"Em 1992, a UNESCO alargou as categorias do Património Mundial e criou a de “Paisagem Cultural”. Sintra foi a primeira Paisagem Cultural na Europa, classificada em 1995. (do site www.parquesdesintra.pt)
Da nova Administração da PS-ML (Empresa de Capitais Exclusivamente Públicos) espera-se a solução de alguns desajustes Culturais recebidos da sua antecessora.
Um, a reposição de entradas gratuitas aos Domingos para TODOS os portugueses, acabando com o elitismo que diferencia os sintrenses dos outros portugueses.
Onde já se viu que, pese a duplicação participativa dos sintrenses (em 85% do capital Público e em 15% Municipal) estes tenham direitos exclusivos? Só por cá.
Outro, que Parques e Palácios geridos pela PS-ML - pólos de Cultura - abram as portas que se foram fechando (pelo custo) aos jovens dos 6 aos 17 anos.
Que mal fizeram tais jovens para pagarem: - Palácio da Pena e Parque - 12,50€, só Parque - 6,50€; Palácio Nacional de Sintra - 8,50€; Castelo dos Mouros - 6,50€; Palácio Nacional de Queluz e Parque - 8,50€, Jardim - 3,50€; Monserrate - 6,50€.
"Gradeamento" cultural ao serviço dos mais abastados e favorecidos (junto ao Portão dos Lagos)
O Governo, ao retirar a gestão dos Palácios Nacionais de Queluz e Sintra (depois do da Pena) à DG do Património Cultural para a entregar à Parques de Sintra-Monte da Lua tinha objectivos, mais que "uma prova de confiança" como se lê em Relatórios e Contas.
A "prova de confiança" seria correspondida com a receita do IVA (Palácios de Sintra e Queluz passaram de 0% para 23%; outros Palácios e Parques de 6% para 23%), um razoável pretexto para aumento de preços nas entradas e acabarem gratuitidades.
Assim, o direito Cultural de entradas gratuitas aos Domingos mantido pela DG do Património Cultural, foi patrioticamente substituído pela cultura de bilheteira.
Uma rede que ainda deixa que se vejam - gratuitamente - jardins na Pena...
Gratuitidades: qual o âmbito da sua concessão?
Evolução das "Gratuitidades": Pena: 2011 - 20415; 2012 - 37344; 2014 - 39438; Castelo dos Mouros: 2011 - 3790; 2012 - 4922; 2014 - 6817; Monserrate: 2011 - 5701; 2012 - 10375; 2014 - 7693; PN Sintra: 2012 - 11221; 2014 - 12940; PN Queluz: 2012 - 3621; 2014 - 10477.
Com o fim das "gratuitidades" aos Domingos, seria suposto a sua significativa redução, fazendo fé...na boa fé dos decisores da eliminação. Mas o que temos?
Da média domingueira de 392 gratuitos na Pena (2011) saltamos para 758 em 2014; de 69 em Queluz (2012) passamos a ter 201 em 2014; O Palácio de Sintra de 215 (em 2012) só subiu para 248 em 2014. Não parece crível que se trate só de Munícipes.
Por isso, o número de "gratuitidades" que apresentamos (obtidos junto da PS-ML) leva a admitir outros cenários, nomeadamente com beneficiários que se repartem ao longo dos diversos dias do ano e não só nos 52 Domingos. Estarão incluídos os Guias?
Razoavelmente, seria interessante saber-se a decomposição das "gratuitidades", para não sermos levados a pensar que foi uma decisão arbitrária, com efeitos anti-culturais.
Tudo indica que a Administração, primeira interessada na eliminação de dúvidas, além do devido esclarecimento reconsiderará sobre as medidas tomadas e seus reflexos.
Mais de 643.510,83 Euros, custo da Administração em três anos
Claro que uma Administração preocupada com receitas e eliminação de "gratuitidades" aos Domingos para portugueses em geral (foi gentileza mantê-las só para residentes em Sintra), teria custos para os accionistas (Estado e Município).
Em três anos (Relatórios e Contas de 2012 a 2014) foram mais de 643.510,83 Euros.
Seremos mais precisos: - "Remunerações Efectivas Líquidas" 531.400,48€; "Subsídios de Refeição" 12.352,40 €; "Renda de Viaturas" 58.299,94€; "Combustível" 30.992,78€ e "Comunicações Móveis" 10.465,23€. Três Administradores.
Resta-nos confiar na razoabilidade
Tudo indica que a matéria aqui colocada justificará correcções adequadas à realidade da nossa vida colectiva, numa época em que tão facilmente se fala em solidariedade.
Famílias portuguesas com poder económico queixam dos elevados preços para entrar em Parques e Palácios de Sintra. Portugueses mais desfavorecidos ficam à porta.
Enquanto isso, omitindo as dificuldades criadas aos portugueses, serão despropositadas as orgulhosas referências às elevadas taxas de visitantes estrangeiros...
Sendo a Empresa de TODOS os portugueses e não só de alguns, a situação actual é totalmente injustificada, pelas desigualdades e limitações Culturais.
Confiemos que a nova Administração corrija tão estranhas heranças.
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