Ciclicamente (mais em ciclos eleitorais) aparecem políticos a falar dos transportes de Sintra, alguns arriscando viajar neles só em alturas eleitorais.
São gestos insignificantes, ocasionais, não denotando vocação, ou intenção, de que o objectivo final seja resolver os problemas com que se debatem os utentes.
Sugerem sintomas de que são mais desconhecedores da realidade do concelho do que às vezes se poderia pensar, neste caso envolvendo transportes públicos.
Como se fazem "obras" de prestidigitação
Já em 3.6.2013 (Sol.Sapo) se escrevia: "Passe único para a área metropolitana de Lisboa pode chegar em 2014". As eleições autárquicas aproximavam-se.
Passados quatro anos, sem nada de melhorias, foi de bom tom que - no evento comemorativo do 153º aniversário do DN - Fernando Medina deixasse a missiva de que a "Área Metropolitana de Lisboa vai ter um passe único".
Na intervenção, sentiu-se uma quase piedosa preocupação com os transportes de Cascais (Câmara do PSD), sem citar - talvez por lhe terem omitido - que em Sintra a qualidade dos transportes ainda é pior numa Câmara gerida pelo seu partido.
Recentemente, o Sintranotícias noticiou em estilo post-it que "O Vice-Presidente da Câmara de Sintra, Rui Pereira (PS), defendeu hoje a criação de um passe social "para toda a área metropolitana"". Queremos é acção. Soluções.
Visão sedutora, talvez exageradamente desfasada da contínua incapacidade de resolver o sistemático arrastamento dos maus transportes rodoviários sintrenses.
Transportes Rodoviário em Sintra
Não enjeitamos que seriam encontradas soluções para a deficiência dos transportes públicos se os autarcas tivessem de os utilizar para chegar ao Município.
Os Serviços pouco ligam...os responsáveis viajam confortavelmente em viaturas cujos custos são suportados pelos...munícipes sem transporte que os vêem passar...
Que preocupações vimos na Revisão do PDM em 2014 (Tema 10 - Acessibilidades, Transportes e Mobilidade)? Sobre a SCOTTURB apenas "No concelho de Sintra são disponibilizadas 26 carreiras, 18 circulam só dentro do concelho".
Poderiam ter contabilizado - isso sim - o número de circulações efectuadas e essa omissão é grave, porque não ajuda às decisões políticas. Agrada à Operadora.
Vejamos, a realidade de hoje (5.2.2018) que os autarcas deviam conhecer:
A SCOTTURB é uma empresa de Cascais, onde paga os seus impostos, e vem a Sintra para cumprir o serviço de operadora rodoviária. Circulações efectuadas:
SINTRA - Há 17 carreiras só dentro do concelho, efectuando 523 circulações (muitas incompletas) em dias de semana; 256 em Sábados e 311 em Domingos e Feriados:
CASCAIS - Há 23 carreiras só dentro do concelho, efectuando 795 circulações em dias de semana; 540 em Sábados e 493 em Domingos e Feriados:
São gestos insignificantes, ocasionais, não denotando vocação, ou intenção, de que o objectivo final seja resolver os problemas com que se debatem os utentes.
Sugerem sintomas de que são mais desconhecedores da realidade do concelho do que às vezes se poderia pensar, neste caso envolvendo transportes públicos.
Como se fazem "obras" de prestidigitação
Já em 3.6.2013 (Sol.Sapo) se escrevia: "Passe único para a área metropolitana de Lisboa pode chegar em 2014". As eleições autárquicas aproximavam-se.
Passados quatro anos, sem nada de melhorias, foi de bom tom que - no evento comemorativo do 153º aniversário do DN - Fernando Medina deixasse a missiva de que a "Área Metropolitana de Lisboa vai ter um passe único".
Na intervenção, sentiu-se uma quase piedosa preocupação com os transportes de Cascais (Câmara do PSD), sem citar - talvez por lhe terem omitido - que em Sintra a qualidade dos transportes ainda é pior numa Câmara gerida pelo seu partido.
Recentemente, o Sintranotícias noticiou em estilo post-it que "O Vice-Presidente da Câmara de Sintra, Rui Pereira (PS), defendeu hoje a criação de um passe social "para toda a área metropolitana"". Queremos é acção. Soluções.
Visão sedutora, talvez exageradamente desfasada da contínua incapacidade de resolver o sistemático arrastamento dos maus transportes rodoviários sintrenses.
Transportes Rodoviário em Sintra
Não enjeitamos que seriam encontradas soluções para a deficiência dos transportes públicos se os autarcas tivessem de os utilizar para chegar ao Município.
Os Serviços pouco ligam...os responsáveis viajam confortavelmente em viaturas cujos custos são suportados pelos...munícipes sem transporte que os vêem passar...
Que preocupações vimos na Revisão do PDM em 2014 (Tema 10 - Acessibilidades, Transportes e Mobilidade)? Sobre a SCOTTURB apenas "No concelho de Sintra são disponibilizadas 26 carreiras, 18 circulam só dentro do concelho".
Poderiam ter contabilizado - isso sim - o número de circulações efectuadas e essa omissão é grave, porque não ajuda às decisões políticas. Agrada à Operadora.
Vejamos, a realidade de hoje (5.2.2018) que os autarcas deviam conhecer:
A SCOTTURB é uma empresa de Cascais, onde paga os seus impostos, e vem a Sintra para cumprir o serviço de operadora rodoviária. Circulações efectuadas:
SINTRA - Há 17 carreiras só dentro do concelho, efectuando 523 circulações (muitas incompletas) em dias de semana; 256 em Sábados e 311 em Domingos e Feriados:
- De Semana, só 6 carreiras partem num dos sentidos após as 21 horas:
- De semana, 8 carreiras partem entre as 19 e as 21 horas;
- De semana, 2 partem para o último trajecto antes das 19 horas;
- Não considerámos o Circuito da Pena cuja última partida é às 18,20 horas;
- Na carreira 403 (Sintra/Cascais por Azóia) a última partida de Sintra é às 19,10. Como querem os políticos que quem trabalha chegue a casa?
- De Semana, 10 carreiras circulam num dos sentidos depois das 21 horas:
- De Semana, 13 carreiras partem entre as 19 e as 21 horas;
- Não há carreiras cujas últimas circulações partam antes das 19 horas;
Releva-se que Cascais tem 97,40 quilómetros quadrados de território e as freguesias de Sintra servidas pela SCOTTURB somam mais de 244 quilómetros quadrados.
A SCOTTURB, além dos passes escolares, tem aquela mina que é a carreira da Pena, onde turistas de pé e aos encontrões, apreciam a qualidade da prestação.
As Coroas e a Rede Metropolitana
Seria estultice admitir que o Presidente da Câmara de Sintra, conhecedor de ciclovias para cá e lá do Cacém, não saiba que o concelho está dividido pelos transportes.
Com efeito, se de Lisboa ao Cacém os utentes beneficiam das Coroas de Lisboa, entre Rio de Mouro e Sintra sujeitam-se a outros incómodos e custos mais elevados.
É estranha a grosseira passividade camarária neste campo, sem que os autarcas reivindiquem igualdade entre os 400.000 habitantes que citam noutras ocasiões.
Ao lermos o texto do Sintranotícias ficamos ansiosos pela concretização do "passe social" defendido para "toda a área metropolitana", opinião que não pode ser gratuita.
Todavia, nestas coisas, não nos podemos esquecer do velho slogan "Os ricos que paguem a crise" e, ao longo dos tempos, nós é que pagámos e os ricos continuam...
Os sintrenses, neste e noutros campos, querem é acções concretas que lhe permitam condições de vida mais facilitadas e adequadas à vida moderna.
As palavras reproduzidas do Vice-Presidente que benefícios trouxeram - ou se vislumbram - para os Utentes dos transportes público de Sintra?
Sintra merece mais...muito mais, que palavras.
2 comentários:
Fico sempre surpreso quando confrontado com situações que se vão eternizando. Por sermos calmos, pacientes e ordeiros vão-nos "impingindo" discursos e adiamentos insuportáveis. Semana passada percorri TODA a A5 e paguei de portagem 1,35. Entre Ranholas e o autódromo o preço actual é 1,05. Até isto é patético.
Caro visitante João Diniz,
Em primeiro lugar tenho de lhe pedir desculpa por só hoje ser publicado o seu pertinente comentário. Razões fortes têm-me impedido de diariamente estar atento aos comentários e, até, ao blogue.
Depois o que cita corresponde a uma situação que se está a tornar comum em várias áreas da nossa sociedade: Os poderosos, Os Grupos, tornam-se "familiares" dos decisores. Podíamos dar vários exemplos mais.
Depois, como "familiares" que se tornam (embora disfarçadamente com recurso a críticas para português ver) convergem nas patifarias - pode dizer-se patifarias - que vão impondo aos cidadãos...hoje é a gasolina, amanhã é a electricidade, depois serão os transportes, segue-se a alimentação, o "direito" dos grupos poluírem...os privados instalarem-se bem para nos esfolar tudo o que temos a título de nos quererem saudáveis...
É dramático como os portugueses se vão conformando.
Um abraço caro João Diniz, país nenhum está livre de malandros.
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