Auto caravanismo selvagem na Zona Histórica...
Os alertas são antigos, mas a capacidade de decisão anda longe de prevenir o respeito pela Zona histórica de Sintra. Preferem dar-nos musica...
Ao longo do ano, agravando-se no Verão, o parque de estacionamento do Rio do Porto, mesmo no centro de Sintra, tornou-se numa área-dormitório clandestina, até agora usado por auto caravanas. Talvez evolua para um acampamento mais alargado.
Chegam, petiscam (até grelhados), pernoitam, passam uns dias com banhos de sol, enfim, uma colónia de férias gratuita, sem sanitários ou banhos públicos, mas pelo preço não encontravam lugar nenhum tão agradável e permissivo.
Indubitavelmente contam com a benevolência camarária que, quase certo, influencia as autoridades locais para não actuarem. Se assim não fosse, então o que seria?
Neste Domingo lá estavam as caravanas, depois de uma noite bem passada.
Há anos que a Câmara Municipal de Sintra já deveria ter resolvido e desbloqueado a recuperação do Parque de Campismo da Praia Grande. Há quase um ano que foi visitado e prometida uma solução, mas não basta ser visitado. É preciso resolver.
Dá-se nas vistas e surgem fotos nos jornais, mas qualquer força, no segredo dos Deuses, trava...mexe...e... bloqueia, seguindo-se o mastigar que adia.
A Junta de S. João das Lampas apoiou uma área para caravanismo em Santa Susana e Pobral, mas o dito Turismo de Sintra pouco divulga.
O caravanismo selvagem, agora em Sintra, justifica um alerta aos lisboetas para o perigo de um surto endémico, com várias estirpes, no caso, de auto caravanas espalhadas por zonas nobres, do Parque Eduardo VII à Praça do Município.
Admito que os autarcas sintrenses se debatam com dificuldades formativas. Daí que mostre como noutras paragens se evita a abusiva utilização de espaços públicos:
Os caravanistas têm direito a locais adequados ao usufruto das virtudes do ar livre, com condições e infra-estruturas adequadas e garantia da respectiva segurança.
Numa altura em que o auto caravanismo, cada vez com mais frequência, é uma forma de vida e para muitos de residência, não é em espaços históricos, urbanos, onde há dignidade histórica a respeitar, que se deve encontrar ou sugerir a solução
A respeitabilidade de Sintra deveria ser a primeira linha dos seus autarcas e este caravanismo, debaixo dos seus olhos, não abona sobre as suas qualidades de gestores.
A menos que pretendam criar a CAPITAL DO CARAVANISMO SELVAGEM...
Sintra não merecia isto.
Falta um sintrense em Sintra! Para viver os problemas e resolvê-los.
4 comentários:
Caro Fernando Castelo, subscrevo na íntegra este seu desabafo sobre o caravanismo selvagem que, a coberto da falácia do turismo itinerante, tem vindo a transformar os nossos mais belos e respeitáveis lugares num circo em que se exibem os mais evidentes sinais de novo riquismo de braço dado com a falta de civismo. Até quando?
Não condeno o caravanismo, condeno sim a falta de infra-estruturas para suportar esta actividade. O local já está abandonado à tanto tempo, porque não criar condições para que possa ser utilizado para esse fim?!
De qualquer das formas, um sinal de proibição idêntico aos que aqui mostra, não deve ser assim tão caro que não possa ser adquirido. Se calhar estão estão à espera que seja oferecido ... Já a GNR, suspeito que devem ter indicações para não chatear muito ...
Isto cheira a burgueses que não querem partilhar Sintra com quem opta em não usar os estabelecimentos de pernoita! Criem soluções viáveis para as autocaravanas, aquilo não são só desgraçados pobres, é um estilo de vida bem caro por sinal!
Caro ou cara Portelada,
Compreendo o seu desbafo e o que refere como "cheira". Não cheire. O local não é o adequado a caravanismo. Há locais próprios para isso, devidamente adaptados, corrente eléctrica, segurança, etc. Tal como no campismo também há materiais muito caros. Por agora ainda não há tendas neste local...mas com a colaboração oficial talvez venhamos a ter. O caravanismo é agradável, mas escolham os locais adequados e adaptados. Num centro histórico é que não. Porque não vão para junto do Templo de Diana? Ou para o Parque Eduardo VII? Ou Terreiro do Paço? Ou por aí fora? Exijam que o presidente da Câmara cumpra o que prometeu: que arranjava parque para campismo. Vê-se como cumpriu...nem o parque da Praia Grande resolveu. Sabe porquê? Ele sabe.
Cumprimentos,
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