quarta-feira, 7 de setembro de 2011

SINTRA: 18.097 DESEMPREGADOS INSCRITOS EM JULHO

No passado dia 20 de Maio ( aqui neste blogue ) abordámos os números do desemprego em Sintra, uma situação demasiado preocupante que deveria ter originado medidas de emergência adequadas ao seu combate.

Umas pinceladas de cosmética procuraram iludir a questão, porque nos tempos que correm o espalhar de intenções e projectos é mais fácil do que concretizá-los.

A situação é esta: enquanto a nível nacional o desemprego oficial teve uma ligeira baixa, em Julho, cá por Sintra, o desemprego aumentou…

Segundo os dados oficiais, em 31 de Julho havia 18.097 desempregados inscritos, ou seja, mais 66 do que em Abril (18.033), mês em que, segundo a propaganda feita, o Fórum Sintra teria criado mais 3300 postos de trabalho, sendo 2500 directos.

Claro que, no anterior artigo, ainda pedimos ao Senhor Presidente da Câmara que nos ajudasse a saber quantos postos de trabalho tinham sido efectivamente criados…mas só nos apercebemos de ter repetido os 3300…

Tendo descido em Maio (-57) e Junho (-108), provavelmente por razões sazonais, o desemprego voltou a aumentar em Julho (+229 do que em Junho).

Diga-se que em Julho aumentaram os desempregados em todos os grupos etários.

Ao nível da escolaridade, só baixou o número de candidatos a emprego com habilitações inferiores ou iguais ao 1º. Ciclo da Escola Básica. Todos os desempregados com 2º e 3º Ciclos EB e Secundário aumentaram. Foi significativo o aumento no grupo do Ensino Superior (+105 do que em Junho).

Portanto, pelos dados, só alguns trabalhadores com menos habilitações conseguem aceder a um posto de trabalho, justificando que os políticos tenham cautelas ao falar em desenvolvimento, a que por vezes associam sustentado. Sustentado em quê?

Existindo no Executivo Camarário professores de facto, deveria ser compulsório que estudassem as razões pelas quais os desempregados com mais habilitações é que não encontram colocação em Sintra. Claro que o trabalho, por envolver a vida das pessoas e perante a falta de resposta camarária à sustentabilidade do concelho, seria bem árduo.

Claro que é mais fácil aprovar gastos que muitas vezes nos surpreendem.

Claro que tal levantamento seria um importante contributo para a vida colectiva e permitiria o desenvolvimento da cultura empresarial qualificada de que Sintra tanto carece. 

Só assim – se nisso houver interesse – se poderão criar estruturas com influência na evolução da economia, com reflexos sociais adequados à estabilidade das famílias.

As famílias, compostas por pessoas iguais aos autarcas e a governantes, não vivem para depender de actos caridosos ou piedosos, largamente publicitados e eleitoralmente aproveitados. Vivem à procura dos seus justos rendimentos de trabalho,  com os quais saberão definir o que de melhor conseguem para os seus membros.

Trabalho sim, caridade não. 

1 comentário:

Amadeu disse...

Pois é, Sr. Castelo tem muita razão quando faz a análise, ao desemprego no nosso Concelho,na zona onde vivo,cada vez encontro mais pessoal desempregados. Os mais (velhos) a saída é frequentar os cursos e fazerem um retrato da sua viva, por vezes bastante penosa, trabalho duro,que se calhar preferiam não recordar. Os mais novos sem trabalho nem rumo de vida, vivendo muitos deles ainda com os país. E sem objectivos à vista.Os licenciados continuam a abandonar o País, que os viu nascer, que tal como os seus pais investiu na sua formação. E agora os lavam para outra paragens onde os seus valores são reconhecidos. Mas voltando à sua mensagem onde estão os 3.300 postos de trabalho, que até as inscrições eram feitas no Palácio de Valências (posto à disposição pelo Sr.Presidente da Câmara),de todos aqueles que conheço e que se inscreveram nenhum foi chamado. A inauguração foi feita os políticos marcaram presença, sorridente como sempre.