NO MEU ALENTEJO...
Nas serras da minh' infância,
Com mato e alecrim,
os cardos de tão azuis,
ficaram dentro de mim.
Nas serras da minh' infância,
as giestas eram belas,
Floridas, tão amarelas,
no meio do rijo capim.
Nas serras da minh' infância,
havi' abelhas zumbindo,
de flor em flor extraindo,
néctar de vida sem fim.
Um mel assim fabuloso,
aromado de cidreira,
vai ficar p'rá vid'inteira,
como ditoso festim.
In "Em pedaços, vos digo"
Nota: Perante a beleza deste pedaço do Alentejo, não tive coragem para escrever o meu nome como autor.
8 comentários:
Mas eu acho que deve colocá-lo,amigo,pois conhecendo a riqueza do que escreve,acho que não se deve esconder como criador.Beijinho.
Hum, que delícia. Consigo sentir-lhe o cheiro e o sabor.
Florbelo Espancado,
Gostei
Anonimo
Isto foi um sopro de primavera para os meus ouvidos! Muito obrigada! (Esta poesia tem que ser publicada! Mas tem mesmo!)
Aromas, cores, saberes e até mesmo sabores, deste nosso Alentejo! Ser Alentejano é muito mais do que um estado de espirito.Ser Alentejano é um estado d'Alma. Muito mais que conhecimento É sabedoria. Saudações Alentejanas. MANEL
Um dia, se tiver tempo, porque tempo não tenho, talvez conte a minha história de vida no Alentejo. Talvez conte a vida de uma criança que apanhava pinhas e levava as tardes a retirar pinhões...com que depois fazia colares, para oferecer à família. Ou da criança que apanhava bocados de cortiça...para ocupar o tempo a fazer barquitos...e que sofria por ver churrascar ouriços, que era a única proteína que era comida em muitas casas.
Obrigado pelas palavras amigas,
Fernando Castelo
Ora então vamos lá a saber uma coisa, o compadre, tem de se comprometer com o prelo! Quando?
Caro Manel,
Um dia, quando for mais velho, arranjo uma editora...
UM abraço,
FCastelo
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