sexta-feira, 20 de maio de 2011

SINTRA: A BOLSA QUE ILUDIU DESEMPREGADOS

                  Falando português: CRIAR = gerar; inventar; nascer

No passado dia 14 de Março foi aqui abordado o grave problema do desemprego em Sintra, nitidamente influenciado pela estagnação a que o concelho chegou.

Ora, a propósito da abertura do Fórum Sintra, as baterias da propaganda dispararam mais umas ilusões com milhares de empregos que iriam ser “criados”, desempenhando o site da CMS o seu papel e o Presidente da Câmara, Dr. Fernando Seara, a enaltecer a criação de 3300 postos de trabalho, sendo 2500 directos.

Eram “bolsas de emprego”, instalou-se com pompa e circunstância um “posto de candidaturas” no Palácio Valenças, era emblemática a citação do “CRIAR”.

Ninguém, por exigível seriedade institucional se preocupou em falar claro, isto é, com virtuosos conhecimentos, destrinçar entre os postos que já existiam (do antigo Feira Nova) e os efectivamente criados com a nova estrutura.

Infelizmente, os exibidores da bandeira dos 3300 postos de trabalho, ter-se-ão esquecido de efectuar estudos sobre os reflexos no comércio local e garantia de emprego.

Passada a psicológica onda publicitária, na inauguração do espaço o Presidente da Câmara de Sintra garantiu “que os sintrenses ganham sempre que lutam (…)”, sem explicar bem o que terão eles ganho ou qual a luta que terão travado para ganhar o Fórum.

Vejamos, agora, a influência que o Fórum Sintra teve nos desempregados de Sintra, que em Janeiro de 2011 eram 18.134.

Em Março, estavam inscritos em Sintra 18.123 desempregados.

No final de Abril, com o Fórum Sintra a funcionar, os desempregados eram 18.033.

Portanto, de Janeiro até ao final de Abril, com os tais "criados" “3300 postos de trabalho”, apenas houve menos 101 desempregados inscritos.

Como os números não enganam, deve dizer-se que com Curso Superior passaram a existir mais 56 desempregados em Abril, atingindo nesse mês o total de 1414.

Entre Janeiro e Abril, os desempregados com menos de 25 anos aumentaram 85.

Em Abril, aumentaram os desempregados com habilitações inferiores ao 1º Ciclo (+ 33 que em Janeiro); com o 2º Ciclo EB (+ 30); e com o Secundário (+13).

Apenas diminuíram os desempregados com o 1º Ciclo EB (- 179) e 3º Ciclo EB (- 54).

Perante estes dados, os políticos de Sintra, que tanto se orgulham dos investimentos em estruturas desportivas, devem espelhar-se no aumento progressivo de desempregados com mais qualificação, nomeadamente com Cursos Superiores.

Por seu turno, o Senhor Presidente da Câmara, face às amplas difusões sobre os 3300 postos de trabalho, deveria ajudar-nos a saber quantos foram efectivamente criados no Fórum Sintra, bem como a incidência que os mesmos tiveram na “bolsa” dos Desempregados Sintrenses.

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