Apesar de afirmações que parecem dar confiança (assim entendidas) à reavaliação do Plano de Pormenor da Abrunheira
Norte, estejamos atentos à compatibilização inequívoca com os interesses de
Sintra e protecção da sua paisagem de aproximação.
Espera-se mesmo que a "nova" versão estipule prazos e medidas cautelares para eventuais incumprimentos, prevenindo que após a instalação da superfície comercial e do hospital privado, o resto não continue ao abandono ou seja loteado a retalho.
Acabar com esta nódoa no território, sim. Mas com regras que não ofendam a paisagem
Os vários empenhos
Numa Câmara sem boas vontades habituais, é louvável o empenho desde há 15 anos a um Plano com 70 hectares, que resolveria os 30 de um só poderoso grupo
económico.
Porque o Plano de Pormenor da
Abrunheira Norte foi decidido em 27 de Maio de 1999, na "sequência de um pedido de
licenciamento de unidades comerciais e de serviços e áreas habitacionais
apresentado pelo principal proprietário (...)".
O trabalho dos técnicos camarários mereceu sugestões na primeira Discussão Pública (2000/01). Mas o Plano elaborado não era do agrado do grupo económico de então, criando-se um impasse que talvez o tempo e
influências poderiam ajudar a
resolver.
Com o Plano de Pormenor em banho-maria,
na Reunião de Câmara de de 29 de Setembro de 2010, foi determinada a
"suspensão dos trabalhos e seu arquivamento".
Dois anos após o "arquivamento"
(23.5.2012) a Câmara revitalizou o arquivado PPAN, considerando o "total empenho" do
novo grupo económico para a sua concretização e disponibilidade para a
"adequação ao actual enquadramento legal".
À volta, o empenho camarário para executar o Plano de
Reconversão da AUGI nº. 64 (decidido em 10.2.1994) andava a passos de caracol.
Fará 21 anos em breve…
Neste quadro, a última versão do PPAN terá
resultado de empenhos comuns à Câmara e Grupo Económico, onde a imagem de aproximação a Sintra não foi valorizada.
Envolver a AUGI...marginalizando-a
Quando, desde 1994, não se sentiram grandes progressos na Reconversão da AUGI nº. 64, agora temo-la como apêndice do Plano que envolve outros interesses económicos.
Quando, desde 1994, não se sentiram grandes progressos na Reconversão da AUGI nº. 64, agora temo-la como apêndice do Plano que envolve outros interesses económicos.
Tal envolvimento da AUGI torna-se até oponível à marginalização que é feita, quando se lhe negam acessos rodoviários através da via de cintura do Plano como seria razoável.
Com efeito, só
um défice nos estudos, terá ajudado a omitir a elevada
carga de tráfego rodoviário nas ruas da Abrunheira que dão acesso precisamente
à zona da AUGI.
A
"nova" versão do Plano
Será que a "nova" versão do Plano fugirá muito do inicialmente apresentado? Ou irá suportar-se mais no agora frequente argumento de "mais postos de trabalho"?
Qualquer Plano que não reduza as alturas máximas para níveis próximos das superfícies comerciais existentes na proximidade, continuará a agredir a paisagem de Sintra.
O nobre espaço do Plano, praticamente o último de que Sintra dispõe junto aos eixos rodoviários, terá de ser ocupado por estruturas dignas, nomeadamente para turismo.
Como é possível que se prevejam duas unidades hoteleiras e, ao contrário do que é habitual, elas não tenham estruturas desportivas próximas para fixação dos clientes?
A única estrutura desportiva referida no Plano...já está construída e faz parte da zona da AUGI, pelo que é alheia à área de propriedade da Sonae. Porquê ser invocada?
Estrutura desportiva já existente, feita por um urbanizador. Totalmente alheia à Sonae
Estamos, assim, perante pormenores pouco clarificados, pelo que toda a atenção
será pouca sobre as alterações em curso, a fim de não sermos surpreendidos.
Em tese, é perigoso embandeirarmos em arco sem conhecermos o que está para vir.
3 comentários:
Nada vai mudar, apenas se mudam as moscas porque a trampa já está feita! Isto é ponto assente. Embora seja um problema de Sintra,quem vai sofrer as consequências será sempre a população da Abrunheira em toda a sua envolvente, aqui, penso que não devem restar duvidas. Pessoalmente insisto no que sempre tenho dito, deviam haver contrapartidas importantes a retirar dum megaplano desta natureza.
Vivo nessa AUGI há mais de 20 anos e do que sei, não existe interesse camarário em resolver o assunto da AUGI. Neste momento alguns dos moradores estão impossibilitados de obter o cartão do cidadão, tornando-se ilegais no seu próprio País (moram numa rua com nome mas não registada no cadastro da câmara).
O bairro está numa condição "Lesoto", em que é atravessado por redes de água, gás, electricidade, telecomunicações e drenagem, que a abastecem e abastecem as zonas já urbanizadas.
Há 30 anos, mais 5 anos que a pena máxima de prisão em Portugal, houve um pessoa da associação de moradores que chamou aos representantes da câmara de corruptos, e desde essa altura tornou-se impossível regularizar a situação de ilegalidade dos terrenos.
cumprimentos.
Caro Anónimo,
Peço desculpa pelo atraso na publicação do seu comentário que ajuda a perceber muito bem o que se passa nos bastidores da política e dos interesses.
Também eu fui Presidente da Associação dos Proprietários de uma AUGI e sei bem como tudo se complica.
Obviamente que, se houvesse muito interesse, se resolveria.
Um abraço e grato pela sua colaboração.
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