Olho a criança,
vista de repente
Num recorte seu
sobre um mundo novo
Sem figuras
destacadas do seu povo,
Que só feliz distracção as fez ausentes.
Assim no escuro, livre do pecado,
Sem sonhar ao certo as voltas da vida,
Viverá num mundo talvez só com ida
Filho de um amor. De costas voltado.
E medito
Se a vida fosse a
preto e branco,
Como ilusão era
apreciada,
E em radiografia
transformada,
Sem a cor alegre
do mais franco.
Não haveria luz entre
os sentidos,
Nem lápis que colorissem
a ternura
Do fogo longo em que
amor perdura,
Embalado de cores
entre gemidos.
Não passaria de um
sonho singelo,
Com sombras de
vida e teias no meio,
Tal como Amor, que
de brancura cheio
Negro se torna um
dia, em flagelo.
No preto e branco falta
alegria,
Algo nos foge à luz
e contra luz,
Os traços cruzam-se
em forma de cruz,
Sem cor de amor,
em triste melodia.
Antes as cores
Fui apanhar camélias
ao jardim,
Não sei se da
mesma cor que o amor,
Saudade, alegria
ou da dor.
De vida limitada, serão clarim.
Fernando Castelo
1 comentário:
Parabéns ao poeta, parabéns ao jardineiro.
Bonitas camélias no jardim
Com algum trabalho do jardineiro
Na jarra camélias sem fim
Poupando assim algum dinheiro
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