Na edição
do Jornal de Sintra de 7 deste mês, em seis colunas, é dada à estampa a opinião que o Dr. Hermínio Santos, prestigiada figura sintrense,
apresentou em recente debate sobre o "Centro Histórico de Sintra"
promovido pela Alagamares.
Antigo Hotel Netto, importante é acabar esta imagem degradante
Pelo que
se lê, a intervenção centrou-se, praticamente, na aquisição do Hotel Netto pela
Câmara Municipal (direito de preferência), estribada numa ampla manifestação de patamares técnicos e orçamentais e
futurologia sobre a utilização do imóvel.
Antigo
Vereador Municipal, o Dr. Hermínio Santos tem conhecimentos acrescidos, pelo
que, de uma penada, logo terá assustado alguns presentes com os quatro milhões
e meio de euros que apontou – sem "exagerar" - de custo final da
aquisição.
Em cinco
das seis colunas, as múltiplas alusões à Empresa Parques de Sintra –
Monte da Lua justificaram a opinião de que esta poderia ter assumido
o “elevado dispêndio com a recuperação do Hotel Neto” (no texto do jornal só com um t).
Identificando
as prioridades definidas pela CMS para 2014-2017, alertou: “pode concluir-se
que o Centro Histórico de Sintra, durante os próximos quatro anos,
não irá beneficiar de qualquer significativa e muito urgente intervenção,
excepto a dispendiosa reconstrução do Hotel Neto” (no texto do jornal só com
um t).
Infelizmente, ao não se identificarem intervenções ocorridas no Centro Histórico nos
últimos 12 (doze) anos, tal facto é facilmente entendido por quem vive na realidade.
Falando de turismo: há quantos anos este problema está para ser resolvido?
Em tese,
pode inferir-se que a CM de Sintra, gestora do Centro
Histórico, deveria ter cedido à PS-ML o direito de compra
do Hotel Netto, a qual suportaria (S.E.& O.) os quatro milhões e meio
de euros da reconstrução, ditos dispendiosos para a Autarquia.
A
propósito da recuperação do Centro Histórico
Divulgada
a pormenorizada estimativa de custos para recuperar o Hotel
Netto, perguntava-se se não seria mais lógico a Câmara Municipal fazer tal
investimento no Programa Integrado de Reabilitação e Valorização do Centro
Histórico.
Rua dos Arcos, em pleno Centro Histórico. Quantas vezes pedida intervenção nos últimos anos?
Falar-se
do Programa para a Reabilitação, exigiria um dado precioso ao debate (e não fornecido): - A quanto ascenderam e como foram
aplicadas no Centro Histórico as contrapartidas financeiras da Zona de Jogo do
Estoril anteriores a 2009.
Ora, no
Centro Histórico, há carências a que a Câmara terá de responder (redes de água,
esgotos e iluminação) mas outras não lhe incumbe suportar por serem de
operadores externos, como é o caso das redes de telecomunicações, gás e TV
cabo.
Admitindo-se
que só a limitação de tempo para as intervenções terá impedido uma mais ampla e
enriquecedora opinião, foi uma pena que não tivessem sido abordadas, por quem
conhece, outras situações de interesse para a vida sintrense.
Nomeadamente a indiferença perante a venda - no último mandato - das casas pombalinas
na Volta do Duche, quando os defensores do património sintrense
poderiam ter defendido um solução como a agora sugerida para o Hotel
Netto.
Lembre-se
que, em 2011, a PS-ML adquiriu à Câmara de Sintra por 1.160.000€ (a pagar em 4
tranches) a Quinta da Amizade, que inclui a Vila Sasseti, tendo sido prevista a
sua abertura em 2012, mas ainda sem sinais relevantes de recuperação.
Quinta da Amizade, há dias
Para investidores privados - que não de capitais públicos - ainda há a Quinta do Relógio, que a Câmara Municipal (e muito bem) desistiu de comprar por cerca de 6.500.000€, com custos de reabilitação ou orçamentos nunca apresentados.
SRU, uma via de solução para o Centro Histórico
Devemos
dizer que não somos adeptos da criação de uma Sociedade de Reabilitação Urbana,
pois talvez se tornasse num outro pólo tão complicado como o podem ser empresas
municipais ou de capitais públicos. Até por questões de custos e…IVA.
Na
realidade, tendo a Câmara Municipal quadro técnicos sobejamente conhecedores de
como se defende o Património e das medidas adequadas, dentro da própria
autarquia há lugar para um Serviço de
Reabilitação Urbana.
Tal
serviço não se restringiria ao que hoje chamamos e confinamos como Centro
Histórico, mas a uma área mais alargada e incluída nos estudos a efectuar.
O Centro
Histórico exige soluções urgentes, não comportando no seu terreiro disputas sobre quem é melhor ou pior proprietário, antes quem resolva os problemas.
É nisso que confiamos...
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