A
MINHA FLAUTA
Tenho
uma flauta, de corpo tão belo,
Brilhante
e firme, pronta a tocar.
Passo-lhe
os dedos, geme docemente,
num
lamento terno, com pauta ausente.
Num
canto da casa, flauta no regaço,
Sinto-lhe
o peso, seu louco arfar.
Música
só minha, sofrida de gente,
Escala
de sonho, contigo na frente.
Não
importam fífias,
Não
importa nada.
Só ela
me dá,
o dom
de voar,
Para
ao pé de ti, e do teu chamar,
Sedento
de tudo, e do teu amor.
Sobre
ondas voando, sem me cansar,
não
largo a flauta, que me dá vigor.
E lá
vou correndo, sem a orquestrar,
por
montes e vales, com sol ou com dó.
É ela
no fundo, que me faz vibrar:
com a
minha flauta, não estarei só!
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