Encher o balão autárquico e perder o gás...
Parte superior da bonita garrafa dos pirolitos
É quase certo que muitos dos visitantes deste blogue não chegaram a usufruir dos momentos únicos que os pirolitos nos concediam a vários níveis.
Bebida gasosa agradável, de sabor um pouco alimonado, abria-se premindo com um dedo e libertava o gás comprimido na garrafa e ouvia-se um silvo característico.
Já sem pressão, com certa arte e engenho retirava-se a válvula da pressão e de dentro do gargalo saltava o grande berlinde que seria apontado às três covas.
Para a rapaziada, o pirolito tinha grande utilidade, pois o berlinde tinha a qualidade de partir os mais pequenos, evidentemente mais frágeis, pondo-os fora de jogo.
Como metáfora, não deslustra que a maioria dos políticos usam a técnica do pirolito, isto é, quando lhes interessa, fazem o gás silvar e desaparecem.
Em Sintra, piroliteiros...e...o abandono
Como é notório que a propaganda para-eleitoral em Sintra vai de vento em pompa, desejamos que os responsáveis finjam ter uns laivos de vergonha.
Nestes tempos em que o confinamento serve mais do que nunca a ocultação do abandono em que Sintra vive, a vida levou-me a ter de fugir desse garrote.
Vejam bem que, em menos de 100 metros quadrados, comuns aos Largos D. Manuel I e Afonso de Albuquerque, se conseguem logo estas quatro obras.
Passeio esburacado há quantos dias?
Desde quando isto se mantém?
Há quanto tempo ninguém liga a isto?
A triste sina de um candeeiro que devia iluminar...
Isto passa-se em Sintra, do outro lado onde parece que as trombetas de um jardim romântico tantas vezes tocam melodias que soam a fífias mas fortalecem egos.
Pois é, estamos entregues a políticos-pirolito, que passam no local mas vivem enevoados nas suas patéticas conjeturas de como melhor hão-de mentir.
Não podem restar dúvidas de que até a pandemia que nos ameaça é aproveitada para manter o abandono de locais tão visitados e merecedores de respeito.
Nós, sintrenses, exigimos ser respeitados pelos autarcas (*)
(*) - Mesmo com letra pequena não deixam de estar vinculados às responsabilidades do cargo.
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