"Um povo que não tem memória dificilmente tem presente e raramente tem futuro" (Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Adolfo Horta, em 25 de Abril de 2020)
Uma frase curiosa, quando não há memórias da vida política de algumas figuras que transitaram do regime que foi derrotado no 25 de Abril de 1974.
"Memória" da compra do Hotel Netto
Imagem recolhida em 23.9.2020
Honrando a memória do Povo, leia-se a Acta da Sessão de Câmara de 26.11.2013 onde, entre promessas e confusões, o Presidente da Câmara, nos criou ilusões.
As páginas 230 a 236 dessa Acta justificam, pela sua leitura, como nos devemos enquadrar nos objectivos da aquisição das ruínas do Netto e fins em vista.
Realcemos que, na época, pelas expressões, o Ocupante do Cargo de Presidente parecia desconhecer a Parques de Sintra, a ela se referindo como Monte da Lua.
"Qualquer dia Sintra é Monte da Lua", assim consta da Ata Nº. 24/13.
Falou-se do "Monte da Lua" e ruínas do Hotel Neto, misturou-se o "antigo hospital": "pegar naquele antigo hospital e transformá-lo num hostel de juventude".
"Era o que faltava o DOM, o departamento de Ambiente e o Departamento de Urbanismo não pegar na obra e não a fizessem". "O Monte da Lua já tem muito com que se entreter".
Basílio Horta, enfatizou o direito de opção: "é um bom negócio para a Câmara ficar com o hotel" e "é qualquer coisa que tem muito a ver com a própria Câmara Municipal".
Talvez impressionando alguns presentes, disse ainda: "Um hotel de juventude que possa ter jovens de todo o mundo para animar o centro de Sintra".
Pode admitir-se que, nessa altura, as ruínas do Netto serviam de arranque para promessas vãs: "Faz-se o direito de opção para fazer do Hotel Neto um grande hotel".
Acrescentaria, para memória: "e ser um orgulho para os sintrenses ter aquele hotel".
Poderíamos continuar transcrições, mas estas bastam para se ter na devida conta a consideração pelos sintrenses, esquecendo-se do que na altura tinha dito.
"Memória" da venda do Netto - O exigível esclarecimento
Basílio Horta, em breve esqueceria ter dito que "a Câmara tem todo o direito de ter o Hotel Neto. Não para manter a ruína mas para fazer ali um bom hotel da juventude.".
Menos de 2 anos sobre a compra, na Sessão de Câmara de 22.9.2015, propôs a alienação do "Hotel Netto", fazendo cair o pano sobre o cenário antes montado.
Em 10.3.2016, desfez-se o "orgulho para os sintrenses" com a Câmara a vender por 1 milhão de euros as ruínas do "Netto", fixando-se a sua reconstrução em 30 meses.
Exaltou-se a mais valia de 400 mil euros, omitindo-se os custos internos dos projetos que técnicos camarários elaboraram, aliás classificados pelo "um excelente trabalho".
Se o pagamento fosse a pronto ainda haveria um bónus de 10% o que reduziria o preço para os 900 mil euros. Como não foi, estabeleceram-se regras de pagamento.
O pagamento seria em três fases: 20% quando da adjudicação, 30% quando da abertura do hotel, 25% seis meses depois e 25% um ano decorrido após abertura.
Ora, os 30 meses previstos para a reconstrução esgotaram-se em Outubro de 2018 e o Hotel ainda não reabriu, sem se saber quando isso acontecerá.
Fazendo fé no que foi dito, só 200 mil euros terão entrado nos cofres da Câmara e, passados mais de 4 anos (faltarão 800 mil), não se sabe de outros pagamentos.
Também, ao que julgamos saber, não foram previstas penalizações (ou juros) pelo arrastar das obras e cautelares para evitar o alongamento do pagamento final.
A termos razão, as virtudes negociais cabem exclusivamente aos compradores finais que, nesta fase, podem vender a propriedade com significativas mais valias.
A Câmara, usando o direito de opção com promessas que não se concretizaram, acabou por ser a plataforma de rotação que afastou a "Monte da Lua" da compra.
Falar em "Povo que não tem memória" e "que raramente tem futuro" talvez recomendassem alguma prudência de Sua Excelência, cautelas sobre o "presente".
Orgulhosamente, os sintrenses podem considerar-se enganados pelo que foi dito pelo presidente da Câmara para conseguir a concretização da compra e da venda.
É urgente que Sua Excelência nos diga em que fase está este negócio.
Sintra é demasiado importante para políticos com tais características.
3 comentários:
Se o "sr" dom basilio ADOLFO horta disse a Frase com que inicia este artigo sem acrescentar que a mesma ñ é de sua autoria, venho eu afirmá-lo. Pois há mais de 40 anos que ouço a referida Frase e posso afirmar que sempre que a ouvi foi sempre referido um autor de nome ñ português que infelizmente ñ me lembro. Mas se "dom basilio ADOLFO horta tentou atribuir a si a autoria é desonesto e plagista.
Caro Visitante,
Tem toda a razão, porque com palavras semelhantes e ligeiras alterações há muitas citações neste sentido.
Aliás, Basílio Horta que pouca originalidade tem, diz estas e outras coisas apenas para "sintrense acreditar".
Um abraço
Decidamebte e ainda não contabilizando outros casos similares como o velho hospital mais a Capela , o edil tem o péssimo defeito de tomar os cidadãos por parvos. Todo o seu discurso é no sentido de nos iludir. Vejamos: sintra-cinema, electrico até à estação, silo-auto na Portela, achado arqueológico de carenque, grande parque periférico no ramalhao, interface na portela, e...e...e...temos artista e dos grandes!
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