domingo, 13 de novembro de 2022

SINTRA: UMA FALHADA AMERICANIZAÇÃO (1)

   "Um povo que não tem memória dificilmente tem presente e raramente tem                     futuro" (Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Adolfo Horta, em 25 de Abril de 2020) 

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Então os americanos?

As palavras correram mundo, sem filtros, e a opção de Sua Senhoria querer uma empresa americana para organizar a Câmara embasbacou qualificados técnicos.

Ao fim de 7 anos de êxitos, do Museu do Brinquedo ao inquérito à majoração do IMI, da compra e venda do Netto à Pousada, da Cavaleira, sentiu-se incapaz?    

Não organizara Sintra e, em 8.10.2020, fez um quase lancinante apelo ao nosso Embaixador em Washington convidando-se para "o receber em visita".

Não se desprezando a autocrítica, parece ter dito que em Portugal não há ninguém capaz de resolver a questão da organização da Câmara de Sintra. 

Como terá doído a Sua Senhoria, citador de êxitos alcançados na sua passagem pela AICEP, ter de procurar um intermediário para a "melhor empresa americana".

Ao chegar a Washington, o nosso Embaixador, emocionado com tão humilde pedido, logo lhe entregaria um cardápio de empresas cobradoras de elevados honorários.

A ser verdade que "Vive em Sintra", como munícipe sintrenses não residente em Mont Fleuri mas algures, havia razões para ida a Washington com devida comitiva.   


Mais um flop?

Como ativo facebookiano, Sua Senhoria não levará a mal que lhe fale em flop, pois mais de dois anos passados não conseguimos lobrigar os americanos especialistas.

Será que Sua Senhoria exorbitou a explanação organizativa, ficando-se pela intenção como sendo acção (voluntas pro facto reputatur) para impressionar os assistentes?   

Devemos antes sugerir a Sua Senhoria que seria do maior interesse o esclarecimento completo de várias situações pelas quais foi decisor relevante.

Contas do Hotel Netto

Está assim o Hotel Netto

O Hotel Netto é daquelas situações em que, para nosso sossego (ou não) Sua Excelência nos devia informar, clara e definitivamente, como está o negócio.

Antes de mais, para ajudar eventuais retardamentos na compreensão, recordaremos que a aquisição do Netto para uma estrutura da juventude virou ilusionismo.

Entre as páginas 230 e 236 da Ata da Sessão de Câmara de 23.11.2013, podemos ver, em feliz suporte, qual o destina a dar às ruínas do antigo Hotel Netto (*)

- "Um hotel de Juventude que possa ter jovens de todo o mundo para animar o centro de Sintra" e, noutra parte, "é qualquer coisa que tem muito a ver com a Câmara Municipal".

Tornou-se estranho que em 22.9.2015, a Proposta 773-P/15, subscrita por Sua Senhoria, fosse para alienação do Hotel Netto...e não para o Hotel da Juventude.

Alguém disse que "A Câmara Municipal não tem habilidade para gerir uma Unidade Hoteleira", desmentida pela vocação em explorar a Pousada de Jovens. 

Pela Ata 7/16, da Sessão de Câmara de 5.4.2016, ficamos a saber da proposta de  adjudicação do Netto por 1.000.000€ e Aprovação do Contrato da Pousada.

(se isto não é organização, que devemos pensar?)

Voltando à venda do Netto, o valor de 1.000.000€ tinha o plano de pagamento:

- Adjudicação Provisória ...........................................20% do valor de arrematação na hasta pública 
- Abertura da Unidade Hoteleira ...............................30%  "      "     "          "              "      "         "
- Seis meses após abertura da unidade hoteleira...25%  "      "     "          "              "      "         "
- Um ano após abertura da unidade hoteleira..........25%  "      "     "           "             "      "         "

Os 30 meses previstos para a reconstrução do Hotel esgotaram-se em 30 de Outubro de 2018 e, passados quatro (4) anos está como a foto acima mostra. 

Seis anos decorridos sobre o Contrato da Venda, como se encontra o pagamento, tendo em conta não sabermos se o Contrato fixava prazos e penalizações? 

Seria para deslindar esta situação que precisávamos de americanos?

Só Sua Senhoria saberá se este é um problema de Organização. 


(*) - Recomendamos vivamente a leitura da Ata 24/13 das Sessões de Câmara.


4 comentários:

Francisco Baudouin disse...

Caro amigo Fernando Castelo 14 novembro 2022.
É um prazer, poder acompanhar sempre, os seus interessantes e, atuais comentários!
Fernando Castelo, caso não se importe, gostaria de lhe dar conta de que também eu (queluzense à quase sessenta anos) de que quando me dei conta desse interessante e curioso “apelo”, para a vinda de uma conceituada empresa americana, para organizar os serviços da CM de Sintra (…)
Recordo-me bem desse dia como se fosse hoje, em que curiosamente decorria o Conselho Estratégico Municipal de Sintra, onde a esperança dos sintrenses e não só, residiria mais uma vez em saber qual seria afinal, por parte do responsável da edilidade sintrense, a sua visão global do futuro para um todo, e não como estranhamente vem sendo teimosamente hábito, referir-se apenas uma parte do concelho, de Sintra!
Oh não seja afinal o concelho, muito mais para além de apenas, Sintra…
Caro Fernando Castelo …
Vem isto a prepósito de que (entre as enumeras promessas) destacar aqui que os queluzenses aguardam com espectativa, e porque não referir aqui o espanto de continuarem a aguardar, que desde 2019 se faça cumprir este anunciado concurso publicamente de Obras - 405808-2019, que visava apenas e não só, a Empreitada programa de recuperação de “TODAS AS vias rodoviárias 2020”- Portugal-Sintra: Manutenção de estradas (site oficial da UE)
https://ted.europa.eu/udl?uri=TED:NOTICE:405808-2019:TEXT:PT:HTML
Para que se atente à efetiva falta de coordenação, e organização na CM de Sintra, para além de não se ter minimamente cumprido em 2020, e na integra, as anunciadas empreitadas no referido concurso aprovado 405808-2019 - 29/08/2019, em Sintra, eis senão quando a CM de Sintra, fez anuncio no site oficial da dita CMS, da aprovação no dia 21 maio 2021, de um programa de recuperação de vias rodoviárias para o ano 2022, sem que o programa de 2019, tivesse sido minimamente cumprido em todas as vias rodoviárias da freguesia de Queluz!
https://cm-sintra.pt/atualidade/noticias-institucional/sintra-aprova-programa-de-recuperacao-de-vias-rodoviarias-para-2022
Como se isto não bastasse, seria ainda faseadamente referenciado na dita informação da CMS de que:
A requalificação das redes rodoviárias dá continuidade às intervenções iniciadas pela autarquia em 2019, num programa que abrange TODAS AS freguesias do Concelho de Sintra, nomeadamente:
União das Freguesias de Agualva e Mira-Sintra;
Junta de Freguesia de Algueirão Mem Martins;
União das Freguesias de Almargem Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar;
União das Freguesias do Cacém e São Marcos;
Junta de Freguesia de Casal Cambra;
Junta de Freguesia de Colares;
União das Freguesias de Massamá e Monte Abraão;
União das Freguesias de Queluz e Belas;
Junta de Freguesia de Rio de Mouro;
União das Freguesias de São João das Lampas e Terrugem;
União das Freguesias de Sintra.
Sintetizando:
“A CM de Sintra aprovou, no dia 21 maio 2021, um programa de recuperação de vias rodoviárias para o ano 2022 no Concelho de Sintra, sem que, para o efeito tivesse sido respeitado, e cumprido na integra o anunciado dito programa 405808-2019 - 29/08/2019, publicado no Suplemento do Jornal Oficial da União Europeia - https://ted.europa.eu/udl?uri=TED:NOTICE:405808-2019:TEXT:PT:HTML
Perante mais este curioso fato, os queluzenses, continuam em 2022 expetantes no que se refere à forma, e conteúdo, que o responsável pela edilidade sintrense, pretende partilhar um pouco do que é afinal a sua visão sobre o futuro da freguesia de Queluz, que desde 2003 muito tem sofrido com as agruras das variadas intervenções aqui ocorridas, da responsabilidade do dito promotor.
Posto isto, os queluzenses limitar-se-ão por certo, como até aqui, a aguardar por essa tal “visão” do futuro!!!
Cumprimentos amigo Fernando Castelo, é um prazer.

Fernando Castelo disse...

Caro Visitante Francisco Baudouin,

Antes de mais a gratidão pela sua visita a este blogue.

Permita que manifeste a satisfação pelo riquíssimo historial que trouxe à colação, mais do que tudo pelo desmascaramento da vida em que Sintra tem sido "rica", melhor, há quem fique rico nesta Sintra.

Grato, volte sempre

Fernando Castelo

Francisco Baudouin disse...

Caro amigo Fernando, pode estar certo de que compartilharei consigo, assim como com os seus leitores, o meu continuo interesse pela defesa intransigente do concelho de Sintra, em particular ao que se refere á Freguesia de Queluz, assim como, da sua população.
Amigo Fernando, não querendo ser abusador, caso não se importe, e porque penso ser algo de grande importância gostaria de lhe sugerir, e por à sua apreciação este artigo:

O porquê, de se voltar ao Censos 2013?!

Por vários motivos, mas sobretudo porque é de extrema importância, recordar-se por uma vez que seja, do que foi referido na [edição oficial] do “Censos de 2013”, a que nem todos os cidadãos do concelho de Sintra, e em especial, os da UF de Queluz e Belas em particular, tiveram o devido acesso a este estudo!!!
E por quê?
Porque se trata de um interessante e muito bem elaborado trabalho aplicado ao território: “O estudo de caso de Queluz” – da Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da autoria de Sérgio Carlos Esteves Marques - Mestrado em gestão do território e urbanismo - orientado pela professora Drª Isabel André!!
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/20514/1/igotul003946_tm.pdf
Posto isto …, restará apenas que cada leitor criterioso, deste estudo, retire as suas próprias ilações!
Francisco Baudouin









Fernando Castelo disse...

Caro Francisco Baudouin,

Mais uma vez grato pela sua análise e manter vivo um problema que muitos gostariam que fosse esquecido.