quinta-feira, 18 de abril de 2019

SINTRA: TRÂNSITO E CAVALEIRA, QUEM PAGA E QUEM GANHA?


Parque da Cavaleira..fotos de hoje que a falta de combustível não justificará

Cavaleira...pagamos e quem arrecada? 

Para sermos um pouco rigorosos, quase um ano depois de ser arrendado o terreno na Cavaleira, que custará milhões aos munícipes, só os arrendantes ganharam.

Todavia, pelo que se conhece e pegando no dito à altura da Proposta - a ter utilidade aquele parque - tudo indica serem ganhos para a Scotturb e a Parques de Sintra.

Pergunta-se: - Incumbirá à Câmara de Sintra suportar integralmente os elevados custos da implementação daquele parque para lucros das duas entidades?

Vejamos: - A carreira 434 da Scotturb (mina dourada de receita) não aceita passes da Área Metropolitana, sendo em dinheiro vivo que se paga ao motorista. 

Por sua vez, a Parques de Sintra, que não oferece entradas grátis para jovens com menos de 18 anos acederem aos monumentos históricos, aumentará visitantes.

A estrutura já lá está com a partilha do espaço pela Scotturb e pela Parques de Sintra

Parques de Sintra

Na estrutura montada no parque da Cavaleira surgem essas duas entidades.

Como foi dito que o estacionamento não é pago, o êxito dependerá da presença de tuk-tuks, jeeps e talvez trotinettes, verdadeiros cartazes de Sintra.

Tudo na mesma Câmara incapaz de resolver as dificuldades sentidas pelos munícipes face à má cobertura rodoviária do concelho pela mesma Scotturb.

Será este o papel colaboracionista que a Câmara deve desempenhar?

Um pouco da estória...


Sobre a hora, a superabundância de adjectivos louvadores por quem se especializou nesse campo, garantia o "êxito" de que os responsáveis não estavam certos.

Efectivamente, nestas e noutras vertentes, o que é feito contra os cidadãos comuns e os afecta na sua vida diária nunca poderá constituir uma vitória que orgulhe. 

Mais de um ano passado, tivemos...o que temos...sem capacidade de inverter e resolver da forma mais ajustada aos interesses de Sintra e dos seus habitantes.

Contra as regras de primazia a transportes públicos, a carreira 467 foi desviada da estação da CP e a ligação directa ao Centro Histórico passou a voltear por S. Pedro.  

Causar transtornos a muitos utentes de tais carreiras, grande parte idosos cujo destino é o Centro de Saúde, foi uma maldade imperdoável e inesquecível.

Parques dissuasores...

Há mais de um ano, falava-se tanto de parques dissuasores e outras vertentes, que parecia estar montada uma máquina de opinião pública para abrir outros caminhos.

Quem promovia a "utilização dos parques de estacionamento dissuasores" não teria em mente mais parques de estacionamento pagos junto ao centro histórico?

"Mobilidade sustentável de proximidade" era outra alusão, sem referência a serem os Autarcas os primeiros exemplos...mas falando em bicicletas eléctricas...

Ou a difusão seria mais a cortina de fumo para um arrendamento desenquadrado da lógica de estacionamento periférico, que ainda hoje não funciona como dito?

Em 15.5.2018, Sua Excelência apresentou Extra-Ordem da Sessão a Proposta 352-P/2018...porque era "urgente"..."vem aí o Verão e temos de ter estacionamento".

Lendo a Acta, o arrendamento é por 15 anos, pagando-se 100 mil euros no primeiro ano e 140 mil euros nos anos seguintes, com actualizações nos termos da lei.

O parque dissuasor - respondendo ao plano - com rótulo de "urgente" alimentará os senhorios com dinheiro dos munícipes, pelo menos, 2.060.000€ em 15 anos.

Aprovado em Sessão de Câmara. A facilidade...de "aplicar" o dinheiro dos munícipes

Diria outra Sua Excelência o Vice-Presidente: - "Vai haver entre todas as linhas de carros zonas arborizadas". "Bolsas suficientes de estacionamento numa única linha".

E Sua Excelência, sempre fantástico, enriqueceria ainda mais o Éden prometido: "Não é apenas um parque de estacionamento. Há ruas e alamedas com árvores"...

Choca ter-se dito dissuadir "a entrada de veículos no Centro Histórico da Vila de Sintra"  e depois se exigir estacionamento na Gandarinha ou fazê-lo no Rio do Porto.

Será que temos de estar sujeitos a isto tudo, como dizer por dizer, não cumprir e gerir o dinheiro dos munícipes com contornos tão estranhos como estes?

As fotos que encabeçam este artigo mostram as "zonas arborizadas", as "ruas e alamedas com árvores", sem que caiam os dentes quase um ano depois.  

Como foi possível dizer tanta coisa?

Falou-se de tudo...foi dito e escrito..."aumento de rede de transportes públicos"...e logo o cheiro balofo nas louvações em que até pelo Roseiral se sentia o êxito...

"Segurança rodoviária" e, coisa mal percebida, compatibilizar "as condições de todos que visitam Sintra com as rotinas de quem vive e trabalha na zona"!

Como consequência, acumulou-se mais trânsito e dificultaram-se os acessos com voltas de quilómetros que foram enaltecidas por quem antes era contra uma pedonal.

No meio de palavreado gratuito, aludiam a "atracções turísticas" certamente na ignorância de que os trens são imagem e serviço em múltiplos Centros Históricos.

O trem de Sintra foi posto fora do Centro Histórico, colocado na Volta do Duche em vez de ser, por exemplo, junto à estação da CP, definhando em turistas. 


Como Sintra está sujeita a défices de turismo...o trem "dorme" em local impróprio

Surge agora Sua Excelência a pedir a demissão do Secretário de Estado do Tesouro pela entrega de cerca de 3 milhões de euros dos resultados da Parques de Sintra.

Sem pensar nos custos da Pousada da Juventude para entregar às Infra-Estruturas de Portugal ou no arrendamento da Cavaleira...

Talvez seja altura dos sintrenses também exigirem a sua demissão, quanto antes, para que não tenhamos maiores preocupações no futuro.

Basta.

Sintra não merece isto.





  

   

   

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