quinta-feira, 30 de março de 2017

SINTRA: PLANO DA ABRUNHEIRA-NORTE, O QUE FALHOU?

Um Plano que poderia ser um bom plano...

Um dia destes, inesperadamente, tal como tem sucedido com "polos", "hospitais" e outras coisas mais, o Plano de Pormenor da Abrunheira-Norte ressuscitará. 

Sendo uma área inserida na Zona de Protecção Rural constante do Plano de De Gröer, a provável dispepsia causada pelas regras não é fácil nem politicamente tratável.

A história é antiga, tem quase 20 anos e dá pano para mangas.

Pode dizer-se que quase tudo foi mantido na nuvem, sem efectivas repercussões na terra e nos interesses e necessidades mais ajustadas ao prestígio de Sintra. 

Local privilegiado para um Centro de Congressos que tanta falta nos faz, o Plano apresentado foi ajustando as meias-tintas com as meias-ilusões...e apagou-se.

Era a "cidade" SONAE", certamente ainda se lembram

Não terá sido de propósito, mas não é que com o Plano de Pormenor da Abrunheira Norte a placa toponímica da Abrunheira foi avançando até ficar quase de fora do Plano?


A antiga Placa estava à entrada da Estrada Nacional 249-4

Aqui, a Placa já está a mais de 100 metros do anterior local (acima apresentado)

Actual local, praticamente fora da Área do Plano de Pormenor da Abrunheira-Norte

Voltemos ao Plano, que tem muito que contar...

Quando em 2014 o Plano foi ressuscitado (por favor relembre-se aqui) Basílio Horta logo disse ser "o maior investimento em Sintra". Chamava-lhe a "Cidade SONAE".

Com as placas toponímicas andantes, o Plano acabou por ficar fora da Abrunheira, onde (face ao Plano de De Gröer) a Câmara limita a altura das edificações a dois pisos.

E o nome da Abrunheira apenas ficou no Plano...    

Assim, o "Enquadramento Paisagístico de Aproximação à Serra de Sintra", invocado no Plano que tanto entusiasmou Basílio Horta, poderia ter a tapar a Serra...um Edifício com 15 metros de altura, outro com 12 metros e 15 (quinze...) com 9 metros de altura...

Estranhamente, prevendo o Plano uma via de cintura interna a passar paredes meias com uma unidade Industrial da Abrunheira, não daria acesso a essa unidade, pelo que os camiões que todos os dias atravessam a aldeia continuariam a fazê-lo...

Houve promessas: - A velha escola recuperada; Centro de Saúde (muitos utentes vão ao Posto da Várzea a 15 kms.); Uma AUGI legalizada (praticamente já estava...). 

Esquecia-se a cada vez maior concentração de viaturas na zona e que, por força do licenciamento de novas grandes superfícies sem novas vias, seria agravada. 

Uma Área Privilegiada para servir Sintra 


É uma zona com clima privilegiada, ar puro e muito Sol durante todo o ano.  

Entre espaços verdes, bons hotéis com mini-golf ou lawn bowls  e, ao que se dizia, uma clínica privada (respeitando a altura de dois andares) seriam respostas com retorno.

Ao mesmo tempo, por estar junto ao IC19, reúne condições para um Terminal Rodoviário de Proximidade (TRP), permitindo aos visitantes o acesso rápido ao Centro Histórico e aos Monumentos da Serra, ao mesmo tempo servindo os residentes.

É altura de se perguntar, passados quase três anos e meio, se Basílio Horta tem mais alguma coisa para prometer sobre este tão exigente Plano, ou o que terá para dizer.

Algo terá falhado? Ou o que falhou?

Será que o Plano foi diferido para 2018 ou mesmo 2021? 

SEM NADA SE SABER É QUE NÃO É O CAMINHO. 


7 comentários:

NeWave disse...

Caro Fernando, relativamente a esta frase:

"Local privilegiado para um Centro de Congressos que tanta falta nos faz,"

Vamos ser práticos e fieis à lei. O terreno que fala é REN (Rede Ecologica Nacional)logo não deve ser construido coisa nenhuma.
Deve isso sim, ser limpo e mantido deessa forma.

Fernando Castelo disse...

Caro ou Cara Visitante,

Certamente fui pouco claro ou gerou alguma confusão. O Centro de Congressos que refiro é dentro da Área do Plano, e se outras construções estavam previstas - até de alturas e volumetria consideráveis - também um Centro de Congressos (que tanta falta faz a Sintra) com hotéis por perto, era prestigiante para aquele imenso espaço.

Grato, um abraço

Nuno Maior disse...

Foi claro.
Talves eu nao o tenha sido.
Toda a zona do terreno em causa é REN, logo não deve ser permitida qualquer construção.
A impala não devia ter sido construida.
Para ter mais dados objeectivos e concretos sugiro a leitura do estudo do impacto ambiental para o PPAN e julgo que ficará esclarecido.

Defender qualquer tipo de construção para uma zona protegida diz tudo acerca da postura com que a sociedade hoje em dia assume perante a defesa do ambiente e valores ambientais (ou ausencia dos mesmos.)

Mas vou mais longe, sugiro os espaços que agora estão devolutos para o tal centro de congresso, dou dois exemplos:

Em frente ao Hotel Ibis, e a antiga Samsung, estes 2 espaços são perto do local referido e estão ao abandono.

Requalificar é outro pilar para a conservação ambiental, porque construir de novo se existem espaços abandonados com caracteristcas adaptaveis para vários propositos?

Fernando Castelo disse...

Caro Nuno Maior,

Suponho que se está a referir à Rede Ecológica Nacional. A qual assenta em:

Áreas de Protecção do Litoral; sustentabilidade do ciclo hidrológico e prevenção de riscos naturais.

Ajudar-me-ia se indicasse qual destas situações se aplicam a esta área do PPAN.

Eu compreendo-o mas, salvo melhor opinião, deve gritar-se REN quando há um suporte forte.

Há muitos anos, havia quem gritasse "os ricos que paguem a crise"...mas não diziam como. E na verdade é que nunca a pagaram.

Dado este exemplo, estou em crer que o estimado Nuno Maior também concordará que aquele abandono de mato, onde proliferam riscos ambientais através de pragas, pode ser útil à sociedade e a Sintra, com as devidas e responsáveis soluções e de agrado para hoje e vindouros.

Claro que a Impala talvez não devesse ter sido lá construída...mas sabe a respectiva história? Procure saber como foi conseguida aquela construção. Também lá havia a Mercedes...pode visitar o que lá está. É assim que queremos? Eu não quero, mas exijo que haja regras bem definidas sobre a tipologia do que la seja feito e que não contrarie algumas regras de aproximação a Sintra e ao ambiente.

Quanto à Samsung e à antiga Schering, tem razão, aquele abandono devia ser penalizado, mas o Presidente da Câmara ainda não deve ter visto ou ser informado daquilo como está. Talvez até lá fizesse um Hospital (ou Polo como agora ele chamará ao fingir de Hospitais...).

Agora, quer queiramos ou não, o dono daqueles sete hectares de terreno fará as pressões para os poder rentabilizar e está na nossa mão - eu, o meu Amigo e outras pessoas empenhadas - dar soluções para o terreno de forma a acabar com o que estão mas tornar-se positivo para todos.

UM abraço e volte sempre.

Nuno Maior disse...

Bom dia,

Cometi uma imprecisão, não é REN, mas sim REM (Rede Escologica Municipal) considerada como Area Vital pelo PROTAML.

Quanto ao "abandono" do mato.... é como diz, existe um dono legitimo e identificado, existem leis que penalizam quem não limpa os seus terrenos... é cumprir a lei.
E ainda relativamente ao mato... há que desmitifcar essa ideia... o mato tb é necessário ao equilibrio ambiental, se deve ser ordenado, com certeza.

Resumindo, os terrenos se são protegidos não é por acaso... não é para (ou não deve ser) "dobrar" a lei quando surge um projecto que tem interesse, não pode (ou não deve) haver maior interesse que a proteção social e ambiental.

Mais desenvolvimento no Transferidor de hoje.

Abraço.

NeWave disse...

E não são 7 hectares, mas sim 70! (eu sei, padeço do mesmo mal, é muita informaçao para reter fresca na memoria!)
Abraço

Fernando Castelo disse...

Caro Nuno Maior,

Nestas coisas devemos ter um certo equilíbrio, porque se assim fosse não se conseguia sair da idade da pedra. É sempre possível conciliar o desenvolvimento com a fixação de regras de protecção ambiental e qualidade.

No caso em apreço, a aquisição em tempos tão remotos pelo grupo Carrefour, foi um elevado investimento que haveria de levar à utilização daquele espaço. A passagem para a grupo Sonae teria de levar ao ressuscitar do Plano. Diga-se em abono da verdade que foi Seara que o arquivou...mas a mania de invocar postos de trabalho e mais isto e aquilo, quase dava lugar a um atentado.

De qualquer forma há uma situação que é preocupante: a Ribeira das Sesmarias (inventaram-lhe outro nome para o Plano) deixou - praticamente de ter água. Para onde corre? Foi enterrada? Curiosamente isto passa-se desde que o Leroy Merlin se instalou do outro lado da Estrada Nacional.

De qualquer forma aguardemos o que se vai passando.


* Hã dias, foi-me quase garantido que o Grupo Cuf vai construir um Hospital em Mem Martins.

Ando a procurar saber onde é...

Um abraço