segunda-feira, 4 de abril de 2011

SAÚDE EM SINTRA
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE 23.3.2011

site de Câmara - notícia alterada

Ao fim de vários dias, foi preciso pedir a intervenção do Senhor Presidente da Câmara para que a notícia publicada no site da CMSintra, relacionada com esta Sessão de Assembleia Municipal e seu encerramento, correspondesse ao que realmente se passou.

Quem tiver a paciência de consultar o texto agora disponível, notará que, desta vez, está omitida a intervenção dos representantes das bancadas (Bloco de Esquerda, da Coligação Democrática Unitária, do Partido Socialista e da Coligação "Mais Sintra").

 Igualmente está omitido que houve debate público.

Que mais se poderá dizer?

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AINDA SOBRE A SAÚDE EM SINTRA

Das várias peças que li, em nenhuma consegui ver referências a decisões tomadas noutras Sessões da Assembleia Municipal (AM), que provavelmente poderão ter influenciado algumas presenças ou ausências no passado dia 23.

Com efeito, na AM de 23.6.2006 foi aprovada uma proposta da CDU que defendia a construção de um hospital público em Sintra.

Tal aprovação no órgão maximo da autarquia, representava uma inequívoca linha de orientação, admirando que pouco tempo depois viesse a ser contrariada em Sessão Camarária quando se propôs - e aprovou - a participação da CMSintra no capital social da empresa gestora do Amadora-Sintra, por sinal onde o Grupo Mello detinha a totalidade do capital!

Seguiu-se uma AM em 22.2.2007, onde foi pedida autorização para "a celebração com a José de Mello Saúde, Soc. Gestora de Participações Sociais,SA, do protocolo que tem por objecto a transmissão à Câmara Municipal de Sintra de 12.000 (doze mil) acções representativas de 6% do capital social do Hospital Amadora/Sintra-Sociedade Gestora,SA". 

No debate sobre a proposta, apenas se escutaram opiniões de deputados da CDU e BE, que se posicionaram - rigorosamente - no objecto da proposta, criticando-a sem desvios.

Antes da votação, falou  o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Sintra que, face às intervenções dos deputados municipais referidos, confirmaria o pedido de autorização como "uma novidade e a novidade tem que ser analisada dentro das matrizes tradicionais. Mas nada pode fazer quanto às matrizes tradicionais, senão ler o best-seller "Estaline" sobre essa matéria". Diria ainda, "O que a Câmara vai participar é numa sociedade gestora de um hospital público com gestão privada. É o que vai acontecer, quer queiram quer não, no conjunto de mecanismos de saúde e que estão aqui".

Continuando, o Sr. Presidente da Câmara de Sintra ajudaria a Assembleia a entender: - "E o envolvimento da Câmara significa isso mesmo. Uma participação no hospital que vai construir o novo hospital público de Sintra" (destaque meu).

Quem, na época, escutasse este discurso, certamente julgaria que o Hospital de Sintra eram favas contadas, da mesma forma que a CMSintra era parte empenhada nos lucros da exploração privada, graças às 12.000 acções tão benevolamente cedidas.

De hospital parece que Sintra acabou por não ser tão inovadora como foi dito.

E as acções? Chegaram a ser registadas em nome da Câmara? Renderam alguma coisa?

Aqui ficam algumas curiosidades.

Fernando Castelo

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