Recordo, como se fosse hoje, as emoções que sentimos naquele Dia 18 de Maio de 1950 e todo o entusiasmo com que na aula nos preparámos.
A quinta dos Azulejos, no Paço do Lumiar, estava repleta de pais, familiares e amigos dos alunos. Era a nossa Festa, a grande Festa da Comunhão Solene.
Na Rua do Lumiar, um alfaiate tinha exigido a minha presença por diversas vezes, para que o fato, feito de encomenda, estivesse adequado ao solene acto.
Elegantemente vestido, fato, calças à golf, camisa e gravata
Uns
dias antes, o Padre Augusto Gomes Pinheiro, fundador e director do Colégio,
homem de grande autoridade e respeito, exigia que todos soubéssemos as orações,
para que o acto fosse dignificado e nos sentíssemos cumpridores de uma missão.
Foi
meu Padrinho o Padre Albertino Robles Monteiro Barroso, também professor e
adjunto do director, que nesses dias andava atarefadíssimo.
A
festa foi de arromba. O grande banquete no ginásio oferecia as mais variadas
iguarias, quase todas elas novidade para mim, desde salgados a doces, comida
especialmente confeccionada pelos cozinheiros e pasteleiros do Colégio.
Desse
dia guardo, com todo o carinho, o cartão da minha querida professora Alice,
carinhosamente tratado por nós como a "menina Alicinha", que abaixo reproduzo:
Que
melhor prenda poderia esperar uma criança com 11 anos, oferecida pela
professora que, para nós, era a fonte de admiração e respeito?
Passados
63 anos, saúdo a memória da Professora, mulher que só se dedicou aos seus
alunos e à mãe, com ela residente no Largo do Paço.
Tenho
para com o Colégio Manuel Bernardes uma grande dívida de gratidão, que não
poderia deixar de manifestar nem acabará.
Com
saudade, envio uma saudação ao Colégio que foi e continua a ser um marco determinante no ensino.
E um abraço a quantos partilharam comigo a sua amizade.
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