sexta-feira, 13 de abril de 2018

SINTRA, FALHANÇO NUM DESTINO TURÍSTICO MÁGICO...

Turismo exige capacidade de gestão e respeito

A ver se compreendemos: - Como é possível que se promova Sintra e sua belezas pelo mundo e não exista um Pelouro exclusivamente dedicado ao Turismo?

Essa falha orgânica, certamente opcional, permite que en passant se exibam personalidades pouco conhecedoras do que é o Turismo nos dias de hoje.

Nos mais prestigiados destinos históricos só guias locais credenciados podem acompanhar grupos de visitantes, facto que Sintra parece desvalorizar.  

A falta de regras, permite que aos turistas desprevenidos se lhes ofereça um acompanhante que conte histórias fantasiosas ou adulteradas do passado.    

Há escolas vocacionadas para ensinar o que é Turismo e, daí, como honrar Sintra e a sua História, respeitando-a e respeitando quem a procura como destino.

Se não formos capazes de respeitar Sintra, como respeitaremos os Visitantes?

Alterações de trânsito

As recentes alterações de trânsito na Vila Histórica tornam-se estranhas quando eram esperadas soluções bem compreendidas pelos diferentes operadores.

Aparentemente o trânsito na Vila teve uma solução que não dizemos saloia porque os saloios são espertos e não deixam de sentir contornos preocupantes.

Só uns doces fariam esquecer que as novas regras de trânsito, além de praticadas no Centro Histórico, deveriam ter efeitos de Protecção Ambiental na nossa Serra.

Todavia, o alívio no trânsito da Praça da República viria a sobrecarregar a parte Alta da mesma Zona Histórica, empurrando viaturas para a Serra ou para longe...

Fomentou-se (sem ser explicito) o encaminhamento de carros para a Serra, podendo vir a justificar o alargamento ou aumento de espaços para estacionar.

Recentemente, em vez da recuperação ambiental pela restrição de acessos, os espaços  que existiam entre arvoredo foram empedrados...para estacionamentos.  

Espaço agora empedrado...será que para se ir "alargando"?

Isto não pode ser desinserido das alterações verificadas no trânsito, sabendo-se que a Câmara tem assento na Parques de Sintra e há grande intimidade institucional.

Desta forma, porque a Serra não comporta o tráfego transferido, a maior parte dos visitantes é encaminhada para a saída...sem verem Sintra e o seu Património.

Com esta solução, a Calçada da Pena tornou-se uma das principais vias de saída de Sintra para os destinos de Lisboa e Cascais sem ter quaisquer condições para tal.

No burgo interior de S. Pedro instalou-se ainda mais desassossego.

Podem pois os decisores e quem os louve (umas palmadinhas nas costas dão jeito) rever-se no brilhantismo da solução com sugestões de implementações mais vastas.

Sintra não merece tão desprestigiante solução desgarrada de um Plano Central.

Soluções que tardam 

Não é possível implementar soluções locais que não se liguem em rede a vários canais com opções para fluxos de transporte a montante e ofertas locais ajustadas.

Houve tempo para o Planeamento e o falhanço está na não definição atempada das implementações tendo em conta os segmentos a considerar, entre eles:


  • Silo de Grau I (com Terminal Rodoviário) na principal entrada de Sintra (Ramalhão) com um piso subterrâneo, dois acima do solo para ligeiras e o térreo para autocarros. Eventualmente com ligação directa ao IC19;
  • Silo de Grau II (com ligação Rodoviária, incluindo Odrinhas) na Portela, piso térreo e um acima do solo com entrada directa para viaturas ligeiras;
  • Silo de Grau III (com ligação Rodoviária e Eléctrico Histórico até à Estação da CP) na Ribeira de Sintra, piso térreo e exclusivo a viaturas ligeiras;
  • Reactivação do Parque de Caravanismo da Praia das Maçãs (com ligação Rodoviária e Eléctrico Histórico até à Estação da CP);
  • Centro Histórico e Volta do Duche, exclusivamente para Residentes, Hóspedes de Hotelaria, Autoridades e Transportes Públicos de Ligações.
  • Aquisição e gestão de 20 viaturas Midibus de 35 lugares sentados (sem lugares em pé) para cómodas ligações em circulação até aos destinos;
  • Seriam assim criados Seis Grupos de Trabalho Autónomos dentro da Câmara, com prazos fixados para a apresentação pública e aprovação.

Cinco anos perdidos com anti-turismo

Quando falam alto sobre milhões acumulados, entra-nos a profunda tristeza pela incapacidade de os terem aplicado em soluções nucleares conhecidas.

Por vezes até se torna patético ou próprio de pensamentos desavindos, que se apresentem soluções montadas na vertente ciclística ou parques apressados... 

Imaginarão os responsáveis ao mais alto nível que por esse mundo fora se acede a Burgos Históricos ou Patrimónios da Unesco com a mesma confusão que em Sintra?

Quem difunde que Sintra foi eleita "um dos destinos mais sustentáveis do mundo" conhecerá, porventura, o que são estruturas públicas de resposta?

O problema - doloroso para quem ama Sintra e com ela sonha o melhor todos os dias - é que se vive de uns ditos para aqui, umas promessas para ali, mantendo o vazio.

Por outro lado, há muitos sopros de peito cheio...mas Sintra não é um balão. 

Sintra, a mágica Sintra, dos Reis e dos Pobres, dos Sonhos e Desenganos, não pode continuar assim.

Sintra não acabará...nem esqueceremos os intervenientes. 


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