sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

SINTRA: PATRIMÓNIO CULTURAL...UM DIA TRISTE

Triste. Faz hoje um ano que se fixou uma estrutura metálica aos azulejos da frontaria do Hotel Central, em Zona classificada pela Unesco como Património Mundial.

No dia seguinte (19.12.2014) alertámos neste blogue e em primeira mão (clique por favor para rever)  para o que estava sendo feito e danificaria muitos azulejos antigos.

Só em 29 de Dezembro o Presidente da Câmara emitiria um Despacho para "embargo da obra", entretanto concluída. A notificação...essa...viria a ser entregue mais tarde.

Antes de se conhecer a decisão do Presidente da Câmara (as subserviências esperam...) só a Alagamares-Associação Cultural se manifestou preocupada.

Dessa ofensa ao património, voltámos a escrever em 3.1.2015 e, por pouco ou nada se saber sobre medidas que a impedissem, insistimos em 22.1.2015.

Esta a triste recordação, que iremos juntar a muitas outras.

Julgávamos, por não frequentarmos os salões do poder, que a resolução seria de lana-caprina, bastando os alertas, sem estudos científicos. Mas não. Estávamos enganados.

Esta manhã, decorrido um ano, a imagem - mais do que à vista - reflecte as dificuldades que terão surgido e impedem a satisfação de um Despacho Presidencial:


Hoje 18.12.2015, 8:00 horas. Será disto que a Unesco gosta?

Ainda há dias se comemoraram os 20 anos da Elevação de Sintra a Património Mundial como Paisagem Cultural, com visita apropriada do Ministro da Cultura.

Disse o Presidente da Câmara de Sintra: "(...) consideramos que o património mundial preserva-se, mas vive-se e, por isso, estamos a trabalhar para valorizar o património".

Ali perto, foi pena não ter visto a Rua dos Arcos, que um patamar tapou (para ser esplanada do hotel) e transformou num túnel onde só se vê o desleixo camarário:



Rua dos Arcos - Hoje 18.12.2015, 8:00 horas. O Presidente da Câmara não visita?

O Presidente da Câmara não saberá onde é a Rua dos Arcos? 

Exactamente...debaixo do patamar onde está a tal estrutura 

Ao dizer que o IMI (*) é "aumentado substancialmente nos prédios degradados(...)senão têm que vender(...)", vinculou a Câmara à recuperação dos seus prédios em ruínas.


Quem será responsabilizado pelos danos causados por uma derrocada? 

Era assim a Rua dos Arcos (só pelos arcos se acedia ao Hotel Central):


Retirado do livro de Francisco Costa "Estudos Sintrenses"

Dolorosamente, como sintrense, devo pedir desculpa a quantos nos visitam e se deparam com a nossa incapacidade para resolver estas pequenas coisas.

Temos o direito de saber das razões de tão longo tempo de arrastamentos.

Em que nível de avaliação se integrarão estes dois casos?

Ou estaremos perante mais um dos mistérios de Sintra?




(*) Declarações do Presidente da Câmara Municipal de Sintra a uma TV (6.12.2015):


"(...) O IMI que é elevado e é aumentado substancialmente nos prédios degradados, se mantiverem degradados depois de haver possibilidade dos privados poderem fazer com condições únicas, se quiserem muito bem se não têm que vender (...).




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