"Pode enganar-se toda a gente uma vez,
Pode enganar-se sempre uma pessoa,
Mas não se pode enganar sempre toda a gente" (in O Marketing Político- Michel Bongrand)
Lendo o site da "Câmara"...
Qualquer sintrense que não se atenha ao muito que se propaga de bom para todos nós, confrontar-se-á, quantas vezes, com uma realidade bem diferente.
Autores e difusores contam, por um lado, com a indiferença dos que deveriam estar atentos e, por outro, com contornos envesgados de gratos, veneradores e obrigados.
Não haverá alheamento dos eleitores se um candidato eleitoralmente opositor se juntar à força política adversa, recebendo por isso qualquer tipo de contrapartidas?
A peça do site camarário, omitindo o descerramento de uma placa e os dois nomes nela constantes, acabou por não se ajustar à grandeza da inauguração.
Acresce que, a não citação da partilha íntima e profícua entre políticos julgados opostos, pode comprometer o sucesso de novas inaugurações com placas alusivas.
Porquê a foto (abaixo republicada) em que outra figura se adianta a Sua Senhoria, quando a ênfase seria mostrar com destaque o momento partilhado na inauguração?
"O Marketing Político apoia-se nas técnicas de comunicação, hoje mais visuais, para impressionar quem vê" (in O Marketing Político- Michel Bongrand)
Embora não saibamos se por obras valerosas de um ou de ambos foi descerrada a placa com o nome dos dois autarcas, salientamos o profícuo convívio partidário.
Entre outros pares também a alegria foi contagiante, sem bandeiras de orgulho mas com fotos quase de família, ou unidos de facto na celebração vitoriosa.
Diga-se que - sem ofender D. Fernando II - se tratou de uma festa republicana de truz, convívios da fina flor da política local, sem qualquer nobre que a estragasse.
E viram-se fotos nas redes sociais com críticos de ontem, apaziguados hoje e que serão crentes amanhã, quando se escolherem listas partidárias e lugares.
O Dito e o feito
Sua Senhoria terá dito que "A Praça D. Fernando II era anteriormente um espaço ocupado por carros", logo originando nos presentes um coletivo e orgulhoso frisson.
Nunca, até esse dia, os presentes terão tido visões da Praça com passarinhos voando, pessoas em grupos cavaqueando, crianças em jogos culturais.
Foram bonitas as quatro sílabas de descompressão, de olhos fechados se ansiava pelo estranho desejo de desfrutar esse "espaço icónico" em boa hora descoberto.
Sem abrir os olhos, tantos terão pensado que, finalmente, #era esse o caminho para resolver os parques e silos na periferia, acabando com a anarquia reinante.
Aos poucos as pessoas foram despertando e, num olhar, depararam-se com a vitória dos pilaretes, mau augúrio de espaço poder tornar-se de estacionamento pago.
1 comentário:
Em tempos confusos propicios a incompetentes e oportunistas, vão-se sacrificando as edificações históricas do nosso orgulho, tantas vezes usadas na propaganda destinada a cativar visitantes e mais visitantes para gaúdio do português vulgar e necessitado de bandeja na mão. Como corolário um pequeno bloco de pedra mármore perpetuando os "heróis do feito" !
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