quinta-feira, 9 de agosto de 2012

SINTRA: "O ESTRANHO CASO DE UM CANDEEIRO"


Estive ausente de Sintra e só agora tive acesso a um texto de OPINIÃO publicado no Jornal de Sintra, edição de 27 de Julho de 2012, subscrito pelo Arquitecto Diogo Lino Pimentel, figura muito conhecida e estimada em Sintra.

Com duas fotos, o texto é suficientemente elucidativo:

"No centro de Sintra, junto ao edifício dos Paços do Concelho, nasceu um monumental candeeiro de iluminação pública. Porquê tamanho desperdício tão descabido e desproporcionado? Para iluminar? Porquê se o Largo estava suficientemente iluminado? E logo o candeeiro foi nascer à beirinha do passeio, a um lado do Largo, entalado entre as hortênsias e o lancil, - aquele "monumento" que alguém terá pensado para o centro de algum outro largo ou de uma rotunda grande, como hoje há tantas!
Claro que no centro do Largo Vergílio Horta não cabia, porque já lá está um chafariz (seco!). Por isso o "monumento" terá modestamente nascido no gaveto, ainda que não tenha dispensado um porte de gente grande e importante iluminando tudo à roda, seja parede de casa,  a meia dúzia de degraus que dão a volta ao gaveto, ou (menos) os asfaltos do fim da Volta do Duche e da mini-rotunda do Largo.
Em causa não está tanto que o desenho do candeeiro seja retrógrado, como é. É mais o dano da sua presença, a sua inadequação ao sítio, a manifesta desproporção das suas dimensões, o modo como foi implantado, o exagero da sua altura, e a desnecessidade da sua existência. O candeeiro-monumento recém-nascido é um excesso, alheio a qualquer razoabilidade. Não haverá musgo que nos valha ou nevoeiro que o esconda!

Nota: Alguém me disse que se carrega num botão e o candeeiro toca musica. Não quis acreditar, e também não quis experimentar, por medo que seja verdade!

Diogo Lino Pimentel (arquitecto)"

Depois de abordarmos o mistério da bola de cristal (p. favor clique para rever) e ajudarmos à história do candeeiro vigilante (rever aqui, por favor) , é gratificante apurar que mais alguém se preocupa com tão desadequada obra...

Temos de o baptizar. Quem o decidiu merece juntar o nome à obra.

5 comentários:

Anónimo disse...

Vai dar um belo postal de Sintra ;)

Anónimo disse...



Depois de saber do candeeiro fui ao
local e observei que o candeeiro
está ao nivel de metade do telhado
do edificio da CMS e conclui que a foto foi tirada por quem sabe dar uma ideia incorreta da realidade.
E pena.

Fernando Castelo disse...

Caro Anónimo,
Poderá explicar-se melhor? O que tem a ver a metade do telhado do edifício da CMS com o candeeiro-espião, mesmo que digam que não está activado? Ou o que tem a ver com a má colocação de tal "peça" naquele local? Ou o que tem a ver com a "Música" que dizem poder tocar? A foto está incorrecta? Foi feita alguma montagem? O Anónimo consegue tirá-la de outro local mais privilegiado? Eu não. Apenas do local onde está e, como aberação estética, não serei só eu a senti-la. Mas, por favor ajude. Sabe quanto custou ou quando foi oferecido? Quem o recebeu?
Grato,

Anónimo disse...

eersitB
Sr. Castelo,

Voltei ao local do «crime» e não é que gostei do candeeiro. Repito que parece exagerado o angulo da foto. Detesto, isso sim, se algo de menos correto está por detrás de tudo.
Gostos são gostos. Gosto do candeeiro e não devo pedir desculpas por isso.

Fernando Castelo disse...

Caro Anónimo, como diz, gostos são gostos. Nem o pretendo contrariar. Um destes dias, talvez publique fotos de outros quase iguais, devidamente enquadrados...sem adaptação para vigilância. Quanto ao ângulo da foto, bem, eu só podia estar com os pés no chão da Volta do Duche...se estivesse na quinta em frente tiraria a foto de cima para baixo. Nem o candeeiro é mais pequeno, nem eu o fiz crescer. Não acha que estaria melhor no largo em frente aos Paços do Concelho? Naquele sítio onde, por um feliz acaso, uma árvore foi cortada...e acabaria por dar lugar a uma nova lá plantada. Um candeeiro de cinco lanternas a uma esquina?
Cumprimento-o,
Fernando Castelo