quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

SINTRA: TRILEMA DO CANDEEIRO "VIGILANTE"...

É de admitir que o actual Presidente da Câmara de Sintra ainda não se tenha apercebido daquele candeeiro negro colocado na esquina dos Paços do Concelho.

Provavelmente, se o visionar na paisagem, não só o mandará retirar como desejará saber como foi possível ali foi aparecer a peça com tantas virtudes operativas.

Pedirá - admitimos - com a proverbial elegância, que busquem o comando à distância de tal ornamento público, para exibições regulares e chamariz de turistas.

Estória inacreditável...

A estória que vamos recuperar começou antes de Basílio Horta ter sido eleito para presidente da Câmara Municipal de Sintra.

Portanto esta "obra" não é ónus seu....apenas lhe tem dado continuação...


Montava-se (nas barbas dos Autarcas) um candeeiro negro, apresentado como difusor musical e de alarmes às autoridades, omitindo-se a vocação para espião...

Dizia-se que seriam três (3) os candeeiros a instalar...por sorte foi só este. 

Aqui está ele, como se nota bem "enquadrado" na obra de Adães Bermudes...

Com cinco lanternas, a colocação numa esquina reflectia um duvidoso gosto estético. Na mais alta, tapados com meio globo de vidro espelhado, estavam os olheiros.

A "bolinha" mágica que poderia ver ajuntamentos, manifestações e o que viesse...

Após instalado, tocou a musiquinha (não de Quim Barreiros); soou um alarme; seguiu-se uma cinta negra tapando os botões contra o seu uso...foi castrado...

A "tira de castidade" para não se aceder aos segredos do candeeiro

Peripécias da instalação

Candeeiro de outra galáxia, não deixava de requerer energia eléctrica para se alimentar, mas não tinha ligação à rede pública de iluminação. Que fazer?

A poucos metros, uma casa de comidas serviu o alimento, instalando-se um contador de electricidade junto à porta e uma puxada de corrente até ao candeeiro-espião.

Parece uma canalização para rega de flores, não parece? Passagem para fios

Dentro da tubagem que acima mostramos, os fios eléctricos chegavam discretamente ao candeeiro-espião, pondo-o disponível para as suas louváveis funções.

Uma fonte do gabinete de comunicação viria a esclarecer que a videovigilância não estava activada e que o poste fora oferecido por uma empresa do concelho.

Confessamos que, na leitura cuidada de muitas Actas de Sessões de Câmara posteriores,  não localizámos a indispensável Proposta para aceitação da oferta...

De quem era, afinal, aquele emplastro, pretensamente de uso público?

Continuemos a estória...

Em 9 de Agosto de 2012, um novo artigo (por favor clique) reproduzia a Opinião do Arquitecto Lino Pimentel - um Ilustre Sintrense - publicada no Jornal de Sintra.

O candeeiro, com energia privada, não fazia parte da iluminação pública nocturna. Isso justificou outro artigo em 15.6.2013, com Poema alusivo (p.f.clique).

 
O estranho uso de um candeeiro com 5 lanternas e uma Câmara de vigilância

Que se passou? É Vox populi que um dia (na tal casa) apareceu a factura da electricidade consumida pelo candeeiro, sendo irrelevante dizer-se quem a pagou...

Aumentava a curiosidade sobre a função de tão escura peça nocturna até que um dia, desligada a corrente privada, seria o candeeiro ligado à Rede Publica.

Decorridos mais de 5 anos, aquela peça desenquadrada do local (poderia estar no centro de um Largo ou Rotunda) lá continua como uma aberração. De tal forma...

...que nem consta do portefólio fotográfico de site camarário onde a foto é a que abaixo mostramos e não a do cimo deste texto, uma ingratidão ao mérito autárquico. 

Porque a imagem que é mostrada no site não "inclui" o horroroso candeeiro?

Um trilema a desvendar...

Aqui chegados, ficamos perante um trilema curioso, que alguém desvendará:

1. Apesar de ter sido dito, nunca nos apercebemos de ter sido levado a decisão do Executivo a proposta para aceitação da eventual oferta do candeeiro;

2. Se a Câmara não recebeu, como foi feita a cedência à Rede Pública de Iluminação, explorada e mantida (?) por uma entidade alheia à Câmara?

3. Neste quadro, a termos razão, quem é, para os efeitos legais, dono do candeeiro?



Será que tudo isto é normal, aceitável, no segundo município do País?

Somos nós que estamos enganados? Isto faz parte da vida Autárquica?

Por fim, não nos cansamos de perguntar se Sintra merece isto. 



Nota: Em certa altura foi nosso convencimento de que o candeeiro estava ali para exposição.


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