Aguardo há três dias que um porta-voz camarário ou afim, aborde a postura da Câmara Municipal de Sintra relacionada com o Museu do Brinquedo, já que para uma reportagem da RTP1 "ninguém se mostrou disponível" para o fazer.
No site camarário, sabe-se que o "Departamento de Cultura" (não da...) é do âmbito do Senhor Presidente da Câmara, pelo que a indisponibilidade foi ao mais alto nível.
Foi uma ingratidão "ninguém" se mostrar "disponível" para a RTP, tão dedicada a directos com alguns políticos de Sintra, recordando-se - entre outros - aquele passeio de trem em que o Eléctrico de Sintra foi convertido em "comboiozinho"...
O Museu do Brinquedo de Sintra não é uma questão de indisponibilidade. É um património mundialmente conhecido que honra Sintra e deve ser salvaguardado.
Compreende-se o imenso sofrimento da Senhora Directora do Museu, cujo marido contruiu o sonho de deixar em Sintra um Museu para as futuras gerações.
Elegantemente, entre o temor da perda e a esperança por uma solução, a Sra. D. Ana Arbués Moreira enfatiza as responsabilidades do Governo, torneando as camarárias.
Na carta recebida do Presidente de Câmara - Sr. Dr. Fernando Seara - considera-se que "as instalações, espaços e equipamentos não são necessários para o Município".
Na mesma carta, que o Município não tem forma de providenciar "uma utilização e gestão similar à agora assegurada pela Fundação", "seja pela ausência de qualquer programação, seja, principalmente, pela falta de um acervo material equiparável".
Alude o Presidente da Câmara à "indisponibilidade dos meios financeiros, técnicos e humanos a alocar a uma tal realidade", deixando uma riqueza textual relevante:
"A par da inexistência da cultura procedimental e dos conhecimentos específicos habilitantes". (destacado nosso).
Mas o que é isto? Que falta de sensibilidade e enquadramento cultural permitem que um Museu (público ou privado) passe por momentos de incerteza como este, admitindo-se a sua deslocalização para outro município?
Já este ano a Câmara fez cedências de utilização de imóveis, suportou milhares de euros em apoios financeiros a entidades privadas, a danças, com protocolos de cedência e contratos-programa, e o Museu do Brinquedo é que está na corda bamba?
A realidade é outra: - O Museu do Brinquedo não dá votos. É das crianças e dos adultos que gostam dele. Se desse votos, logo surgiria um qualquer Road Runner em viatura camarária, empenhado na "defesa desse património cultural de Sintra".
Ao fim de 12 anos do Sr. Dr. Fernando Seara como estando de presidente e do Dr. Marco Almeida estar como Vice-Presidente, só nos faltava mais uma preocupação, desta vez sobre a existência do Museu do Brinquedo.
Hoje, o Museu do Brinquedo é das crianças e do seu Dia Mundial. Amanhã será de nós todos, sintrenses e visitantes, homens e mulheres que nele se recordam, que por algumas das suas peças deixam cair umas lágrimas.
O Museu do Brinquedo não fechará porque os sintrenses NÃO DEIXARÃO.
2 comentários:
Caro Fernando Castelo,
Completamente de acordo com a sua opinião acerca da importância do Museu para Sintra -pela dinâmica económica que gere, como elemento cultural de grande importância.
Após conversa com Fernando Seara, sobre este assunto verifiquei que por ele não havia solução senão aplicar a lei...o que obriga a que a CMS, a cortar o subsídio mensal e a deixar de ceder o edifício do antigo quartel dos bombeiros, onde está instalado o museu.
Irei tentar perceber quais as reais alternativas, para que Sintra não perca mais um polo cultural, arriscando-se à sua mudança para um concelho mais sensível às questões culturais.
Abraço
Caro Pedro Macieira,
Muito grato pelas suas palavras.
Quem se der à paciência de ler as actas das sessões de Câmara, ou até apenas os resumos, mais ou menos reduzidos (agora poucas vezes constam as verbas dos protocolos, contratos, apoios, etc,, não ajudando à percepção pública) das mesmas sessões, verá que há sempre soluções e justificativos para elas. Ou é a associação em que o atleta foi candidato, ou uma gala em que se arranja outro candidato, a AEmpresarial recebe bons apoios, enfim, ainda há pouco tempo foram cedidas instalações a outros privados...mas por sorte não eram a fundação do Museu do Brinquedo!
Fernando Seara está de abalada e deixa Sintra pior do que encontrou, com campismo e autocaravanismo no Picadeiro junto ao Centro Histórico, com um Museu virtual nas casas pombalinas, depois embrulhadas e agora em venda. É demasiado mau para ser verdade e para o Museu do Brinquedo tera´de existir uma solução.
Um abraço,
Enviar um comentário