"Aquele esgoto que é as redes sociais", palavras de Basílio Adolfo Horta
"Basílio Horta é fundador do regime democrático português" (No Facebook, alguém que se apresenta como Presidente do Partido Socialista em Sintra)
Uma questão de confiança
O novo quadro Autárquico de Sintra, face à perda da maioria absoluta pelo PS, leva-nos a pensar qual dos eleitos da dita Oposição se dispõe a Alianças.
Não esqueçamos o Executivo anterior em que Basílio Adolfo Horta, com maioria absoluta, contou com apoios e até "Concordos" de quem deveria ser Oposição.
Foi assim na Pousada de Jovens, construída em terreno alheio e não será nossa e Parque de Estacionamento da Cavaleira, com gastos elevados mas infrutíferos.
Agora, Basílio Adolfo Horta, que ecos que nos chegam apontam para o desconforto de não ter maioria absoluta, vai contar com a colaboração de que Vereador?
Evidentemente que à revelia de ideologias - passadas as eleições - a concessão de uns carguitos (basta ser em gabinetes) serve quem aceite esses princípios.
Veremos se a expressão à boca das urnas e os programas apresentados são respeitados ou apenas serviram de plataforma para outros interesses.
Trata-se de uma questão de confiança, de seriedade política, recusar aprovar o que não deve ser aprovado, para que os eleitores não sejam abstencionistas no futuro.
Desaforo político que premeia
A fazer-se fé em ecos e afãs nas redes sociais, "aquele esgoto" acabou por ser uma preocupante montra de como se consegue chegar a certos cargos.
Ao lermos o despropósito da escrita que tornou Sua Excelência em "fundador do regime democrático", o servilismo mostra contornos que nos devem assustar.
Claro que foi escrito no "esgoto", mas tal responsável político teve camaradas presos e deportados, vítimas do fascismo, pelo que ofende o Partido e as vítimas.
Parece que, com o "esgoto" agora "desentupido", uma carreira política se desenha, como nos tempos em que se atribuíam terras e benesses aos vassalos mais fiéis.
Não esquecer a história
Vimos há dias a foto de um garboso jovem a tomar posse em cargo da União Nacional Salazarenta, regime que se apurava na escolha dos seus fiéis servidores.
Tinha um futuro promissor na nomenclatura salazarista não fosse o Movimento dos Capitães interromper-lhe o caminho de servir, com lealdade, a ditadura.
Juntámos as frases que encimam esta página e fomos forçados a ver dois políticos como que irmanados, convergentes na ideologia e visão da sociedade.
Um que, graças ao 25 de Abril de 1974 não viveu numa sociedade com informadores, escutas e sem direitos, com presos políticos por lutarem pela liberdade.
Outro, figura grada do tal regime opressivo que coartava a liberdade, um derrotado do 25 de Abril que se ajustou às circunstâncias de uma sociedade mais justa.
Ficam pois sérias reservas sobre uma breve transição no poder, sabendo-se que nos próximos anos Sintra terá de evoluir e recuperar o tempo perdido.
Sintra não pode alhear-se da história do seu (nosso) passado.
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