quinta-feira, 27 de abril de 2017

SINTRA: PLANO DA ABRUNHEIRA...SEGREDO OU FALHANÇO?

O Plano de De Gröer e sua defesa pelos cidadãos

O Plano de Urbanização de Sintra - elaborado em 1949 pelo Arquitecto Étienne De Gröer - é, passados 68 anos, Cartilha relevante para defesa da imagem de Sintra.

Quem quiser que desminta, mas é nossa convicção que - só por causa dele - as placas toponímicas se tornaram andantes, até a zona do PPA-N ficar fora da Abrunheira.

É que, suportado nos conceitos de Étienne De Gröer, as construções no Plano de Pormenor da Abrunheira Norte não iriam exceder, em altura, um segundo andar. 

O Plano de De Gröer prevê a Zona Rural como de protecção para a beleza paisagística da nossa Serra, quando da aproximação a Sintra. Tem sido uma bandeira dos cidadãos. 

Por tal razão, o original Plano de Pormenor da Abrunheira-Norte, desenquadrado das regras de protecção exigidas, viria a ser arquivado quando Seara era de Presidente.  

Depois, políticos do nosso azar, julgando-se capazes de o ressuscitar, arranjaram o pomposo nome de "Cidade Sonae" mas não contavam com a resistência da população.

Basílio Horta, sem fixar o quando nem clarificar o quê, anunciava: "É um dos investimentos mais importante que Sintra teve, senão o mais importante".

Foi em 2014...do Plano de Pormenor da Abrunheira-Norte nada mais soubemos.  

Era disto que se preparava? Monstros cinzentos? 

O Plano de Pormenor da Abrunheira-Norte (com 3 Técnicos da CMS na Coordenação) incluía um edifício com 15 metros de altura, outro com 12 metros e 15 com nove metros. 

Do que se falava? O que se preparava?

Para aquilatarmos da visão que em tudo arranja pretextos, pouco tempo depois, do outro lado da estrada surgiu este exemplo cinzento da "Logística" paisagística: 

Um exemplo de "grande obra"...diríamos que  imponente "tijolo" arquitectónico... 

Os leitores, pelo tamanho, avaliarão dos robôs que se empregam num edifício com esta volumetria, as contribuições para a Segurança Social e "diminuição do desemprego".

E o esforço camarário, a evidente compreensão pela "Logística" é tal, que uma segunda unidade está surgindo a menos de 100 metros da primeira, outro "tijolo" sem janelas: 

Outra obra de vulto...orgulho sintrense! 

O "tijolo" já "abafado", de cinzento se cobriu, para diluição na paisagem

É disto que o povo gosta? Então pintem-se de cor viva, amarela por exemplo para dar nas vistas...e os decisores locais ficarão orgulhosamente perpectuados... 
    
Não estão longe os tempos em que a pretexto de quatro postos de trabalho e três de administradores, havia quem defendesse - na zona - uma Central de Biomassa...

Plano de Pormenor da Abrunheira-Norte, o falhanço...

O PPA-Norte também previa muita "Logística", sem que na apresentação se dissesse claramente que Logística, ficando as portas à espera de quem as abrisse à tal "cidade". 

Entretanto, os donos do terreno terão recolhido dados que não garantem a exploração de mais superfícies comerciais na zona, face ao excesso de superfícies abertas.

Temos a Samsung abandonada e outras instalações próximas encerradas. 

Por outro lado, a incapacidade camarária de resolver os problemas das acessibilidades é outro factor que desmotivará os abnegados investidores. 

Ainda estamos a ver uma Presidência Aberta...com mapas...explicações...promessas de Escola...Centro de Saúde...Espaços Verdes ao longo do rio...

Hoje, temos mais um falhanço das promessas gratuitas, do palavreado ocasional.

Sintra não merece isto. 

Estes não são. seguramente, os caminhos de Sintra.





Mais sobre este tema sintrense em: 

http://retalhos-de-sintra.blogspot.pt/2014/12/sintra-plano-que-justifica-referendo.html

terça-feira, 25 de abril de 2017

25 DE ABRIL, UM DIA FELIZ

No nosso jardim não há cravos que hoje se possam oferecer. 

Como Abril "é quando um Homem quiser",  temos flores cuja beleza e alegria também são de Abril, envolvendo a data festiva de libertação com as nossas vidas. 

Um Aniversário de Abril ainda tão jovem. Perdurará na nossa vida, por anos e anos, desejando sempre que numa sociedade mais justa onde a vida seja mais feliz. 

Abril não se faz só de cravos: faz-se da verdade que desponta, dos sentimentos que temos, de quem sonha e deseja um futuro melhor para todos.

Um botão de rosa a desabrolhar em cada dia, para que todos eles se transformem e cresçam, para que em cada um de nós brilhem as flores da nossa convivência.

Ternura para a juventude nascida de Abril e que será continuadora das nossas vidas. 


Um botão para a juventude que em mais um ano se abre ao mundo, doce, perfumada, amada e em que confiamos para levar de vencida os votos de melhor futuro. 



Rosa aberta, que oferecemos à geração seguinte, da que já teve espinhos, onde os sonhos começam a ficar distantes, mas a vida ainda é fonte de deslumbramentos.

São a ponte dos sentimentos que ligam o passado e o presente, o desenvolvimento da Juventude e a partilha das preocupações com o passado. Uma saudação sincera.


Por último, para a geração dos mais idosos, a túlipa vermelha e branca, lembrando a alegria de quantos para quem o 25 de Abril representou a libertação.

Recordarão a Alegria de Abril. Os abraços que nos Unem e Aproximam. O desejo de voar sobre Sonhos e, quantas vezes, a alma ficar marcada por Sofrimentos. 

Geração que não pensa "Um Dia de Cada Vez" porque cada Dia é Um Dia Novo, com esperança no futuro, sem abdicar da felicidade a que todos têm direito.

Que estas flores - do nosso jardim - cheguem a todos Vós. 

Neste 25 de Abril todos comungamos da mesma Festa. 

Votos de um Dia Feliz. 

Com um forte Abraço, deixo-os com José Mário Branco: "EU VIM DE LONGE"
















domingo, 23 de abril de 2017

DOMINGO: PASSEIO DE NOSTALGIA PARA "VIVER SAUDADES"

De vez em quando, com o pretexto da religião que consiste em ir comer um pastel de bacalhau na Casa Chineza, temos desejos de subir o Chiado para viver saudades.  

Sucede...queremos dizer muitas coisas...mas as palavras ficam-nos na garganta, incapazes de saírem, fazemos um esforço, e em vez de palavras saem lágrimas.

Pensamos fazer um roteiro da Vida, o que foi para nós o Velho Chiado. O que representaram para nós certos edifícios e locais, mas apenas vemos a saudade.


Aqui era o Eduardo Martins

O Eduardo Martins era um dos grandes armazéns de referência. entrava-se pelas Rua Garrett e Rua Nova do Almada, encontrando-se as mais variadas ofertas. 

Aqui era a Casa José Alexandre

Frente ao Eduardo Martins, esquina com a Calçada do Sacramento, era a Casa José Alexandre, sempre com as últimas novidades para a Casa, desde os mais finas cristais a talheres e à mais fina baixela.

"Ao Último Figurino"

No "Ao Último Figurino" encontrava-se as últimas modas de vestuário, vindas de Paris e outras Praças da Moda europeias. Um grande incêndio viria a acabar com ele. 

Subindo a Rua Garrett, a meio, depois da Leitaria Garrett, com tanta história, tinhamos a Sede da maior Seguradora Nacional - a Império - que tanta felicidade nos deu.

A grandiosidade da Império aqui bem expressa

A entrada principal da Império era um pouco diferente. Também os acessos para a Rua do Carmo e edifícios do Carmo e Pessanha eram controlados internamente. 

Ainda no edifício da Império, havia a Pastelaria Marques

Muito nos juntávamos na Marques, um excelente pretexto para encontros numa pausa que o trabalho concedia e os sentimentos desejavam. Ainda lá tem o nome gravado.

Igreja dos Mártires, agora recuperada e muito bonita

Temos, ainda hoje, a Igreja dos Mártires. Vamos lá frequentemente, não só pela nostalgia daqueles tempos como pelo conforto que nos dá os momentos lá passados.

Onde era o Ramiro Leão

Às vezes, há quem goste de desfigurar a história. Alguma entidade decidiu castrar (com má qualidade) as palavras "Ramiro Leão" que encimavam esta porta.

A meio da Rua do Carmo, havia uma boa Loja de Florista. Nela compramos, há 38 anos um pequeno tronco do Brasil...que hoje mostramos como memória viva: A única. 

Com 38 anos, este tronco do Brasil faz parte da memória do local

Todos estes espaços fizeram parte da nossa vida, Mais de 50 anos de bons e maus momentos que nos condicionam na sua recordação. 

Compreenderão porque lhe chamamos "Um passeio de Nostalgia".

Faltaram-nos muitas palavras, esmagadas pela recordação. 

Votos de um Bom Domingo. 


quinta-feira, 20 de abril de 2017

SINTRA: CÂMARA, FREGUESIAS E TRANSPARÊNCIA...

(Falando sobre Sintra na TV de um clube) Basílio Horta disse: "(...) Como é número 1 em transparência nas grandes cidades"
No site da Câmara "é o primeiro dos grandes municípios no índice de transparência", transcrevendo palavras de Basílio Horta segundo as quais "A democracia é, por essência, avessa ao segredo"   

Questão nuclear: Transparência

Gostamos da política sem trocadilhos. Não ao jeito de se comparar um município tão heterogéneo como Sintra com grandes cidades-Município; ou misturar-se Índice de Transparência Municipal com o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses. 

Temos a frase-panfleto: "A democracia é, por essência, avessa ao segredo".

Para (des)consolidar um segredo, escrevemos no passado dia 10 de Março às diversas Uniões e Freguesias de Sintra solicitando uma singela ajuda: 
"Num estudo que estou a elaborar sobre Acessos Culturais, gostaria de poder saber, junto de V.Exa. - durante o ano de 2016 - quantos bilhetes de acesso gratuito a espectáculos realizados no Centro Olga Cadaval foram disponibilizados a essa Junta de Freguesia. 

Se V.Exa. entender, como foi depois feita a redistribuição. 

Ao mesmo tempo, como a Empresa Parques de Sintra nos informou em 10 de Abril de 2015 que "como contrapartida da utilização do espaço da Torre do Relógio" em Sintra, "disponibiliza 800 entradas gratuitas por anos para que a CMS as distribua com fins de ação social ou de educação", quantas destas entradas foram distribuídas por essa Freguesia."
O pedido, como será entendível, tem um suporte social e as Juntas de Freguesias, pela sua tão frequentemente citada proximidade, seriam o canal certo para a resposta.

Só duas responderam: - A Freguesia de Colares "não recebeu bilhetes de acesso gratuito a espetáculo no Centro Cultural Olga de Cadaval"; União de Freguesias de São João das Lampas e Terrugem: "não temos dados para lhe poder responder".

Nem a União de Freguesias de Sintra (a nossa) nos deu a institucional resposta.

Das respostas, Colares, de entradas gratuitas para os Parques de Sintra nada disse e Lampas e Terrugem, para tão relevantes direitos culturais, não tem dados.

Compreenderão os Munícipes, os "Fregueses" bombardeados  com alusões ao "número 1 em transparência", como a mesma se consolida?

Esperávamos respostas do Não ou do SIM, neste caso com bilhetes recebidos e quem deles beneficiou, se Associações de Idosos, Instituições de Infância ou Escolares.

Partimos do princípio que entradas gratuitas para espectáculos e visitas de "acção social ou de educação" não terão beneficiários prioritários ao direito das 11 Freguesias.

Nada! Poder Local de "proximidade" mais próximo "do distanciamento". 

Poderiam responder que iriam inteirar-se, junto dos serviços Camarário, sobre como são distribuídas tais entradas gratuitas, reclamando - se caso disso - a sua parte.

Resultaria, pela certa, que o Senhor Presidente da Câmara logo anunciaria a abertura de um inquérito para se apurar como é feita a distribuição de entradas gratuitas.  

Silêncio!

Acanhamento perante Sua Excelência não faria sentido face à sua conhecida veia dialogante. Desconhecimento das Freguesias pelos seus direitos? Estranho.

O que terá feito as diversas Freguesias silenciarem-se? Recebem-nos? Distribuem? 

Os lugares não vendidos ou eventualmente "disponibilizados" à Câmara a quem se destinam? E entradas "disponibilizadas" pela Parques de Sintra, a quem aproveitam?

As Freguesias têm a obrigação de zelar para que os seus residentes possam aceder - na sua quota parte - aos eventos Culturais, Sociais e de Educação disponibilizados.

O silêncio das Freguesias torna o assunto bastante mais preocupante.

As Freguesias fizeram-nos falhar um pretendido estudo sobre a repartição dos benefícios recebidos para acessos gratuitos a fontes culturais, sociais e de educação.

Neste quadro, torna-se exigível que a Câmara Municipal, até para prova de "transparência", esclareça como se processa a distribuição de tais acessos gratuitos. 

Para que não seja o segredo avesso à democracia.

E, dentro de dias, os cravos exibidos nas lapelas sejam mais viçosos.


segunda-feira, 17 de abril de 2017

SINTRA, TSF E O "DESVENDAR" DO AGRAVAMENTO DO IMI

O Senhor Presidente da Câmara de Sintra dá-nos, de vez em quando, umas surpresas. 

A tomada de posição sobre os agravamentos verificados no IMI é uma delas, numa situação sentida desde finais de Março quando os Avisos chegaram aos Contribuintes.

Não fosse a TSF colocar em discussão pública e talvez ainda estivéssemos envolvidos na fraseologia da redução do IMI, sem conhecermos a sua aplicação efectiva.   

Terá sido aplicado o IMI a pagar em 2017 sem um Despacho de Sua Excelência nesse sentido? E só depois de na TSF se abordar a prática seguida, as penalizações, a celeuma, perceber que "os critérios não estavam a ser aplicados correctamente"? 

Sugerimos a leitura da página 220 da Ata 19/16 (27 de Setembro de 2016) pois dá indicações interessantes para se fazer um juízo sobre o agravamento do IMI:



O Vereador Marco Almeida citou a decisão de Sua Excelência sobre a Cláusula de "majoração do Imposto em 30%", comparando os 170 imóveis degradados identificados em 2013 (efeito IMI em 2014) com os 8300 identificados em 2016 (efeito em 2017). 

Teve razão o Vereador ao alertar sobre a decisão da "majoração" do IMI "que é notifique-se primeiro e que o contribuinte reclame depois". Respondeu o Presidente da Câmara: "Nessa altura não funcionava isso nem o resto. Agora funciona".

Soube-se pela TSF como funciona, dizendo o mesmo Presidente da Câmara: "Vamos levantar um Inquérito interno para saber e para explicar quais as razões que levaram a este tipo de erros", "decidi anular todos os processos de agravamento do IMI de 2017".

Foi uma pena não ter dito na TSF qual o prazo para o inquérito e, se foram eliminadas definitivamente as majorações, se todas ou algumas, se feitos novos acertos e identificação dos casos, se antes ou depois das eleições autárquicas.

E para melhor se avaliar do crédito do site camarário (a informação nuclear seria sobre "anular todos os processos de agravamento") surge, no mesmo dia da TSF (13.4.2017) a fantástica notícia "SINTRA DEVOLVE 8,1 MILHÕES EM IMI".  

Apreciem por favor...fará sentido? Como devemos classificar?

A gestão autárquica funciona assim?

Sua Excelência deixou a ideia de que ninguém o terá alertado para as implicações decorrentes da decisão de majoração do IMI em 30%. Haverá quem pense que Sua Excelência foi mantido fora da decisão. Tudo aplicado sem um despacho seu.

É fantástico como, com assessores e consultores, se terão criado condições para que um Presidente declare que "Na Câmara de Sintra nunca houve especificidade nestes critérios e estava convencido que não era necessário". Ficamos chocados...

Não vamos prescindir de conhecer os resultados do prometido "Inquérito" mesmo com prazo desconhecido e contornos ainda mais distantes da percepção.

Alguém terá responsabilidades no meio disto tudo, porque da parte de Sua Excelência pelo menos estava..."convencido que não era necessário". 

Um excelente serviço prestado pela TSF, a incentivar que surjam outros.

Na nossa infinita ignorância, julgávamos que o Poder Local não funcionava assim. 






sábado, 15 de abril de 2017

FELIZ PÁSCOA, COM UM DOCE DE 105 ANOS

Manda a tradição que, pela Páscoa, se enviem amêndoas ou alguns doces onde os ovos ocupem o lugar de honra da gastronomia cuidada. É o que procuraremos cumprir hoje. 

Há mais de um ano passou por aqui uma pequena história (p. favor clique para rever)  da qual uma inventada D. Eufresinda, e mais alguém, foram protagonistas.

Referimos o apetite guloso de duas pessoas pela doçura de belas farófias, misturadas com o feliz saboreio da vida, por certo sem pensarem que ela às vezes tem amarguras.

Apreciamos a doçaria celebrativa e hoje oferecemos outra história aos nossos Amigos, com este doce também delicioso cuja receita tem a tão bonita idade de 105 anos: 


O doce de farinha de pau...ainda morno a estas horas...

...A Receita 

Manuscrita em 1912 pela Avó paterna, de seu nome Júlia Elisa Canhão Bastos Castelo, é a recordação mais doce que dela temos e se conservará para todo o sempre. 

Voltamos à gulosa D. Eufresinda e como reagiria se degustasse esta desafiante mistura de farinha de pau* com outras iguarias da inigualável doçaria histórica?

Há 105 anos a fazer crescer água na boca...

Com Votos de Feliz Páscoa




*Farinha de pau é agora conhecida como farinha de mandioca


quarta-feira, 12 de abril de 2017

ABRIL, QUANDO OS CARDOS TAMBÉM SÃO FLORES

A minha infância teve o condão de me mostrar como sobrevive uma criança com nada.

Por azar ou sorte, nasci nu, orgulhando-me por ter sido lavado a primeira vez numa banheira de folha e depois vestido com roupas feitas em casa.

Primeiros passos descalço, repetindo-o muitas vezes já mais crescido pois sapatos deviam ser poupados. Que prazer pisar terrenos meio secos depois da chuva..

E fizeram-se moinhos de água com canas, movimentando-se nos regatos. E subiram-se árvores, e dormiu-se no meio de searas de trigo ou debaixo de fardos de palha. 

Por isso, não se pode enjeitar nem um milímetro dos passos e raízes da infância.   

As alegrias de hoje

Digo que o meu mundo está cheio de coisas lindas, porque sei fazer com que elas me encantem. O nosso coração tem de saber bombear nos bons e maus momentos. 

Não podemos desfolhar malmequeres...quando todos eles são bemmequeres.

Quem terá a coragem de chamar malmequer a esta maravilha selvagem?...

Ou a esta maravilha do meu jardim?

Na vida, os cardos também são flores e que belos nos campos floridos.


A beleza destes cardos enche de alegria o coração mais triste

Só dirá que são azedas quem não tenha sentido na vida o doce sabor da sua seiva.


Esta doçura alguma vez pode ser azeda?

Tenho a sorte de quase todos os dias, depois de almoçar, caminhar junto a campos em flor, entrar por eles dentro, sentir o seu cheiro que me faz recordar a infância.


Faço-o sozinho, entregue ao reviver daquela juventude que se divertia com um arco e uma gancheta, que fazia um telefone com latas de graxa, que jogava ao berlinde. 

Apetece desafiar, puxar por um puto de hoje para jogarmos com caricas pelas bordas do passeio, ensiná-lo a fazer uma bola de trapo, apanhar pássaros com visco.

A vida, hoje, tornou-se mais rica, porque tudo nos enche o coração de alegria.

Hoje, ouvindo o zumbido de uma abelha, repesquei o escrito há muitos anos: 

UMA TENTAÇÃO


Nas serras da minh' infância,
Com mato e alecrim,
os cardos de tão azuis,
ficaram dentro de mim.

Nas serras da minh' infância,
as giestas eram belas,
Floridas, tão amarelas,
no meio do rijo capim.

Nas serras da minh' infância,
havi' abelhas zumbindo,
de flor em flor extraindo,
néctar de vida sem fim.

Um mel assim fabuloso,
aromado de cidreira,
vai ficar p'rá vid'inteira,
como ditoso festim.


Nota: Fotos de hoje. 

SINTRA, SENHOR PRESIDENTE, AVISAMOS A TEMPO?

Pois é verdade Senhor Presidente, as inaugurações que se perspectivam são tantas que Sua Excelência desculpará as nossas preocupações com a agenda.

E tem sorte Sua Excelência. Algumas cedências que ninguém regateará, têm mantido calma uma organização que ainda não promoveu concentrações ou manifestações.

Terá disso antes das eleições, solvendo a união de facto e, de súbito, apontando os defeitos do casamento e valorizando as virtudes reivindicativas e de luta do desunido

Entretanto, antes de jornadas inaugurais, gostaríamos que soubesse disto:

Há uns meses, na Estrada Nacional 249 (antiga Estrada de Sintra) agora Avenida Raul Solnado, foram colocados semáforos, certamente para embelezamento do local. 

Até hoje, não funcionaram, dando sinais de aguardar pelo acabamento, um mistério não devido a falta de pagamento porque há "milhões" e a Câmara paga a poucos dias.

Sentido Poente/Nascente...com abrigo para passageiros

Sentido Nascente/Poente...o posto claro e mais tombado tem a placa das carreiras, sem abrigo para passageiros (por favor clique sobre a foto)

Apresentada a obra, não vamos esperar que alguém surja a cortar uma fita...porque a época do corta-fitas (certamente de má memória) já passou. Vamos explicar.

No sentido Poente/Nascente, a seguir ao sinal, um resguardo garante a paragem do transporte público, garantindo a segurança dos respectivos passageiros. 

No sentido Nascente/Poente, vemos uma paragem, sem qualquer resguardo, quase em cima da passagem de peões, contribuindo para fazer do local uma zona de perigo.

Isto é, o sinal da direita fica ocultado pelo autocarro quando está parado e os passageiros, junto a uma passagem de peões, têm tendência para atravessar.

Não temos dúvidas que os serviços camarários responsáveis vão puxar de um conjunto de teorias - aliás conhecemos outras bem perto - justificativas.

Para quando estará prevista a inauguração? Será que avisamos a tempo?

Sintra continua cheia de mistérios...



segunda-feira, 10 de abril de 2017

SINTRA: SENHOR PRESIDENTE...HÁ QUANTO TEMPO?

Há quanto tempo Senhor Presidente? 

Certamente que perdoará a dificuldade que por vezes temos em deglutir certas coisas. Às vezes algo apetitoso, ou por excesso de temperos ou do acompanhamento, cai mal.

Ainda andamos às voltas com os tantos milhões a que Sua Excelência aludiu na TV de um Clube, fazendo-nos recear pela aquisição de craques para um bom team de Sintra.

Milhões que não nos apercebemos sejam para recuperar tantas coisas pequenas que se arrastam sem solução, que fariam Sua Excelência brilhar em futuras campanhas...

Há quanto tempo Senhor Presidente? São perguntas que se justificam. 

Parque da Liberdade, há quanto tempo não visita? 

Acreditamos que Sua Excelência, pelo dito num programa de TV clubista em que saltou  aquela do "empurrão democrático" (eufemismo de "cunha"), já sofreu pela Liberdade. 

Que momentos terríveis Sua Excelência terá passado na época em que instalações de partidos de esquerda eram incendiadas e havia mortes entre os seus defensores.

Fica melhor entendido porque, tendo votado contra a Constituição que consagra o Poder Local, um partido democrático o tenho cooptado para servir uma Edilidade como Sintra. 

Neste quadro, não duvidamos que o Parque da Liberdade, na zona histórica de Sintra, lhe seja caro e goste de o visitar regularmente, como fazem munícipes e visitantes. 

Apesar do gosto que terá pelo mesmo, ainda não se apercebeu que a Fonte do Plátano, que tanta água jorrava por esta altura, está praticamente seca:


Tanta água aqui jorrava e tantos garrafões dela se enchiam (aspecto actual)

Custa-nos admitir que nenhum Serviço da CM de Sintra (SMAS são Câmara?) tenha procurado descobrir onde a água pode ter sido desviada ou retida, para uso privado.

Haverá alguma Quinta que, com a indiferença dos Serviços, tenha feito obstrução?

Há quanto tempo aqui o escrevemos? Ninguém transmite a Sua Excelência?

Parque da Liberdade e Omura

Lemos no site da CM de Sintra (que será de todos os sintrenses) que uma Delegação foi a Omura a propósito dos 20 anos de geminação com aquele cidade japonesa.

Conhecendo nós - pessoalmente - a sensibilidade dos anfitriões, oxalá que a Delegação não dê notícias sobre tal Pavilhão e como se encontram, hoje, as instalações.


Há quantos anos Sua Excelência sabe da geminação? Uma geminação que destruiu o antigo court de ténis do Parque da Liberdade dando lugar ao Pavilhão do Japão.

O repuxo sem água...Há quanto tempo? 

Vejamos outra pequena obra, ainda com muitos munícipes traumatizados pelos milhões comprometidos, para isto e aquilo, este ano, ano que vem, sabe-se lá se para 2021.

Junto à entrada do Palácio de Valenças

Aqui é impossível Sua Excelência não ter visto. É fora do Parque da Liberdade. 

Dantes jorrava água deste repuxo. Quem saía do Parque da Liberdade (desculpará falarmos tantas vezes em "Liberdade") gostava de o ver porque era bonito.

Um dia, (Sua Excelência ainda não conheceria o Parque) uma condutora expedita, para encurtar caminho, circulou por dentro do Parque...mas não conseguiu sair junto ao Palácio de Valenças. Na inversão...a viatura caiu dentro da fonte e ficou bloqueada.

Depois de retirada a viatura, foram reparados os danos na fonte e ficámos à espera que o repuxo se reactivasse...continuamos à espera que o repuxo volte...a ser repuxo.

Excelência, por favor pergunte há quanto tempo... 

Estamos certos de que Sua Excelência, por ser adverso a "cunhas", não quer que se peça para resolver...irá mesmo resolver...teremos água na Fonte e no Repuxo.

Há quanto tempo Sua Excelência terá dado instruções para ser resolvido?

Terá sido desta forma, com este abandono, que se juntaram os "milhões comprometidos" agora que estamos a caminho de eleições autárquicas?

Um Sintrense que conheça e ame Sintra é o caminho.