terça-feira, 29 de dezembro de 2015

SINTRA, CUMPRIR PROMESSAS E REALIZAR SONHOS

"A caça aos eleitores é tão velha como as eleições; o que mudou foi a técnica", Mónica Charlot"

Como questão prévia, sem declaração de interesses, devemos esclarecer que estivemos ao lado dos que votaram em Basílio Horta para a Câmara Municipal de Sintra.

Com o convencimento pessoal de que gerir bem, mais do que pressuposto, é obrigação dos eleitos para o Poder Local, devendo apontar-se-lhes o "menos bem" feito.

Tal princípio - com êxito - evitará deploráveis interpretações de subserviência.


Sintra não é só isto...belas imagens entre as ramas

Exageros na política levam a promessas sem cautelas 

A vida recomenda que se tenham cautelas quando surgem entusiasmos exacerbados e promessas políticas que decorrem de programas e objectivos aparentemente inócuos.

Quantas vezes são campanhas de fito feito, para impressionar e  se obterem resultados em actos próximos, ficando no espírito dos seguidores as promessas de cunho virtual.

Em Sintra temos uma longa história política de promessas exageradas, pouco aceitáveis quando criam ilusões nas populações e em nada prestigiam o Poder Local.

Em anteriores exageros "históricos" tivemos a Casa das Selecções, a Câmara accionista de um Hospital, o SATU de Cacém a Oeiras e, em 2004, 92 quilómetros de Ciclovias...

Medalhas a torto e a direito, uma Gala do Desporto tudo serviu para ilustrar o cardápio de feitos Históricos, assim chamados ou não, com umas piscadelas a Lisboa.     

Com o nosso dinheiro, em 2005 foram colocadas as duas vigas que, suportando uma tela gigante pintada por conhecido artista plástico, ajudaram a "embrulhar" a casa por altura das eleições. Passados 10 anos, turistas e outros cidadãos continuam a desviar-se da incómoda estrutura que o desleixo mantém (foto de 29.12.2015).

De "Presidências Abertas" a um novo "Dia Histórico"

"HISTÓRICO = da história ou a ela relativo; que existiu; que não é da ficção; mencionado pela história"

Dois anos após a tomada de posse do actual Executivo, enfatizam-se excelências:

- Em ciclo de produtividade, nos últimos meses aumentaram as "Presidências Abertas" de vistas limitadas, com prendas locais grandes anúncios, sem reflexos imediatos;

 - Sintra é "Líder na eficácia financeira". Consta que há milhões de euros disponíveis.

Se cresce dinheiro em cofres ou contas bancárias da Câmara, espera-se que não seja  em resultado de desinvestimento na qualidade de vida e bem-estar das populações;

- Destaca-se a "Transparência" com a subida foguetória de 169 lugares entre dois anos da mesma gestão autárquica, logo gratificada e premiada com lições de literacia;  

- De súbito, surgiram as segunda e terceira séries de ciclovias, por agora virtuais e mais modestas, servindo dois núcleos residenciais com elevado número de eleitores...

...arrancarão as suas construções em Janeiro de 2016 (Ouressa/Portela) e, no final de 2016, será a vez da outra ciclovia entre Massamá e Cacém.

Se bem geridas, neste Janeiro talvez se vejam obras antes das Eleições Presidenciais e, durante 2017, com Eleições Autárquicas no horizonte, muita pedalada está prometida;

- A "caducidade" de uma "licença de loteamento" (Quinta da Marquesa nas Mercês) gerou um "Dia Histórico"...com...uma eventual requalificação por plano de pormenor...

E, por Plano de Pormenor, lembre-se que o da Abrunheira Norte também foi arquivado e desarquivado, sem honras de "Dia Histórico" em qualquer dessas decisões;

Antes, a aquisição do Hotel Netto, que nós saudámos, esvaziou-se do sentido de uma Nova História Sintrense, virando património vendável, sem louvores ou arautos!

Prioridade à eliminação de "factos menos históricos"

Alguns feitos acima assinalados foram destacados ao mais alto nível, merecendo os encómios da praxe, sem que constituam os sonhos mais profundos dos sintrenses.

Porque, entre feitos e pré-feitos, há defeitos bem reais que se arrastam há demasiado tempo e nos envergonham pela incapacidade de os solucionarmos. 

A decisão de desmontar a estrutura colocada em 19 de Dezembro de 2014 na frontaria do Hotel Central (danificou azulejos históricos) eliminará um "facto menos histórico".

A limpeza e recuperação da Rua dos Arcos, ali no Centro Histórico protegido pela Unesco, corrigirá o "facto menos histórico" da Câmara a ter abandonado há anos.

A incapacidade de planear parques periféricos e transportes alternativos faz aumentar o "facto menos histórico" de poluição ambiental causada por viaturas particulares.

Parques de concentração de viaturas em plena Serra, com alheamento camarário, são "factos menos históricos" que fazem perigar o ambiente e a segurança de pessoas.

Alertámos para os riscos ambientais de lixo a céu aberto e bidões químicos numa antiga unidade química na Capa Rota, mas tudo se agrava à vista de milhares de pessoas.


Será que, perante a ausência de medidas extremas, este será um "Lixo Histórico"?

Por último, a urgência em estudar soluções para o "facto menos histórico" que é a carência de transportes rodoviários de passageiros no território a ocidente do Cacém.

Para governar um território, é preciso andar nele, escutar linguagens menos eruditas e mais fiáveis das populações, realizar os seus sonhos:  - O desafio aos Autarcas.

Sintra e os sintrenses, não mereciam isto.

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