Se fosse uma cagarra tinha o mundo a seus pés
Infelizmente - depois de ter visto, em directo televisivo, um presidente de câmara classificar a pivô como "património de nós todos" - gorou-se a expectativa de, através de um 760 100 qualquer coisa, ser votado um nome mais bonito para a cagarra.
É certo que, cagarrona, ainda seria pior, mas o acto, de inegável grandeza, justificaria tudo, até levá-la a Belém, com fraldas adequadas para não sujar o padrinho.
Assim, a cagarrita (pareceu-me muito jovem e ainda sem vontade de emigrar), dentro de uns anos poderia entrar para a Jota e recordar - talvez já medalhada - o dia em que foi muito mais importante do que as preocupação com o futuro dos portugueses.
Quando o Presidente, um pouco desajeitado, pegava no alicate para apertar a anilha na pata tão frágil da cagarra, senti como que um baque, revendo-o, de caneta em punho, a assinar o corte de pensões e salários aos trabalhadores.
É certo que, sendo o local um centro turístico a explorar, a cagarra terá um importante papel a desempenhar junto das suas - e seus - pares de asas, captando investimentos, talvez até a fazer anúncios do BPN ou outro qualquer banco.
A cagarra, pelos relevantes serviços de diversão, merecia mais. O padrinho não lhe atribuiu nenhuma pensão vitalícia para alimentação, imediata, sem esperar pela idade oficial da reforma que na espécie é aos 42 anos. Mas cagarra não pode ter tudo...
Desde esse dia sem êxito, procuro localizar no GPS a cagarra providencial. À falta de dados, depois de escutar a ilustrativa e patriótica conversa entre Cavaco Silva e Alberto Jardim, admito que fugiu com a anilha para algum offshore.
Para a Cagarra inocente, um abração.
Nota:
Parece que o Sr. Presidente veio muito cansado das Selvagens e mais ficou ao receber os diversos partidos que ele tinha procurado "enlaçar", no caminho para uma mais "democrática" repressão sobre quem trabalha e reformados.
Gorado o "enlace", o Sr. Cavaco Silva não deu sinais de preocupação: - Poupado, apagou a luz, fechou a porta, e foi descansar. A bandeira foi arreada, isto é, o ocupante de Belém foi gozar o fim-de-semana, porque à sexta-feira não é dia de notícias.
Ficam-me dúvidas: - Desta vez foi Cavaco Silva que quis arranjar uma crise? Ou foi uma forma dos portugueses estarem entretidos durante uns dias? Como em princípio estaria bem informado, porque ia dizendo ao povo o contrário?
Pelas últimas notícias convenci-me de tudo foi uma falsa questão.
Durante três semanas, resultaram prejuízos para o País superiores a mil milhões de euros e, agora, um dos protagonistas do dano está pronto para ser "Primeiro-Ministro delegado", fixando as regras que o delegante terá de cumprir.
Por outro lado, o Presidente que criou o alarme, garantiu que tudo está bem na "maioria", e, se falou em eleições para 2014, terá sido um "erro de lapso", de língua enrolada.
Em três semanas de uma "crise" presidencial, algo de muito importante para o nosso futuro colectivo passou-se nas Selvagens, com a anilhagem de uma cagarra que nem um pio soltou para se saber se era residente nacional.
Em três semanas, a cagarrada nas Selvagens foi o orgulho nacional.
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