TEJO DOS MEUS SONHOS
De verde, foste
cinzento,
escuro, turvo,
horrendo,
direito ao mar
correndo,
na maré do
pensamento.
Aí, corres violento,
num leito já
acamado,
de barro violentado,
da tua água sedento.
Desaguador de
ribeiros,
guardas segredos no
fundo,
fazem parte do teu
mundo,
os choros dos
avieiros.
Ó rio, desta criança
foste sonho e temor,
dei-te tudo, mais
amor,
és sempre minha
lembrança.
Tinhas fragatas vermelhas,
ostras sempre p’ra
comer,
Gostava tanto de ver
os golfinhos em
parelhas.
Vi tanto hidroavião
no teu dorso
deslizar.
Talvez mesmo
excitar,
as ondas do coração.
Nessa tão louca
corrida,
com nozes brancas à
vela,
Vejo-te lá de
janela,
enquanto penso na
vida.
Anseio ver-te
lavado,
na cor que tinhas
outrora,
promessa que já
demora,
Num futuro adiado.
E quando tal
suceder,
nas margens me vou
banhar,
nos teus braços
entregar,
o que nunca quis
perder.
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