sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

TROIKA-TINTAS…

Toda a gente sabe que o acordo celebrado com a Troika não contempla muitas das medidas que o governo está a tomar, algumas delas transcendendo o que de pior existiu no tempo do fascismo.

Para Passos Coelho e ministros do seu governo, nomeadamente Álvaro Pereira e Victor Gaspar, alheios ao que foi a vida dos trabalhadores, é bom recordar-lhes alguns factos relevantes.

Há umas dezenas de anos, a eliminação do trabalho ao sábado para muitas profissões teve como contrapartida mais horas de trabalho nos restantes dias.

Na minha actividade, por volta de 1958/59, a manhã de sábado foi compensado com mais 30 minutos de segunda a sexta. Curiosamente, na recente delegação da UGT aparecia uma sombra dessa época, que o poderia ter dito.

Falar em mais horas de trabalho ou sábado é um embuste de quem, até hoje, pouco trabalhou…com qualquer dos horários.

Lay-off com férias compulsivas

Entre as várias ofertas que o governo fez aos patrões, uma das mais caricatas – mas altamente gravosa – prende-se com a possibilidade do patronato fechar os serviços em dias de ponte (para seu interesse na redução dos custos) obrigando os trabalhadores a dias de férias não desejadas…logo compulsivas.

Como somos enTROIKAdos

Infelizmente a Troika era indispensável para termos um cheirinho do “pântano” a que Guterres fugiu, sendo seguido por outro saltitão da política, de seu nome Durão Barroso. Com Constâncio, estão bem na vida, e nós andamos à nora.

Claro que a Troika, para garantir apoios financeiros, fez exigências. No entanto, não exigiu que se isentassem os responsáveis pela crise e castigassem em exclusividade os que produzem riqueza pelo trabalho.

A Troika alguma vez iria exigir que os corruptos fossem esquecidos? Ou que se passasse uma esponja sobre os que receberam avultadas quantias do BPN? Ou que os maus gestores públicos e autarcas continuassem a fazer o que sempre fizeram?

É hoje claro que a Troika é o bode expiatório das mentiras que suportam a desvalorização dos trabalhadores. O golpe contra os direitos de quem trabalha, transferindo-os para as mãos do patronato foi uma opção governamental.

Obviamente que, quem prometeu ao povo uma coisa e procede exactamente ao contrário, não passa de mentiroso compulsivo, capaz de o fazer em cada momento.

Por força do hábito, mentir mais ou menos é tão natural como os sorrisos exibidos.

Quando o governo de um país trata os seus filhos mais nobres – os trabalhadores – da forma como este o faz, ficará na história negra de Portugal.




2 comentários:

António disse...

Tudo agora é feito em nome da Troika. Estes senhores não impediram que se esbanje dinheiro da EDP? Pactuam com as beneces dos individuos que vão acampar no CA, só porque andaram a fazer favores aos srs. que diariamente nos metem as mãos nos bolsos. São todos iguais. Por agora, só nos resta alterar a nossa naturalidade no BI,deixamos de ser Portugueses e passamos a ser Troikanos, raça a integrar no terceiro mundo.
Afinal, cada povo tem aquilo que merece.

Fernando Castelo disse...

Caro António,

Foi a EDP e agora já falam da REN, em que os chineses também parece que estão interessados.

É verdade, não havia quem prometesse enterrar as linhas de alta tensão da REN à custa de uma autarquia?

Negócios da China...

Um abraço,