segunda-feira, 13 de março de 2023

SINTRA: BASÍLIO HORTA E A DIVERSÃO DO NÃO HOSPITAL

TSF - 03 de Janeiro de 2023

Um não hospital

Em finais de 2016, com o mais alto patrocínio de políticos responsáveis, arrancou a mais monstruosa campanha de manipulação de que há memória em Sintra.

Num primeiro estágio, era a Saúde, com destaque para a Nova Unidade Hospitalar de Sintra, velha ambição dos sintrenses usada sem a completa verdade.

No acto da assinatura o Ministro da Saúde de então, teve necessidade de dizer: "não é um novo hospital, como o senhor presidente da Câmara de Sintra referiu".

Com  Gestor do Hospital Dr. Fernando da Fonseca presente, também foi claramente dito ser um "um polo do Hospital Amadora/Sintra, sem internamentos (...). 

Talvez para cortar exageros, em página do Ministério da Saúde clarificou-se a figura hospitalar como "de proximidade", repartindo responsabilidades.

A dura verdade, arrumou de forma determinante as ambições dos sintrenses, alcunhando-se a "bolachinha" de Hospital, que no sentido lato não o é.

Curiosa a presença de Sua Senhoria - poucos dias antes - na cerimónia de anúncio do Hospital Cuf (Sintra) este com valências hospitalares e internamento.

Porque terá sido o da CUF anunciado antes? Lembremos que Sua Senhoria até disse na altura algo como "queríamos um hospital, agora temos dois".

Estava montada a máquina de enganar a ansiedade dos sintrenses.

Das camas às especialidades...

Nos serviços da Câmara, passou a ser  gerida a página "Copyright da Câmara Municipal de Sintra" e endereço "novohospitaldesintra.pt" para espalhar novidades.

Ao ambiente de massificação difusora, juntaram-se frequentes alusões às 60 ou 68 camas, omitindo-se que eram para doentes convalescentes e não admitidos. 

Fizeram-se críticas às dificuldades verificadas no Hospital Amadora-Sintra, misturaram-se com o que se prometia agora de "Proximidade", com lista alimentada.

Sua Senhoria, numa fase, chegou a questionar a Ministra da Saúde sobre o encerramento das urgências de Ginecologia-Obstetrícia no Amadora-Sintra.

Para ajudar ao ramalhete das ilusões, usavam-se as camas de convalescença como se de internamento, sem a devida clarificação dos fins a que se destinam. 

Para satisfação dos sintrenses, seria possível a "a instalação até mais 120 camas de convalescença" o que, até certo ponto, não se sabia bem o que era. 

Na página promocional, listaram-se Serviços, incluindo no bouquet ambulatório a "farmácia", a "unidade de esterilização" e o "ensino e formação".

Omitem-nos a não existência da especialidade de Ginecologia-Obstetrícia, a tal de que Sua Senhoria questionou a Ministra sobre o Amadora-Sintra.

Também não se fala num Banco de Urgência Permanente, num Bloco de Partos, Grandes Cirurgias, Salas de Recobro e Internamentos .

Só agora, por certo para não ter de prestar contas na devida altura, aparece o "esclarecimento" que encima esta página. 

O ilusionismo...

Se tanto não bastasse, há ainda a nítida tentativa de manipulação sobre os 400.000 utentes, pela certa tantos quantos os residentes no concelho de Sintra. 

Será que o uso de tal número de utentes não levará os autores a pensar que de certas áreas como Casal de Cambra, Queluz ou Massamá não irão à Cavaleira?

Sem Serviço de Banco Permanente e Internamentos, para onde irão as ambulâncias e outros serviços de socorro? Para o Hospital Dr. Fernando da Fonseca.

Esta a negação nua e crua de um "Hospital", disfarçado de "Proximidade".

Esperamos que Sua Senhoria não abale antes... 


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