Antes (des)graça
Sobre o tom rosa, o Louva-a-Deus equilibra-se entre o subir e o cair
Volta não volta, voam por aí curiosos Louva-a-Deus a que devemos estar atentos pelas suas artes de exibição em voos baixos, em busca da devida compensação.
É uma espécie curiosa, que voa e ora, buscando um ou outro galho onde trepar não exija boas regras nem a consulta de manuais onde a verdade se sobreponha.
Com ventos de feição, avaliam como dar o salto certo e, tendo 5 olhos grandes e abertos, julgam que a sua graça os fixa com iguais no centro da espécie.
Uns, pseudo nobres, usam na caminhada as pernas ambulatórias já que as raptatórias são indispensáveis às louvações que induzem à apreciação da espécie.
Outros, sonham com ventura de olhos perspicazes os verem e agarrarem na ansiedade pela subida, oferecendo-lhes qualquer coisa que reforce as energias.
Uns e outros possuem antenas olfativas que os orientam para onde a comida possa ser mais gratificante e compense dos esforços despendidos a favor da causa.
São espécies que têm em comum a obsessão por ninhos nos gabinetes, uns por necessidades insectívoras, outros para reforço do meio onde nasceram.
Também há quem lhes chame de "cavalinhos", quanto a nós nome mais apropriado para as virtudes de tal espécie já que fazem exibições de saltos e altos voos.
São a (des)graça com que nos deparamos...e não há graça que lhes baste.
"Insetos" que vivem do canibalismo
Se estudarmos os Louva-a-Deus com cautela, veremos que à débil aura de simpatia se sucede um canibalismo feroz, sendo agressivos devoradores de princípios.
Voam por aí, agarram-se a galhos onde trepam na ânsia do cimo, prontos a comer qualquer coisa recorrendo, se necessário, à técnica dos empurrões.
O Louva-a-Deus, é ambíguo, bipolar, tanto se disfarça no adro da igreja como se esconde no poço iniciático, fixando-se sempre (e só) em peças que seleciona.
Insectívoro voraz, seleciona petiscos que o alimentem bem, desde pulgões que infestem a horta a cochonilhas S. José ou Fogo Bacteriano típicos de Pereiras.
Na selva vivente, Louva-a-Deus há que mais parecem libelinhas dançantes, ávidos do esvoaçar à roda de pulgões experientes na arte de apanhar presas.
Impacto das mutações genéticas
No nosso território há de variados géneros, podendo observar-se exemplares típicos como o Nilomantis floweri, pseudempusa pavonina ou Iris oratoria.
Especialistas em genética dizem que - graças ao hortelão - a espécie floweri acabará por ser dizimada pela pavonina. A Iris oratória acasalará com a sophronica.
Complicaram-se os últimos tempos: A espécie pavonina, que estava quase a entrar na horta, foi comida pela espécie Liturgusa parva que, ameaçou fugir e regressou.
Enquanto isso, a espécie Yersiniops sophronica, obcecada por trepar ao galho de curador, faz repetitivas voltas e reviravoltas, alternando-as com louvações.
Mais recentes mutações tem levado à perceção de que, a mais pequena ameaça ao líder da espécie, leva alguns Louva-a-Deus a sentirem dores reflexas.
A recolher: "Louva-a-Deus tanto reza que perde o tempo da dignidade".
Neste território tão extenso, Louva-a-Deus é uma espécie em evolução.
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