Durante dezenas e dezenas de anos, Santa Eufémia foi, além de um espaço de Culto, também um lugar de portas abertas à fé e a quantos lá gostavam de aceder.
Era um local de liberdade. Pode dizer-se - pela história de como lá se comemorava o 1.º de Maio - que no respeito pelo povo, se gostava dele limpo de lixo e de fascistas.
Mirante, construído pela Comissão de Melhoramentos de Santa Eufémia com ajuda da Comissão Administrativa da CMS de 1976
"Santa Eufémia da Serra - Berço Histórico de Sintra" todos os dias com flores viçosas
Na época, aceder ao Largo da antiga Pousada, aos Banhos de Santa Eufémia e a um portão da Parques de Sintra - Monte da Lua, fazia-se pela Rua Miguel Torga.
Porém, a vocação expansionista da Parques de Sintra (já sem Monte da Lua), levou a que acessos privados e de fornecedores se fizessem pelo tal portão do Largo...
...Mas como? Se a Rua Miguel Torga era tão estreita? Alargá-la?
Quase sem percepção das populações, fora dos terrenos da Parques de Sintra, construiu-se uma via entre o Largo de Santa Eufémia e o Largo da Pousada.
Nessa altura, uma entidade indeterminada (não vimos...por isso não podemos dizer) permitiu-se na colocação de sinais de trânsito sem aprovação camarária...
O Adro da Igreja foi-se convertendo num espaço de passe, com viaturas a passarem com inacreditável frequência, numa devassidão imprópria de um Local de Culto.
Escrevemos sobre o tema no Jornal Cidade Viva (21.7.2009) e fomos recuperando neste blogue, tendo de novo abordado em Abril de 2015 (por favor clique).
Quem manda neste território?
Devagarinho, com passinhos suaves, aquele local de portas abertas ao sossego e à meditação, passou a outro nível, ao regime de quase exclusividade...
Com a oferta de uns bancos para merendar, montaram-se dois portões para impedir a entrada, certamente de intrusos, que não se destinem à Parques de Sintra.
O primeiro portão ainda na Rua de Santa Eufémia, via pública. A Câmara licenciou?
Coloca-se aqui a primeira questão: - Este portão está numa via pública, antes da entrada para a zona do Adro. Quem autorizou a tal montagem?
Depois, dentro do Adro, a via construída quase em segredo, também beneficiou de um portão, junto ao qual foi aposta sinalização.
Sob o sinal de proibição: - "Excepto veículos PSML e veículos prioritários"
No verso dos sinais, nenhuma alusão à aprovação pela CMSintra
Como é possível as estruturas eclesiásticas permitirem que no seu território, no seu espaço patrimonial, se façam coisas e atitudes destas?
Note-se: - O acesso à herdade da Parques de Sintra sempre foi garantido pelo portão que a mesma tem junto ao final de Rua de Santa Eufémia...e mantém encerrado.
Qual a posição da Câmara neste domínio?
Vamos a ver: - A Câmara Municipal mantém-se alheia a estas modificações numa via pública? Autoriza o fecho de uma Rua feito por qualquer entidade?
E depois, a devassidão perpetrada num espaço que era de caminho pedonal entre o Adro e a a antiga Pousada, abrindo nele uma caminho que foi asfaltado?
Agora qualquer entidade procede desta forma, cria condições para se mostrar com poderes para efectuar o que muito bem sirva os seus interesses?
Obviamente se a Parques de Sintra precisava de mais fáceis acessos teria de falar com a Câmara, eventualmente colocando sinais alternados na Rua Miguel Torga.
Agora, como será em caso de emergência grave que se acede rapidamente ao local estando a via fechada pelo pesadíssimo portão?
A Câmara não se pronuncia? Não fiscaliza? Ou....
Talvez seja isso, ou....
Sintra não merece isto.
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