A VIDA...ENLAÇADA
Apanhei-as, enlaçadas,
Tulipas no meu jardim
Branca e rosa, felizes.
Sem braços, não abraçadas,
Limitadas no festim,
De um amor…com raízes.
A nós, que somos mortais,
Há abraços que limitam
Os sonhos da nossa vida.
Entre abraços florais,
Onde corações palpitam,
Onde corações palpitam,
A paixão tem de ser lida.
Falta-nos ter quatro braços,
Se um corpo apertamos
Nas miragens do destino.
Decerto sentimos traços,
No corpo que desejamos
E para nós é divino.
Dois braços, é muito pouco,
Para a sofreguidão
Que une quem se deseja.
Outros dois, seria louco
Por tanta satisfação
E gosto de quem festeja.
Abraçar a quatro braços,
Seria bom…mais completo,
De ternura e paixão.
Envolvia-nos em laços,
De sentimentos, repleto.
Era tudo um afecto
Pondo fim à fantasia,
Que nos embala depressa.
O amor, de tão selecto,
Deixava mais alegria,
Na paixão assim expressa.
Tulipas sem braços, amam
Com tão forte união
Que nos fazem invejar.
Até parece que chamam
O Sol forte da paixão
Que em nós tenha lugar.
Sol, selvagem no meu jardim
Votos de um Domingo Feliz
Nota: Incluído no conjunto de "Em Pedaços Vos digo".
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