(Artigo publicado no Jornal CORREIO de SINTRA, edição de 10.7.2012)
No passado mês de Maio, acompanhando a evolução nacional, os desempregados inscritos no Centro de Emprego de Sintra baixaram ligeiramente para 21.635 (em Abril 22.003), número que continua a gerar as maiores preocupações.
Dos 21.635 desempregados, 64,627% (13.982) possuem habilitações iguais ou superiores ao 3.º Ciclo de Escola Básica, sabendo-se que 1.828 têm Curso Superior.
É uma situação insustentável a que os responsáveis autárquicos já deveriam ter respondido com incentivos para a fixação de empresas credíveis em Sintra, garantindo trabalho a técnicos mais habilitados. Daí adviria a redistribuição da riqueza através de mais emprego, com inegáveis reflexos no bem-estar social.
Para a população sintrense, nomeadamente a desempregada, o empolamento político de gastos com benefícios sociais ou desportivos, sem correspondência em medidas para o desenvolvimento, não passa de estratagema para captação de votos.
Ano após ano, enquanto o Passivo Exigível da Câmara Municipal aumenta (em Dezembro de 2011 era de 158.556 milhões de euros) o concelho não mostra progresso na mesma proporção.
Apercebemo-nos de que, no meio de mandatos ou quando actos eleitorais se aproximam no horizonte, Sintra é deslumbrada com o foguetório lançado por várias estrelas do firmamento político, local ou nacional e no fim tudo fica na mesma.
Misturando promessas com desenvolvimento sustentável, ficam dúvidas sobre o que entendem os nossos políticos como evolução da sociedade.
Notícias enfatizadas, avidez promocional e correrias velozes aqui e ali, acabam por espelhar as incapacidades dos seus mentores, para não lhe darmos outros nomes.
A Casa das Selecções – história iniciada em 2001 – foi ilusionismo. O jornal “Record” (11.04.2002) noticiava: “Gilberto Madaíl, Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, e Fernando Seara, seu homólogo da Câmara de Sintra, procedem segunda-feira ao lançamento da primeira pedra da Casa das Selecções, em Sintra”. Foi-se…
Da Cidade do Cinema, que em 2008 era para o presidente da Câmara de Sintra o investimento “mais relevante na Área Metropolitana de Lisboa nos próximos dois a três anos (…)”, nada se sabe passados quatro (4) anos.
Com dinheiros do jogo, que deveriam ter sido aplicados em Sintra ao longo de anos, entregou-se a uma associação de Lisboa (um dia perceberemos…) a promoção da Capital do Romantismo, enquanto que os qualificados técnicos estão em Sintra.
Em Fevereiro de 2011, o site que publicita êxitos camarários anunciava: “Fórum Sintra cria 3.300 postos de trabalho”. Um “quiosque” no Palácio Valenças recebia inscrições. Criaram-se ilusões e omitiu-se que anteriores trabalhadores iriam regressar. Entre Março e Junho (reabertura em Abril) os desempregados apenas baixaram em 255...
O Executivo sintrense, ao endividar os sintrenses em níveis nunca vistos, não se dedicou a estratégias de combate ao desemprego. Nomeações políticas e subsídios alimentaram dependentes e não a criação de unidades produtivas.
Só o fim destas políticas acabará com o desemprego como estratégia.
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