terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

DÍVIDAS DAS AUTARQUIAS…OU ENSAIO TEATRAL?

Será que eles querem mesmo saber?

Segundo um trabalho da jornalista Ângela Braga (TSF) os ministros Gaspar e Relvas terão escrito aos presidentes de Câmara pedindo-lhes o montante global das dívidas a curto, médio e longo prazo.

Da notícia, pode inferir-se que tudo foi pedido com “punhos de renda”, já que expressam “o profundo respeito pela autonomia da administração local”.

Veja-se, é preciso que os senhores autarcas não fiquem aborrecidos pelo pedido, depois de terem endividado as Câmaras para níveis impressionantes, muitas vezes sem que se lobriguem obras ou feitos compatíveis com as dívidas.

Ao mesmo tempo poderia ter sido pedida a resenha das mais onerosas obras locais e distribuições, mas disso esqueceram-se certamente.

Ora, estando algumas autarquias em clima nitidamente eleitoral, com uns de consciência curta a procurarem outros voos, enquanto outros esgaravatam as culpas para se colocarem na moldura, o pedido dos ministros só pode ser para português ver.

O IMI: tábua de salvação até quando?

Como sabemos, o IMI, esse monstruoso imposto da autoria de Manuela Ferreira Leite, executado por Paulo Macedo (especialista nestas coisas), está sempre a jeito quando as Câmara querem mais dinheiro.

Desvaloriza-se o património edificado, mas as avaliações fiscais, para efeitos tributários, não são reduzidas, garantindo receitas limpas à custa dos contribuintes.

Até quando durará o esbulho que está sendo feito a quem se viu obrigado a adquirir uma casa para viver, assumindo elevados sacrifícios? Na esmagadora maioria, as vítimas são trabalhadores, quantos deles agora desempregados.

Quando as casas, em elevado número, forem entregues às Finanças, acabará a política do saque. Será que as Finanças estão dispostas a valorizá-las da mesma forma para amortização de eventuais dívidas?

Associação de Municípios e Governo: a mesma luta

A comunhão ideológica e o domínio no Poder Local levam a um cada vez mais estreito relacionamento entre estas duas figuras, uma aparentando exigências, outra fingindo que vai controlar os gastos dos municípios.

O jogo passa-se no tabuleiro das facilidades, isto é, arranjar mais dinheiro a preço baixo (que os contribuintes suportarão) para ser distribuído à maneira antiga por clientelas que garantam os votos em próximas eleições autárquicas.

Perguntem, também, onde foram aplicados os milhões agora em dívida. Para que os cidadãos, os munícipes, saibam quais os culpados pelo esbanjamento.

O resto é fait-divers.

1 comentário:

amadeu disse...

Vivemos no país do faz de conta, os politicos cada vez representam melhor, o povo continua a pagar, o desemprego sobe as empresas fecham, os jovens emigram tudo bem em Sintra, Belém e S. Bento e por este Portugal fora !