Há dias, uma antiga colega, não ela antiga mas colega, colocou no seu espaço do Facebook uma frase de Pablo Neruda: "Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo".
É um ensinamento de vida que, para ser abordado, me leva - em primeiro lugar - ao segundo mandamento, pois a quase única alternativa que dou aos meus é oferecerem livros, listando um conjunto de títulos cuja surpresa está na escolha.
É um ensinamento de vida que, para ser abordado, me leva - em primeiro lugar - ao segundo mandamento, pois a quase única alternativa que dou aos meus é oferecerem livros, listando um conjunto de títulos cuja surpresa está na escolha.
Da última vez, mas a primeira pela certa, um livro teve a condão de - chegado apenas à página 22 - me obrigar a revisitar o passado, enleando-me em múltiplas recordações.
Falo de um dos últimos livros de Domingos Amaral.
De chofre, uma frase para mim quase mágica: "Por vezes, antes de nos aparecer em pessoa, é nas palavras dos outros que alguém regressa à nossa vida".
Do nascimento à vida
Ditou a sorte que, nascido uns dias antes do início da II Grande Guerra, tivesse sobrevivido quase por selecção natural, pois muitos putos dessa época não o conseguiram. Havia poucos médicos, falta de medicamentos e má alimentação.
Apesar disso, ao tempo em que um jovem chegava a homem sem ser criança, cedo surgiram sonhos, entre eles o de viajar, tão expressamente manifestado à minha mãe, quando aos 14 anos respondi ao anúncio que pedia "rapaz para paquete".
Falo de um dos últimos livros de Domingos Amaral.
De chofre, uma frase para mim quase mágica: "Por vezes, antes de nos aparecer em pessoa, é nas palavras dos outros que alguém regressa à nossa vida".
Do nascimento à vida
Ditou a sorte que, nascido uns dias antes do início da II Grande Guerra, tivesse sobrevivido quase por selecção natural, pois muitos putos dessa época não o conseguiram. Havia poucos médicos, falta de medicamentos e má alimentação.
Apesar disso, ao tempo em que um jovem chegava a homem sem ser criança, cedo surgiram sonhos, entre eles o de viajar, tão expressamente manifestado à minha mãe, quando aos 14 anos respondi ao anúncio que pedia "rapaz para paquete".
Viajar é um estado de alma. A primeira viagem é de cautelas. Depois mais longe, a curiosidade por outras paragens, os desafios por culturas diferentes, as pessoas. As pessoas. Como vivem e se movem, como se alimentam, vectores culturais.
Recordo férias e o mês de Julho. Quando ao dia 1 partia sozinho no meu carro a caminho da Europa, falando - só - com os botões e entregue aos pensamentos.
As margens do Rio Isar ligam-se ao que restou de Hiroshima na trágica manhã de 8 de Agosto de 1945.
Falhei ao não ter conseguido agradecer a muitos colegas pelo que eles influenciaram as minhas viagens. Com os livros que me ofereceram, incentivaram-me a querer conhecer os mais diversos locais à volta deste planeta onde vivemos.
Hoje, acarinho o livro "Art Treasures in Russia" que me ofereceram em 1972. Abraço fortemente três volumes da "Grande Crónica da Segunda Guerra Mundial", com que esses colegas me brindaram em 1973 e me fizeram viajar de Munique a Hiroshima.
Recordo férias e o mês de Julho. Quando ao dia 1 partia sozinho no meu carro a caminho da Europa, falando - só - com os botões e entregue aos pensamentos.
As margens do Rio Isar ligam-se ao que restou de Hiroshima na trágica manhã de 8 de Agosto de 1945.
Falhei ao não ter conseguido agradecer a muitos colegas pelo que eles influenciaram as minhas viagens. Com os livros que me ofereceram, incentivaram-me a querer conhecer os mais diversos locais à volta deste planeta onde vivemos.
Hoje, acarinho o livro "Art Treasures in Russia" que me ofereceram em 1972. Abraço fortemente três volumes da "Grande Crónica da Segunda Guerra Mundial", com que esses colegas me brindaram em 1973 e me fizeram viajar de Munique a Hiroshima.
1972 - inigualável incentivo cultural
1973 - o simbolismo de abraçar o mundo. Hiroshima é no Volume III
Viajando, tenho assistido a excelentes espectáculos musicais e artísticos nas diversas partes do mundo, mas de todos o expoente máximo foi um inolvidável "Lago dos Cisnes", no Teatro Bolshoi de Moscovo, no longínquo ano de 1972.
O quarto, será talvez o mais difícil mandamento de Pablo Neruda, pois no desgraçado tempo que vivemos só posso rir de mim próprio, porque não fui capaz de melhor.
Rebobinar para tornar a ver
A boa colega que lembrou Neruda mais as primeiras páginas do livro de Domingos Amaral, impulsionaram a reprise de uma vida com momentos felizes e dolorosos, sonhos e desilusões, alegrias e tristezas, mas onde todos os retalhos se colam.
Rebobinar para tornar a ver
A boa colega que lembrou Neruda mais as primeiras páginas do livro de Domingos Amaral, impulsionaram a reprise de uma vida com momentos felizes e dolorosos, sonhos e desilusões, alegrias e tristezas, mas onde todos os retalhos se colam.
Tal como a figura central do livro, durante horas estive na "Luzboa" que calcorreei na juventude, revivi a marginal de "Cascais" e terminei o dia na "bela Sintra", deitado em recantos cujos encantos a vida ainda não me impediu de desfrutar.
Pablo Neruda tinha razão...não nos deixemos morrer lentamente.
Pablo Neruda tinha razão...não nos deixemos morrer lentamente.
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