Espanta que sejam atribuídos nomes a Ruas e Praças sem que se notem preocupações, reservas ou estudos na análise completa das propostas e devido enquadramento.
Há dias, por desadequação da Rotunda com o nome da Condessa D'Edla, sugerimos o nome da Ilustre Senhora para o Largo fronteiro à entrada do Palácio da Pena.
Hoje, apresentamos mais um exemplo notoriamente chocante: A Rua Miguel Torga.
Admitimos, mesmo, que quem propôs o nome de Miguel Torga a esta via, desconhecia que ambos os nomes eram pseudónimos. Seu nome era Adolfo Correia da Rocha.
É quase certo que, quem submeteu o nome para aquele via abandonada, nem sabia que ele mereceu o Prémio Camões de 1989, o maior da língua portuguesa.
Talvez soubesse que ele era transmontano, mas que era um Homem do Povo quase se pode garantir que desconhecia...tal como a sua humildade.
Quem propôs e quem aprovou esta atribuição do nome de Miguel Torga?
O meio
Outra parte
O fim
Que prova de respeito...que exemplo cultural...um caminho no meio da Serra.
Será que a Câmara Municipal de Sintra se revê ou continuará a rever nisto?
Ai, por qualquer aniversário, que belos textos, pode dizer-se que inflamados textos, surgiriam a citá-lo, sabe-se lá se recordando abraços trocados...
Bem, Ele era um Homem do povo que tratava do povo, humanista, que nunca deu confiança a movimentos políticos ou literários.
Talvez por isso, este tenha sido o caminho ideal para atribuição do seu Nome.
E tanta aristocracia silenciosa, sem um fervoroso protesto por esta decisão.
Ainda se está a tempo da devida correcção.
2 comentários:
Pelo que conheço da obra de Miguel Torga (e das curtas análises biográficas que conheço de Adolfo Correia da Rocha), creio que ele ficaria bem agradado com a Natureza da Rua que presentemente se apresenta com o seu nome. Até posso conceder-lhe alguma razão na análise que fez da rotunda, mas sou levado a discordar deste post, e acrescento ainda que em Sintra há muito assunto merecedor de mais discussão neste blog, do que questões de toponímia como as que se apresentam (refiro-me a assuntos como aqueles a que nos tem habituado ao longo dos últimos tempos - devo acrescentar que sigo o "Retalhos de Sintra" desde a denúncia da estrutura que se preparava para ser instalada no Hotel Central).
Cumprimentos
Estimado Visitante, muito obrigado pelo seu contributo. Compreendo as suas palavras e comungo da sua opinião sobre o agrado que Miguel Torga poderia por aquela via na Serra e na Natureza. Diria, para ser mais objectivo, Miguel Torga nem quereria - provavelmente - o nome dele em nada destas coisas. De qualquer forma, ao salientar a sua veia transmontana, foi nossa intenção deixar um indicador.
Grato
Fernando Castelo
Nota: Em cada dia, com bastante desgosto o digo, se deparam situações de tal forma chocantes que parece terem passado a fazer parte da vida dos sintrenses, tal a indiferença. Numa sociedade assim construída (diria antes, progressivamente destruída) ou surgem dirigentes políticos de uma nova geração que entendam a verdade da vida colectiva ou estamos perdidos. Vive-se de impulsos, do que pode dar nas vistas, da promessa que fica, do alheamento perante casos que se apontem e quase sempre de resoluções quase sem custos.
Realmente tem muita razão: Há muitos assuntos merecedores de mais discussão.
Espero que a vida me dê tempo suficiente para os ir apontando.
Um abraço
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