quarta-feira, 27 de abril de 2016

PRESIDENTE DA REPÚBLICA...POSITIVO MENSAGEIRO

Com o devido respeito, tiro-lhe o chapéu...



Marcelo Rebelo de Sousa não é Presidente da República com o meu voto. Mas nem por isso posso deixar de valorizar e apreciar o seu discurso na Assembleia da Republica.

Pelo que se entendeu, falou com o corpo todo, sem malabarismos de neo-democrata, ele que teve a Honra de ter votado a favor da Constituição da República Portuguesa. 

Calou fundo a saudação aos "Capitães de Abril". 

Saudou o Povo, porque isso é "assinalar o primado da soberania popular".

E disse: "Portugal não pode nem deve continuar a viver (...) em campanha eleitoral". 

Disse mais: "O Portugal pós-colonial tem de cuidar mais da língua, valorizar mais a cultura, ir mais longe na educação, na ciência e na inovação (...)".

Quase a finalizar, referiu que o "pluralismo político não impede consensos sectoriais de regime". Aqui é que o sistema e algumas realidades torcem o discurso.

Não é fácil a unidade entre explorados e exploradores, entre forçados democratas e o Povo que deve ser respeitado nos seus direitos sociais e culturais, pelo menos.

Marcelo deixou a transparente mensagem para os que param até lhes abrirem as portas, que se julgam acima do Povo e para os quais o dia a dia é uma campanha.

Tirar o chapéu ao Presidente

Até agora, todos os passos dados por Marcelo Rebelo de Sousa têm pisado terrenos de elevado pendor democrático em pequenas, mas grandes, coisas.

Antigo Deputado Constituinte, votou a favor da Constituição da República que defende, pelo que na recente celebração dos 40 anos da mesma, se sentou à vontade na mesa...

Quando calha, ele próprio se conduz, dando o supremo exemplo de não querer (há quem exija) penacho pelo cargo e respeitar os seus mais directos colaboradores.

Preocupado com os jovens e sua cultura, ignorará que uma empresa de capitais públicos exige elevados preços para que os jovens possam aceder a partes da nossa História.

Empresa onde uma Câmara Municipal tem parte do capital, tem um Administrador, mas onde essas limitações culturais esbarram em Portões que Abril ainda não abriu. Melhor, Abril abriu mas em 2012 foram de novo fechados em nome do mercantilismo.

Não votei em Marcelo. Dizem que pode ser populismo. Mas tenho de lhe tirar o chapéu:

Foi um discurso de Abril, e que saudades já tinha. 


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