POSTAL DE ABRIL, NÃO EXPEDIDO...
Era para te mandar
Pela amizade, velha
Cúmplice da ilusão.
Era bom, a ti chegar
O cravo de cor vermelha,
Com Maio no coração.
Não o fiz, pois tive medo
De um cravo tão bonito
Não chegar à tua mão.
Para nós, ele foi credo,
De um futuro bendito
Que, hoje, fazem ser NÃO.
No Abril da Primavera,
A cor cinza do Outono
Já fazia meditar.
A razão, virou quimera
Da luta, o desabono
Fez o sonho desabar.
Tirem cravos das lapelas
Os traidores deste POVO
pois só querem enganar.
Os traidores deste POVO
pois só querem enganar.
Não passam, pois, de balelas,
Quando procuram de novo
Ao fascismo regressar.
Quando procuram de novo
Ao fascismo regressar.
Ladrões que roubam Abril,
Não podem, mais, ter perdão
por tudo que nos retiram.
Disfarçam com o ardil:
"Tudo a bem da Nação",
mas com promessas mentiram.
Hoje o vermelho cravo,
Que te guardei cauteloso,Não perdeu o seu vigor.
Na luta torna-se bravo,
No peito é amoroso,
Da liberdade tutor.
Como vês, guardei-o bem:
A data foi adiada,
Num carimbo de verdade.
Será sempre TEU, porém
Dar-to-ei na caminhada,
Fernando Castelo
(*) - Por favor, clique para reviver o "Indicativo do MFA"
NOTA: Tal como no ano passado aqui foi dito, como seria interessante saber como evoluiu a vida do jovem Dionísio Ferrador da Ponte, aluno do Liceu Nacional de Leiria, que aos 13 anos fez o belo cartaz que aqui é reproduzido.
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