terça-feira, 12 de janeiro de 2016

SINTRA, CAMINHOS DA PENA E POLUIÇÃO AMBIENTAL

Um Novo Ano se iniciou e, com ele, como se transportasse um macaco às costas, o gravíssimo problema de viaturas de todas as espécies que demandam a Serra. 

Para quando medidas que limitem o anárquico acesso à Serra por automóveis e outras espécies em voga, quase todos em busca de um local para estacionar? 

Teoricamente, quem deve suportar o custo de soluções? 

A Câmara Municipal, por si só, não deverá suportar - com o nosso dinheiro - as soluções para o acesso à Serra e seus Monumentos, dos quais outra entidade aufere lucros.

Outra seria a responsabilidade da Câmara se gerisse esse Património, conjugando elevados investimentos com a defesa ambiental de benefício colectivo.

Ora, na Estrada da Pena, pode existir uma sobreposição de poderes, se a exploradora do Património da Serra proceder e decidir como se a Via Municipal fosse sua.

Da fixação de estacionamentos a regras de circulação e sinaléctica própria, tudo se pode observar ao longo de uma Via Municipal que não consta ter deixado de o ser.


Quem permite se indique aos visitantes Parques às vezes quase selvagens no meio de árvores?

A legitimidade de autorizar a circulação em sentido contrário foi transferida para a PSML?

Por detrás do sinal antes mostrado não há comprovante de aprovação/Registo Camarário

A Câmara Municipal, obrigada à defesa do ambiente e segurança no Município, incumbirá fixar as condições de acesso e definir que veículos podem circular na Serra.

Nem faria sentido o nosso dinheirinho suportar custos para garantir acessos ao produto que uma empresa vende e publicita com milhões de visitantes e elevadas receitas.

Digamos que a Parques de Sintra é que deveria investir em veículos para acederem ao património que gere, tomando os passageiros em zonas periféricas e na Vila.

Um problema nunca vem só...

Resolver o problema dos acessos à Serra acaba por resolver outro: - o da concentração de viaturas no Centro Histórico de Sintra cujos ocupantes não pisam o solo da Vila.

Infelizmente, de ano para ano, o crocodilo vai crescendo e, para Autarcas que vão surgindo por Sintra, é mais fácil falarem em ciclovias do que em parques periféricos.

Sintra é exemplo da incapacidade política para resolver tais problemas, porque há tantas experiências conhecidas que algumas poderiam ajudar os técnicos a resolver. 

Alguns exemplos

Em Bayreuth, o Altes Schloss Eremitage, que não é Património da Unesco, tem a sua própria estrada com cancela. O parque de estacionamento é a cerca de 1000 metros. 

Bayreuth: A amarelo o local de estacionamento que serve o Eremitage (cerca de 10.000m2)

Bayreuth: Estacionamento tão diferente do "selvagem" que a PSML indica na Pena

 Em Whitefish, no Glacier National Park (perto de Seattle), há soluções mistas: a esmagadora maioria dos visitantes são transportados em veículos movidos a gás.

Veículo movido a gás propano que transporta os visitantes até ao alto.

No entanto, mediante uma elevada portagem desmobilizadora e com controlo de unidades, é possível a veículos particulares acederem às estruturas existentes.

Sintra com "soluções" velhas, mas falha de decisões novas

De cada vez que se preconiza a eliminação de carros no Centro Histórico, logo surgem vozes que o contestam, como se os carros visitassem as lojas e comércio.

Sucede que, pouco os abonando, há autarcas que se retraem quando algumas figuras contestam as indispensáveis soluções, deixando correr o tempo e crescer o crocodilo.

A construção de parques na periferia (falamos há anos num grande silo no Ramalhão), até um Centro Rodoviário na zona da Abrunheira Norte, seriam determinantes.

Completar-se-ia com apoio rodoviário não poluente, em circulação permanente pelo Centro Histórico e com outro trajecto de saída a partir da Pena, talvez por Sta. Eufémia.

Assim, acabaria a carga rodoviária ao fundo da Calçada da Pena, vendo-se casas destruídas ou não habitadas. Quem gosta de ter milhares de viaturas a passar à porta? 

Calçada da Pena: Aqui passam milhares de carros em certos dias. À direita, nem o 7 escapou...

Aguardemos que, com a devida antecedência, sejam conhecidas medidas efectivas para evitar mais um ano de quilómetros de filas de carro com pessoas angustiadas.

Quando se realça a promoção turística de Sintra em Nova Iorque, será bom saber-se responder aos fluxos turísticos de forma adequada.

Aguardemos...


1 comentário:

António disse...

Esta situação em Sintra sempre tem sido lidada como um autentico tabu! Não apareceu até hoje por incrível que pareça, ninguém com capacidade, inteligência, sério e honesto que apresente e imponha firmeza nas decisões. Aparecem sim, muitas vezes uns macacos oscilantes, que num corrupio saltam num frenesim de galho em galho, largam uns "bitates" e nada mais. Enquanto Sintra for controlada por gente adversa ao prestigio e desenvolvimento desta monumental Vila, esta nunca mais sairá do marasmo em que se encontra, apesar de todas as suas enormes potencialidades, porque assim é que está bom! (Para alguns)