Futebol
Há dias, um sintrense que muito considero enviou-me uma mensagem que entendi como entusiástica: “Sintra tem 3.791 jogadores de futebol inscritos”.
Inopinadamente, respondi ao amigo que, em Fevereiro de 2012, estavam registados no Centro de Emprego de Sintra 21.261 desempregados.
Não foi a resposta mais feliz perante a grandeza futebolística, justificativa de subsídios (“correntes” e em “capital”) para clubes que os sócios devem manter. E para árbitros. Até mais de cem mil para uma associação lisboeta do chuto futebolístico.
Muitos dos inscritos serão jovens cujos pais – apesar de subsídios camarários – pagam a frequência em escolas de futebol, ansiosos de que os filhos (cujos custos na educação às vezes evitam) se tornem especialistas a pontapear, driblar e fugir às caneladas da vida dadas – por ironia – pelos magnânimos subsidiários.
Desemprego
A minha resposta teve razões, agravadas em Março, quando em Sintra foram registados 21.988 desempregados (mais 717 do que em Fevereiro), sendo 11.284 homens e 10.704 mulheres.
Sintra destacou-se pelo pior, aumentando num mês 3,4%, enquanto que a média nacional se fixou nos 2,06%.
Na Sintra das vaidades discursivas, os desempregados com mais habilitações escolares (Curso Secundário com 6540 e Superior com 1833) são 38,08% do total.
Nos núcleos intermédios (2º. Ciclo EB com 3699 e 3º. Ciclo EB com 5728) encontram-se 42,87% dos inscritos.
A mais baixa taxa de desemprego – 19,05% - encontra-se nos que têm menos habilitações literárias (<1º. Ciclo com 717 e 1º. Ciclo com 3471).
Desenvolvimento reprodutivo, precisa-se
Existindo professores no Executivo Camarário, não se conhecem estudos para identificar as razões pelas quais os mais habilitados não conseguem colocação.
Os dados conhecidos são o corolário do que se passa há vários anos, espelhando – a menos que esteja enganado – a falta de qualidade administrativa.
Aparecerem por aí ministros aos tropeções, talvez para jogos de influência e propaganda, não resolverá o grave problema. O futuro exige desenvolvimento, consultas a novos mercados e investidores que criem novos postos de trabalho.
Se a CM de Sintra pagasse a tempo e horas aos seus fornecedores (em 31.12.2011 devia – com mais de 360 dias – 6.246.722,24 €) contribuiria de forma determinante para a criação ou manutenção de muitos postos de trabalho.
Subsídios socialmente justos sim, mas sem comprometerem as obrigações financeiras assumidas e o desenvolvimento económico.
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