quinta-feira, 3 de junho de 2021

SINTRA: CENTRO HISTÓRICO...É PRECISO DESCOMPLICAR

O complicómetro

Imagem frequente de quem chega à Estação e julgava ser fácil chegar à Vila

O que vamos abordar não é novidade em Sintra (por favor clique para rever), antes corresponderá a uma teimosia bacoca que não de técnicos incompetentes.

Infelizmente há figurinhas que entendem que "Sintra é mais que o Centro Histórico", já que não é nele que irão buscar os votos que lhes garantam os cargos políticos.

Daí que a Vila de Sintra, um destino turístico, esbarre amiúde com o anti-turismo sentido em pequenas e grandes coisas graças à falta de visão dos responsáveis.

Um destino implica com a prévia criação de condições de bom acolhimento, fáceis e rápidas acessibilidades, oferta de mobilizadores motivos de interesse local.

Tudo deve ajustar-se para que os visitantes - por vezes com reduzido tempo de permanência - não tenham tempos perdidos que os penaliza e ao comércio local.

A falta de sensibilidade para oferecer a residentes e visitantes transportes rápidos e diretos ao Centro Histórico completa o bouquet da indiferença pela Vila.

O complicómetro tem funcionado a pretexto do trânsito. 

Dificuldades na acessibilidade

Durante as obras na Visconde de Monserrate

Enquanto duraram as obras na Visconde de Monserrate, a carreira 433 fazia o percurso na Volta do Duche nos dois sentidos, invertendo a marcha junto à fonte. 

Durante as obras na Visconde de Monserrate era assim... 

Reaberta a Visconde de Monserrate, para se ir da Estação da CP à Vila, o trajeto da carreira 433 leva os utentes à Portela, muitas vezes a Ranholas e S. Pedro.

O trajeto de carreira 433, que muitas vezes circula até Ranholas

Será que Sua Excelência, solidário apoiante das complicações havidas no trânsito, tem a devida - e exigida - sensibilidade para isto?

Ou toma por referência os mais de 4 quilómetros que faz - de carro, com motorista - entre a Câmara e o Palácio de Valenças (pela Volta do Duche a 600 metros)? 

Mas não é das poupanças de Sua Excelência que falamos agora. 

Falamos de questões centrais, de boa gestão territorial, de acessos à Vila Histórica que respeitem as necessidades dos residentes e de quem a ela deseja dirigir-se.

Por esse mundo fora, o acesso a zonas protegidas (nomeadamente pela Unesco) faz-se exclusivamente por viaturas de pequeno porte em circulação contínua. 

Deventer - Ligação da estação ferroviária ao Centro Histórico

Alguém que seja sensível à propaganda feita sobre Sintra imaginará que o falhanço é total na oferta de deslocações rápidas e fáceis para se atingir os mais belos locais?

O respeito pelos residentes (no caso de Sintra também pelos visitantes) não se compagina com o desconforto de caminhadas a pé, arrastando malas ou outros bens.

Há soluções 

Somos contra viaturas no Centro Histórico que não sejam de residentes e a Volta do Duche merece dignidade em vez de servir para receitas de estacionamento.

Saliente-se que também a carreira 434, vocacionada para a Pena, além de outra volta por S. Pedro, não é alternativa direta para a Vila, pois tem paragem mais acima.

Inversão de marcha do shuttle à volta do Pelourinho

Como solução, dois ou três shuttles fariam - a preço simbólico - ligações frequentes entre a Estação e o Largo Dr. Gregório de Almeida onde torneavam o Pelourinho.

Dessa forma, eliminavam-se algumas dificuldades, enquanto se promovia a visita ao que de bom se deve apreciar em Sintra, sem constrangimentos desprestigiantes.

Comerciantes e residentes beneficiariam com esta tão simples solução, os primeiros porque teriam visitantes com mais tempo livre, os segundos pela comodidade.  

Soluções simples...que os responsáveis deveriam de considerar.

Sintra não pode esperar mais. 


2 comentários:

Joao Diniz disse...

Neste país as soluções para os problemas demoram tanto que o cidadão desespera, numa infelicidade permanente. A roda há muito foi inventada mas nós portugueses continuamos a ignorar o óbvio. Sintra é mais uma evidência da nossa incapacidade de resolver problemas que outros há muito superaram. Assim não!

Fernando Castelo disse...

Caro visitante João Diniz,

Mais uma vez muito grato pela Sua visita e pelas palavas assertivas tão atuais.

Ainda hoje, uma amiga minha que vive nos belos arredores de Munique e que por cá me veio visitar, me perguntava se o nossos País não tem remédios que o trate.

Julgava que estava numa caverna com vampiros, tantas as vezes em que foi importunada por uns tantos cavalheiros a oferecer-lhe viagens disto e daquilo, outros a fazerem-se passar por guias turísticos.

Enfim, que poderia eu dizer para atenuar?

Um abraço forte