído através de alguma linha menos propícia ao controlo dos cidadãos. Ou, então, terá ido de patins, utilizando um meio de transporte cada vez mais comum que é tão afecto ao património desportivo sintrense...
Um abraço,
João Cachado
Meu caro João,
Há políticos que recorrem ao truque do "lapsus linguae" para chamar as atenções. São reminiscências do tempo escolar, quando brincavam com a frase “fui à praia e achei dois búzios, em cima da mesa ós puzi-os”.
Outro político, como truque,jurava a pés juntos que “as epístolas eram as mulheres dos apóstolos…”
Nada que não se resolva com um cargo político mais elevado.
Assim dizia o Peter, o do Princípio.
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