Retomando o exemplo de Paulo Ferreira, eleito em Montelavar
Será só na União de Freguesias de Sintra?
Reproduzimos o artigo de Opinião publicado na Edição do Jornal de Sintra de ontem (20 de Janeiro de 2023) pretendendo ajudar à apreciação dos eleitores locais.
"SINTRA: UNIÃO DE FREGUESIAS, A LONJURA DA "PROXIMIDADE"
"Panos enfunam-se conforme interesses sopram"(Friedrich Starck, um velho Amigo)
Saudação a um defensor da Sua Freguesia
Na edição do Jornal de Sintra de 6 deste mês, é cativante ler-se um Artigo da responsabilidade de Paulo Ferreira, um jovem com 24 anos.
Não o conhecemos mas, desde já, uma profunda e merecida saudação a este Eleito (com E grande) de Montelavar, exemplo do empenho na defesa da sua terra.
Montelavar está de parabéns por tão digno cidadão se incluir nos verdadeiros defensores do Poder Local de proximidade e não distante, da vida...onde se vive.
Escreve: "a freguesia é uma circunscrição administrativa com um carácter de "vizinhança" e um "elo de ligação" entre cidadãos e outras esferas públicas".
Que lição dá este jovem político, lembrando que nas zonas mais rurais se "preservam valores, tradições e legado histórico dessas gentes".
Escreve ainda: "No caso de Montelavar falamos de mais de 500 anos de existência enquanto unidade administrativa que não pode ser apagada (...).
A história "não pode ser apagada por um qualquer decreto imposto à marretada".
Permito-me sugerir que leiam o artigo completo pois torna-nos mais ricos, respeitosos da ideologia, mais conscientes enquanto munícipes.
Paulo Ferreira um exemplo da riqueza do Poder Local de Proximidade.
E na União de Freguesias de Sintra?
Não importará, agora, apontar quantos foram responsáveis e aprovaram a aberrante concentração das antigas três freguesias de Sintra numa ilusória União.
Talvez tivessem a melhor das intenções, talvez entendessem que, naquela onde se instalavam é que seria melhor para o aumento de fregueses e carreiras.
Talvez, por isso mesmo, descurassem a indispensável sensibilidade para divergências tão profundas entre a vida que decorria e a lonjura que agora decorre.
Talvez a força política à época dominante na freguesia se julgasse maior pela grandeza do território e respetivas compensações no brilho da intervenção política.
Talvez até...talvez...a verdade é que nunca soubemos bem o suporte.
Custa-nos a crer que tão relevante medida na defesa das populações não tenha sido ponderada, ficando - pela prática - a proximidade apenas numa delas...
Não interessa colarmo-nos às ilusões, deslumbrarmo-nos por decisões camarárias - até agradecê-las - como se levadas a cabo pela estrutura mais próxima.
A proximidade é outra coisa, outra realidade, o sentimento de responder diretamente aos anseios legítimos depois de avaliadas as carências de cada local..
Se dissermos que a autoridade administrativa de proximidade nunca poderá ser caixa de correio da edilidade, damos a ênfase à profundidade dessa estrutura.
Mas como se sente? Com acções que não façam sugerir estarmos errados, em que as mínguas financeiras geram limitações impossíveis de aceitar localmente.
Sente-se na ausência de paridades nas acções da União de freguesias de Sintra, agora com 62,27 km2, incluindo os 26,46 km2 da antiga freguesia de S. Pedro.
Também relevante a população da antiga freguesia de S. Pedro que andará muito próxima de metade dos 29.896 habitantes recenseados em 2021 na União.
Que equilíbrio pode existir quando foi na mais pequena em área e em população, que se manteve a Sede da União, o Centro de Saúde e Quartel da Autoridade?
Quantos terão meditado que Santa Maria é bem diferente de S. Martinho? E que S. Pedro de Penaferrim, a postergada, nada tem a ver com as suas duas irmãs?
Que políticos envolvidos e estudiosos empenhados reviram a história das três Ex-freguesias como forma de responder às diferentes realidades?
A situação atual, de exaltar obras e outros feitos municipais, por sinal não atribuídos à área da Ex-freguesia maior e mais populosa, reflete a nossa apreciação negativa.
A escola primária, onde esforçados professores, auxiliares e alunos se sacrificam, não responde ao conforto e capacidade exigidos por elevada população.
A tantos licenciamentos habitacionais não foram, previamente, previstas novas vias, deixando toda a circulação rodoviária num caos que obriga a recursos diversos.
Via de recurso...quando não chove
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