quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

SINTRA: HOTEL NETTO, CENTRO HISTÓRICO E SRU...

Na edição do Jornal de Sintra de 7 deste mês, em seis colunas, é dada à estampa a opinião que o Dr. Hermínio Santos, prestigiada figura sintrense, apresentou em recente debate sobre o "Centro Histórico de Sintra" promovido pela Alagamares.

Antigo Hotel Netto, importante é acabar esta imagem degradante

Pelo que se lê, a intervenção centrou-se, praticamente, na aquisição do Hotel Netto pela Câmara Municipal (direito de preferência), estribada numa ampla manifestação de patamares técnicos e orçamentais e futurologia sobre a utilização do imóvel.
  
Antigo Vereador Municipal, o Dr. Hermínio Santos tem conhecimentos acrescidos, pelo que, de uma penada, logo terá assustado alguns presentes com os quatro milhões e meio de euros que apontou – sem "exagerar" - de custo final da aquisição.

Em cinco das seis colunas, as múltiplas alusões à Empresa Parques de Sintra – Monte da Lua justificaram a opinião de que esta poderia ter assumido o “elevado dispêndio com a recuperação do Hotel Neto” (no texto do jornal só com um t).

Identificando as prioridades definidas pela CMS para 2014-2017, alertou: “pode concluir-se que  o Centro Histórico de Sintra, durante os próximos quatro anos, não irá beneficiar de qualquer significativa e muito urgente intervenção, excepto a dispendiosa reconstrução do Hotel Neto” (no texto do jornal só com um t).

Infelizmente, ao não se identificarem intervenções ocorridas no Centro Histórico nos últimos 12 (doze) anos, tal facto é facilmente entendido por quem vive na realidade.

Falando de turismo: há quantos anos este problema está para ser resolvido?

Em tese, pode inferir-se que a CM de Sintra, gestora do Centro Histórico, deveria ter cedido à PS-ML o direito de compra do Hotel Netto, a qual suportaria (S.E.& O.) os quatro milhões e meio de euros da reconstrução, ditos dispendiosos para a Autarquia.

A propósito da recuperação do Centro Histórico

Divulgada a pormenorizada estimativa de custos para recuperar o Hotel Netto, perguntava-se se não seria mais lógico a Câmara Municipal fazer tal investimento no Programa Integrado de Reabilitação e Valorização do Centro Histórico.

Rua dos Arcos, em pleno Centro Histórico. Quantas vezes pedida intervenção nos últimos anos?

Falar-se do Programa para a Reabilitação, exigiria um dado precioso ao debate (e não fornecido): - A quanto ascenderam e como foram aplicadas no Centro Histórico as contrapartidas financeiras da Zona de Jogo do Estoril anteriores a 2009.

Ora, no Centro Histórico, há carências a que a Câmara terá de responder (redes de água, esgotos e iluminação) mas outras não lhe incumbe suportar por serem de operadores externos, como é o caso das redes de telecomunicações, gás e TV cabo.

Admitindo-se que só a limitação de tempo para as intervenções terá impedido uma mais ampla e enriquecedora opinião, foi uma pena que não tivessem sido abordadas, por quem conhece, outras situações de interesse para a vida sintrense.

Nomeadamente a indiferença perante a venda - no último mandato -  das casas pombalinas na Volta do Duche, quando os defensores do património sintrense poderiam ter defendido um solução como a agora sugerida para o Hotel Netto.

Lembre-se que, em 2011, a PS-ML adquiriu à Câmara de Sintra por 1.160.000€ (a pagar em 4 tranches) a Quinta da Amizade, que inclui a Vila Sasseti, tendo sido prevista a sua abertura em 2012, mas ainda sem sinais relevantes de recuperação.

Quinta da Amizade, há dias 

Para investidores privados - que não de capitais públicos - ainda há a Quinta do Relógio, que a Câmara Municipal (e muito bem) desistiu de comprar por cerca de 6.500.000€, com custos de reabilitação ou orçamentos nunca apresentados.

SRU, uma via de solução para o Centro Histórico

Devemos dizer que não somos adeptos da criação de uma Sociedade de Reabilitação Urbana, pois talvez se tornasse num outro pólo tão complicado como o podem ser empresas municipais ou de capitais públicos. Até por questões de custos e…IVA.

Na realidade, tendo a Câmara Municipal quadro técnicos sobejamente conhecedores de como se defende o Património e das medidas adequadas, dentro da própria autarquia há lugar para um Serviço de Reabilitação Urbana.

Tal serviço não se restringiria ao que hoje chamamos e confinamos como Centro Histórico, mas a uma área mais alargada e incluída nos estudos a efectuar.

O Centro Histórico exige soluções urgentes, não comportando no seu terreiro disputas sobre quem é melhor ou pior proprietário, antes quem resolva os problemas.

É nisso que confiamos...




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