domingo, 9 de outubro de 2022

HISTÓRIAS DE BARBAS...COM ELAS

"Conjunto de pêlos no focinho ou no bico de alguns animais", "Designação de qualidades pessoais" (Do Dicionário Priberam)

Johannes Brahms, "Barbas de se tirar o chapéu" (Lübeck, junto ao Brahms Institut) 


Quando as barbas eram de respeito

Na nossa infância, ter-se barbas não era para qualquer um, pois tal uso era quase como sinónimo de respeitabilidade a conferir a quem as usava e bem tratadas.

Era pois conhecido o dito: "Respeitem as barbas", sinal de responsabilidade na vida, de estarmos na presença ou tratarmos de algo com pessoa de confiança. 

Ouvia-se dizer "Empenhou as barbas" e alguém ficava marcado no compromisso sagrado como caução da verdade, credibilidade garantida pelo autor.

Ter barbas era um princípio Patriarcal, de dignidade, justiça, competência, devendo recordar-se Marx, tão esquecido pelos "marxistas" de 74 e ainda mais pelos de 2022. 

Pessoa com barbas bem tratadas, mas sem aqueles pelões no pescoço indicadores de relaxe, era digna de confiança, de respeito pela sua verticalidade.

Se algum barbudo tinha um acto menos nobre, criticado pela sociedade em geral, logo cortava as barbas por vergonha, antes que lhe apontassem a incoerência.

Havia ainda a expressão crítica para quem cometia algo mais censurável, a falta de palavra, lembrando-lhe que a justiça não falharia: "Põe as barbas de molho".

Até as crianças, ávidas da sua credibilidade, usavam as barbas de milho para darem mostras de crescimento sério e respeitável junto de outras crianças e adultos.

Deambulações de hoje

Os tempo modernos, entre outras coisas, levaram a que muitos seres humanos exibam barbas que crescem à revelia dos princípios, induzindo mal quem as vê.

O fura-vidas não enjeita ter barba para criar um ar de seriedade ou se mostrar como alguém confiável em todas as vertentes da vida. Melhor seria fura-barbas...

O vetusto conceito sobre barbas garantia uma personalidade que hoje, quantas vezes, se desvaloriza por gente barbuda que gosta de exibir aquilo que não é.

Figurinhas que por aí pululam, surgem-nos - em exibição pretensamente etérea - de barbas crescidas, fazendo da cara um esconderijo de mentirolas que pregam.

É gente que nos dá água pela barba, disponível para nos trair se nisso vislumbrarem interesses para conseguirem qualquer coisinha em recompensa.

É este o contexto do que muitas vezes observamos, da inversão dos princípios e ajuste à desvergonha com que dizem e desdizem ...

Deviam cortar as barbas...por questões de higiene pública. 


3 comentários:

Francisco Baudouin disse...

Caro amigo Fernando.
Se o grave problema da higiene publica, e urbana, se resolvessem com um simples corte, de "certas barbas", isso apenas resolveria uma ínfima parte, dos nossos enormes problemas de saúde pública, com que lamentavelmente temos convivido, à largas dezenas de anos, por incúria, e incompetência de certos responsáveis, na resolução dos ditos casos!!!
E que terão talvez, e á muito, as suas barbas de molho…
Mas amigo Fernando, pensando melhor, e após recuar umas largas dezenas de anos, quem é que nos tempos que correm se preocupa verdadeiramente, com essas barbas?
Saudações!

Francisco Baudouin disse...

Caro amigo Fernando.
Se o grave problema da higiene publica, e urbana, se resolvessem com um simples corte, de "certas barbas", isso apenas resolveria uma ínfima parte, dos nossos enormes problemas de saúde pública, com que lamentavelmente temos convivido, à largas dezenas de anos, por incúria, e incompetência de certos responsáveis, na resolução dos ditos casos!!!
E que terão talvez, e á muito, as suas barbas de molho…
Mas amigo Fernando, pensando melhor, e após recuar umas largas dezenas de anos, quem é que nos tempos que correm se preocupa verdadeiramente, com essas barbas?
Saudações!

Fernando Castelo disse...

Pois é assim mesmo, caro visitante.

Vejo pra aí certas barbas que só de vê-las sinto náuseas.

Grato pela visita.