Azedas…. Da nossa memória
Tantas em campos e
veredas,
Viçosas para apanhar.
Ainda vejo a janela,
Frente ao ribeiro
florido,
Correndo junto à
ruela
De tantas azedas
vestido.
A bela fada assomou,
Dizia me querer amar,
Uma azeda apontou
Como excitante
manjar.
Mordeu o caule, de
mansinho,
Com lábios no
entremeio,
Mudou azedo em
carinho,
Foi loucura em
galanteio.
Recordo o suco
deitado,
Pelo morder
devagarinho,
Do azedo adocicado
Às doçuras em murmurinho.
Quantos anos já se
passaram,
Vivendo entre
ilusões?
Nunca as azedas murcharam,
Nem faltaram as
vibrações.
Disfarcei, olhei p´ra
elas,
Senti o coração doer,
Deixaram de ser
amarelas,
Hoje a cor é do
sofrer.
Ficam azedas no
jardim,
Irão morrer pouco a
pouco,
Sem a honra de um
festim,
Só na memória de um
louco.
Quando hoje a
mordisquei,
De doçuras não tinha
nada,
Nem suco nela
encontrei:
-Faltava a boca da
fada!
21 de Março de 2021
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