O que nos faz meditar...
In "Jornal de Sintra", Ed. 2.12.2021
Certamente com razões válidas, em três das sete Uniões de Freguesias existentes no Concelho de Sintra, a maioria dos eleitos decidiu pela desconcentração.
Claramente as razões foram válidas, fruto de desilusões surgidas com o esquema de se fazer freguesias em agrupamentos, quase todos nitidamente falhados.
Das quatro (4) restantes Uniões de Freguesias não sabemos as intenções, apesar de poderem existir pequenas diversidades na resposta aos anseios locais.
Na nossa anterior - S. Pedro de Penaferrim - com o mais vasto território, as afinidades igualitárias não têm sido padrão indicador de melhor vida coletiva.
Para melhor análise recordaremos que, das antigas freguesias, São Pedro tem 26,46 Km2, S. Martinho 24,28 Km2 e Santa Maria e São Miguel 11,53 km2.
Como na UFSintra a população só aumentou de 305 residentes (Censos de 2011 e 2021) continuará a ser na antiga S. Pedro, o maior número de habitantes.
Em tese, a forçada União de Freguesias de Sintra, pelas divergências históricas, pela não conseguida convergência em direitos comuns, alienáveis, falhou.
É no território do Sul, onde se exalta o Palácio da Pena, que os maiores núcleos empresariais e residenciais sentem o distanciamento por faltas estruturais.
Que Poder Local?
Com frequência somos levados a duvidar da atuação de órgãos que, comummente, são eleitos para garantir a evolução da sociedade e bem estar dos residentes.
De pouco vale, para o munícipe comum que, num órgão, se diga que é do outro a responsabilidade ou que o outro diga que não lhe cabem responsabilidades.
Do indispensável diálogo - e de exigências claras devidamente fundamentadas - que terão de sair soluções para servir os munícipes e concomitantes fregueses.
O Poder Local, pela "proximidade", nem foi previsto na Constituição para criar cargos e garantir retribuições, mas sim escolher dedicados responsáveis locais.
E tais responsabilidades não se compadecem se, aqui ou ali, a componente remuneratória é melhor ou pior, segundo os esquemas estruturais implementados.
Quem resolve?
A Abrunheira, que se inclui na União de Freguesias de Sintra, será o mais relevante núcleo de receitas municipais com particulares e empresas...sem ver resultados.
O tão exigível posto da GNR - bandeira de promessas em 2001 - servindo a zona sul da Freguesia, não passou de mentirola usada por conhecidos sintrenses.
Um Posto da GNR a mais de 6 quilómetros, instalado numa das antigas freguesias, ão tem possibilidade de mostrar autoridade nesta zona, pese o esforço.
A Escola da Abrunheira, tão limitada e mal instalada como professores e alunos sabem, tem sido uma ambição dos residentes a que os autarcas não respondem.
Na Assistência à Saúde, há um Centro instalado na antiga Freguesia de Santa Maria e S. Miguel tal como o Posto na Várzea, mas na maior - Sul - nada existe.
Ou seja, na maior e mais populosa das três Ex-freguesias, precisamente a mais populosa e mais distante é que não tem acesso digno a assistência médica.
Os que têm a sorte de ter médico de família, precisam de percorrer mais de 9 quilómetros, sem transportes permanentes e adequados, para serem assistidos.
Também neste campo o projeto de milhões sobre milhões (Plano de Pormenor da Abrunheira Norte), prometia e adoçava-nos com um Centro de Saúde...agora virtual.
In "Jornal de Sintra", ed. 16.12.2022
E agora? Quem foi eleito como responde?
Como é possível e que suporte têm os autarcas eleitos pelo Poder Local para a União de Freguesias não terem acautelado, até agora, estas situações?
Não pode ter sido despiciente saberem das desviantes incompatibilidades no território da antiga Freguesia de S. Pedro de Penaferrim que não se confina ao burgo.
Não foi para isto que o Poder Local Democrático se institucionalizou.
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