segunda-feira, 30 de maio de 2016

SINTRA: OPÇÃO É ELIMINAR TRÂNSITO OU ESTACIONAR?

Muitos pensávamos - julgando que os responsáveis também - que o grave problema da existência de veículos no Centro Histórico exigiria medidas para urgentes respostas.

Admira, até, que a própria UNESCO não aproveite a sua representação para exigir uma solução que, eliminando a elevada poluição automóvel, proteja o meio ambiente.

Imagem "suave" da poluição consecutiva, agressão ambiental, a partir das 9 horas de cada dia

Mas existirão mesmo preocupações? Se na Volta do Duche ou devassando o Centro Histórico há milhares de viaturas que param e arrancam. Olha-se para o lado?

Não pode ser. Sintra tem obrigações de protecção do património e ambiente.

Monreale, na Sicília, proíbe carros parados com motor a trabalhar

A foto acima é exemplo das preocupações ambientais que, um pouco por esse mundo fora, leva a medidas drásticas sobre a permanência de viaturas em locais protegidos.

Estacionamento: mais lugares e mais caros

Quando se esperava a solução para a monstruosa concentração de viaturas no Centro Histórico, a Câmara prevê criar mais um parque pago enquanto aumenta preços.

Tabela recentemente aprovada e em vigor

Não podemos reproduzir os qualificativos de um comerciante perto dos Paços do Concelho, ao lembrarmos que o Tio Patinhas enriqueceria rapidamente em Sintra.

Bem se pode falar em parques periféricos e limitações de acesso à zona mais nobre da Vila de Sintra, que o dinheirinho e algumas resistências continuam a destacar-se.

Desta forma tão peculiar, pseudo-rotativa, além da nova mina com Sede nos Paços do Concelho, mais carros podem entrar e sair, bastando tempo para uma queijada.

Diga-se, em abono da verdade, que a história do dinheirinho não é nova. Por volta do ano 2000, o estacionamento era gratuito aos Domingos...passando depois a ser pago.

Neste mesmo sinal, em 2000 foi colocada a visível tarjeta "Todos os dias"

É disto que se pretende para Sintra? 

Não seria melhor que na periferia (o anunciado parque na Portela não será solução) se investisse nos necessários silos, ligando-os de modo rápido ao Centro Histórico?

Não seria melhor que, em vez de elevado palavreado e convites de gabarito (a que escondem a realidade com motociclistas batedores) se desse dignidade ao local?

Não se adequaria às responsabilidades turísticas uma Volta do Duche livre de carros, com os visitantes passeando livremente em vez de fugirem entre carros? 

Não ganharia muito mais Sintra e a sua imagem como destino respeitável?

Tudo indica que a pretensão de eliminar carros virou incentivo ao seu aumento, atafulhando Sintra, desrespeitando efeitos negativos no ambiente e no lazer das pessoas.

Certamente estamos é enganados...

Sintra não merece disto.


domingo, 29 de maio de 2016

DAS ALCACHOFRAS SELVAGENS AOS SONHOS DE VERÃO...

Era por esta época que os campos se enchiam de belas flores selvagens, desde as azedas às alcachofras que viriam a encher-nos de sonhos em noites de Verão.

A Natureza manteve-se fiel: Eram assim as alcachofras da minha juventude 

Das primeiras, poucas pessoas saberão como é bom esgravatar a terra, apanhar as suculentas raízes e depois de lhes sacudir  a terra, comê-las...

Mas hoje as recordações vão para as alcachofras, as selvagens evidentemente.

Com o aproximar dos Santos Populares, a rapaziada - talvez por não existirem tablets e outros desvios dos pensamentos criativos - preparava o material para as fogueiras.

Era pelos Santos Populares, sob olhares fiscalizadores das mães, que rapazes e raparigas se encontravam a pretexto de saltarem à fogueira juntos.  Depois do salto, à sucata, ainda se diziam umas palavras ternas, que enchiam o coração de alegria. 

Depois de muito salto, com as roupas impregnadas do cheiro a fumo, as paixões escondidas tinham o adequado teste: O Teste da alcachofra.

Por artes quase mágicas, aproximando-se a hora de se apagar a fogueira, rapazes e raparigas encontravam as alcachofras para queimar na fogueira. 

Queimada na fogueira a flor da alcachofra, seguia-se a cerimónia de enterrar o caule num terreno perto da nossa casa, para na manhã do dia seguinte ver se reflorescera.

Era uma noite de ansiedade para os jovens...de sonhos...de desejos. 

Com a frescura da noite, na maior parte das vezes a alcachofra, pela manhã, estava de novo viçosa, bonita, enchendo-nos o coração de alegria pela paixão correspondida.  

Não sabemos quantas das escondidas paixões vieram a concretizar-se pela vida fora. Muitas acabaram por ficar escondidas para sempre. 

A vida tem destas coisas...quantos sonhos ficam pelo caminho.

A alcachofra é um pouco como a vida: tem uma inigualável beleza, mas mostra-nos espinhos dificeis de gerir e por vezes dolorosos.

Ao apanharmos a imagem destas alcachofras, tão selvagens e belas aqui ao lado das nossas casas, somos levados aos tempos da nossa juventude. 


Um bom Domingo.


 





quarta-feira, 25 de maio de 2016

SINTRA: SR. PRESIDENTE, BEATRIZ ÂNGELO NÃO MERECIA...

Seria estultice refazer - para pessoa de elevado cargo e posição - a vida da Senhora D. Carolina Beatriz Ângelo, cirurgiã e activista Republicana em tempos de Monarquia.

Mas os leitores deste modesto blogue, perdoarão uns e gostarão outros, levam a que se lembrem alguns factos da vida de tão importante Senhora, para nos enquadrarmos.

Sendo viúva, como a lei eleitoral previa o direito de voto aos "chefes de família", requereu a sua inscrição no recenseamento para a Constituinte de 28 de Maio de 1911.

O seu requerimento foi indeferido pela Comissão Recenseadora e recorreu ao Tribunal que lhe deu razão, tornando-se na primeira Mulher a votar em Portugal.

Cansada da luta, a ginecologista cirurgiã aos 33 anos foi vítima de síncope cardíaca.

Desiludida e ofendida, incansável na luta pelos direitos das mulheres, diria dos Republicanos: "A não ser o nosso Afonso Costa o resto não vale dois caracóis".

De Manuel de Arriaga (1º. Presidente da República), diria a propósito de comentários sobre mulheres: "quando numa visita tão banal o homem fez assim uma péssima figura calcule-se o que será em coisas que requerem raciocínio e bom senso".

Como Sintra homenageou tão ilustre Mulher

Em 22 de Abril de 2015 (clique por favor) aludimos à homenagem que a Câmara Municipal de Sintra fez a Beatriz Ângelo, num sítio semi-escondido e pouco feliz.

Na realidade, o espírito Republicano (e Maçon) parece não ter ainda deglutido as críticas feitas por tão Ilustre Mulher, facto que parece por demais evidente. 



As duas fotos mostram como continua o espaço, as preocupações com a Placa, tudo oponível à dignidade da Ilustre Mulher e da Homenagem ao Dia da Mulher.

Dizem-nos que o Parque da Liberdade está no âmbito das responsabilidades do Presidente da Câmara, admirando-nos que não acompanhe estas situações. 

Claro está que o Parque da Liberdade (Liberdade) não é "onde as pessoas vivem", é onde as pessoas passam e avaliam a sociedade em que vivem e seus valores culturais.

De algo estamos certos: Não é este local abandonado que Homenageia, com o devido destaque, uma Mulher que lutou pela liberdade e direitos cívicos. Quem escolheu?

Melhor dizendo: Não "é este o caminho"...


segunda-feira, 23 de maio de 2016

SINTRA: RUA DR. ANTÓNIO MACIEIRA, OUTRO MISTÉRIO

A Rua Dr. António Macieira pertence à Vila de Sintra, na antiga Freguesia de S. Pedro, que para mal de todos nós acabou e passou a ser União das Freguesias de Sintra. 

Não tem sido fácil obter informações sobre ela junto da Câmara Municipal. No caso presente nunca incumbiria à freguesia proceder à reparação do pavimento. 

Num troço, é percorrida diariamente por centenas de viaturas que fogem à confusão do Ramalhão, principalmente em dias de aulas no Colégio do Ramalhão. 

Noutra parte, também centenas de viaturas a utilizam para acesso a Sintra, fugindo à concentração habitual à saída do IC19 quando se sobe em Ranholas.

Além disso, é percorrida diariamente por viaturas celulares, de bombeiros, da câmara, fazendo meditar se todas estas entidades se adaptaram - em silêncio - aos buracos.

Nada que 2 (duas) Presidências Abertas tenham visto

As visitas a locais previamente fixados são corridas pouco vocacionadas para escutar populações, uma montra às vezes meio fosca em que pouco se vê...

Por isso, mostramos a Rua Dr. António Macieira, candidata - há muitos anos - a campeã dos maus pavimentos sintrenses, ao que se diz repartida pela Câmara e pelo MAI. 

O vídeo que segue, ajuda a conhecer:

"Reportagem" em 2 de Maio de 2016. Os sinais serão para disfarçar...há anos que os buracos existem

Uma imagem desta manhã
  
Protocolo que faria um brilharete

Apreciando as tendências de entusiastas virtuais, tudo sugere que um Protocolo entre a Câmara Municipal e o Ministério da Administração Interna teria louvações apreciáveis.

De imediato, seria um grande problema resolvido (mesmo que por resolver), duras negociações com o Ministério, uma fantástica melhoria da qualidade de vida.

A seguir, a Ministra - logo convidada a vir a Sintra - visitaria um novo museu em horário sem congestionamento de trânsito, almoçaria no local habitual com fotos de família

Galvanizadas as massas, dos dez (10) primeiros e habituais seguidores não faltariam encómios, abraços e reabraços fraternos, até desabafos por qualquer coisinha.  

Depois disto tudo, nem seria preciso taparem-se os buracos... 

Será "este o caminho"? 

Um mau caminho...


sábado, 21 de maio de 2016

SINTRA: QUE SE PASSARÁ COM O HOTEL NETTO?

Hotel Netto, ontem de manhã

Não fomos nós que, para órgãos de informação ou Facebook, demos a notícia de que as obras no antigo Hotel Netto, em Sintra, começariam em Abril.

Sendo Sintra famosa pelos nevoeiros, os arautos, antes da difusão, talvez devessem ter em conta as reservas meteorológicas, ao menos para a desejada credibilidade.

Isto não é um desabafo, new look da aristocracia fraterna e dependente. É uma crítica porque as palavras dos políticos têm de ser rigorosas e avaliadas a cada momento.

A verdade é que as obras no Hotel Netto não só não começaram em Abril...como ainda nem começaram, o que causará alguma estranheza e curiosidade.

Interesses económicos da Câmara

A Câmara, exercendo o direito de preferência, adquiriu o Hotel Netto à cadeia de Hotéis Tivoli (dizem que ligada ao Grupo Espirito Santo?) que transformaria num hostel.

A posterior decisão de venda, desiludindo muitos sintrenses, acabaria por ter dois tempos de convergência: A fixação de Um Milhão de Euros como base de licitação e um único ofertante, que acabaria por comprar exactamente por esse mesmo valor.

Pelo que se sabe - a terem sido cumpridas as condições conhecidas - dos 600.000 euros pagos pela Câmara já retornaram 200.000 (20%); 30% serão pagos com a abertura das portas; 25% seis meses depois; 25% como pagamento final após um ano.

Não sendo público se a venda obedeceu a um Plano de datas a cumprir, ficamos sem saber até quando se pode dilatar o recebimento por parte da Câmara do que investiu na compra, nos Custos com seus Técnicos para o Projecto final e Isenções de Taxas.

Em tese, quanto mais tarde começarem as obras mais condições existirão para o adiamento da liquidação, o que deverá - quanto a nós - ser prevenido.

As alusões à transparência da gestão, passarão por esclarecer melhor o negociado.



domingo, 15 de maio de 2016

NEUFAHRN in NIEDERBAYERN, RETALHOS DE UM DOMINGO

Um pouco acima de Munique, a caminho de Nuremberga, a pequena cidade de Neufahrn, tem belas casinhas junto à estação de comboios, mas tapadas por arvoredos.

Não falaremos da cidade. Apenas do romantismo e ternuras envolventes de pessoas.

Estação de Neufahrn (má qualidade da imagem devido ao vidro)

O Regional 4854 (comboio com 12 carruagens) chegou à estação de Neufahrn, onde o pouco movimento de passageiros permitiu que tomássemos atenção a um jovem casal.

Talvez 18 anos, bem abraçados, naquele abraço de amor em que os braços não se soltam, nem abrem, receando o adeus. Despediam-se, talvez por uma semana.

Milhares de estudantes na Baviera estudam longe das suas famílias, mas esperam ansiosamente a sexta-feira à tarde para o regresso a suas casas por dois dias.

Vivi aquela separação, o momento em que ela entrou na carruagem com um pequeno saco às costas e um livro na mão. Procurou uma janela do lado da gare. O adeus.

Gestos de ternura, sorrisos, mais adeus e o comboio partiu...e ele correndo ao lado do comboio, até ao limite da capacidade das suas pernas e que a extensa gare permitiu.

Como valorizar aquele amor? Já não consegui ver o rosto do adeus. O que será o adeus no rosto de um jovem que corre ao lado de um comboio para dizer adeus?

*

Trajes muito usados na Baviera

Na gare, à espera do mesmo comboio, uma jovem senhora - com o típico traje regional tão usado aos Domingos - olhava atenta para um e outro lado da composição.

Um passageiro idoso desembarcava. Ela correu para ele. Depois dos beijos e afectos, tomou-lhe a pequena mala. Pegou-lhe carinhosamente na mão. Seguiram pela gare.

Talvez fosse um avô chegado de Munique, de regresso à família para umas férias ou fim-de-semana, naquela Baviera tão íntima e fraternalmente unida.

Registei ambos os afectos, numa sociedade em que os jovens estão muito mais próximos uns dos outros, fraternos e conviventes entre si e respeitadores dos adultos.

A ternura daquela jovem que esperava, a rápida ajuda, o carinhoso pegar na mão de alguém que, sendo idoso, goza da atenção dos mais jovens que o estimam e escutam.

São assim os afectos, tão comuns entre as estruturas familiares na Baviera.

É para fomentar essa cultura do relacionamento familiar que o comércio e centros comerciais estão encerrados aos Domingos, sem que isso prejudique a economia.

Para as famílias se encontrarem e conviverem. 

São estes retalhos de vidas que nos atingem, com inveja por não sermos assim.

A Caminho de Nuremberga, aqueles gestos ocuparam-me o pensamento.

Que inveja...


sexta-feira, 13 de maio de 2016

SINTRA: "ORA BOLAS"...511 DIAS DA ESTRUTURA DO CENTRAL

Vivia-se antes de Abril quando surgiu no mercado automóvel um carro diferente pelas suas linhas: - Ford Anglia Fascinante, com o vidro traseiro em posição invertida.


(Foto retirada de www.forum-auto.com)

Ao vê-lo, ao longe, toda a gente dizia: - "que belo carro lá vem...", mas quando da passagem por nós, aquele vidro ao contrário chocava e dizia-se "Ora bolas". 

Isto para dizer que, com os políticos, se passa muitas vezes o mesmo: - Confiamos, criamos expectativas, são simpáticos em campanha e depois..."Ora bolas".

Um Mistério Sintrense a desvendar...

Em 19 de Dezembro de 2014 (por favor clique)  convictos de que a rápida intervenção por parte do Presidente da Câmara iria a tempo de evitar mais danos na frontaria do Hotel Central (em pleno Centro Histórico protegido pela UNESCO), demos o alerta. 


Estrutura bem fixada aos azulejos para o efeito furados

Bem visíveis os pontos de fixação da estrutura com cerca de 25 metros

Era assim, em Fevereiro de 2014

A coisa arrastou-se, deve ter-se complicado. Acabou mesmo por ser montada.

A decisão, que deveria suspender imediatamente a instalação da estrutura que estava danificando azulejos muito antigos, chegou quando estava quase acabada a ofensa.

Mesmo assim, ficou a esperança. O Presidente da Câmara dava sintomas de grande rigor noutras áreas, pelo que se aguardaria - calmamente - pela devida decisão.

Mas a coisa deve ter-se complicado.

511 dias já passaram e nós à espera

Até hoje, passaram-se 511 dias sem que a estrutura fosse desmontada.

Neste tempo, decisões fantásticas: Hotel Netto comprado...e...vendido; duas ciclovias; rua pavimentada por 12.375€...justificando um folheto; difíceis negociações para uma Pousada da Juventude; recuperação da EN117 em Belas; Quatro (4) Centros de Saúde.

Entre o Virtual e o real é curta a distância, mas já se vêem rostos felizes, destacando-se e disponíveis para ajudarem à felicidade colectiva, pois "É este o caminho".

Perante tão grande entusiasmo militante pelo empenho, só um misterioso entrave estará a complicar a remoção da Estrutura que atingiu património protegido pela Unesco.  

Mistério que talvez o seja apenas para nós, pois não acreditamos que o Presidente Camarário não saiba que a estrutura lá continua ao arrepio da defesa do património.

Na verdade, há dias até nos pareceu (às vezes temos alucinações no Centro Histórico) que a estrutura nos sorria  num esgar de gozo, inacreditável, típico de costas quentes.

Porque nunca frequentámos ou usámos o Hotel Central a qualquer título, justificar-se-à a nossa estupefacção pela aparente incapacidade decisória, difícil de entender.

Continuaremos a contar os dias, certos de que - ao abrigo da transparência também publicitada - um dia saberemos dos entraves à reparação histórica. 

É aqui que nos lembramos do "Ora bolas", o tal carro de antes de Abril.

Sintra não merece isto.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

SINTRA: EM DEFESA DA IGREJA DA MISERICÓRDIA...


Há imagens tristes. Imagens com as quais não nos conformamos. A da Igreja da Misericórdia de Sintra, com o cartaz "ERA" a que foi sobreposto "Já ERA" não corresponde a uma mera transacção imobiliária.

Incautos sintrenses ainda pensaram que a Câmara, na sua vertente aquisitiva, desta vez avançaria para a posse do imóvel para vários usos ou um Centro de Saúde.

Desiludam-se os que acreditaram. O negócio ficaria aberto a outras personalidades.

Publicamente não sabemos o destino. Nem sabemos se a Câmara prescindiu do direito de opção. Nem sabemos se terá algum Projecto devidamente apoiado pela Câmara.

Tão pouco, que exigências camarárias para preservar a História daquelas paredes.

"Já ERA" a História do nosso passado. Da Misericórdia de Sintra.

460 anos de História   

O antigo edifício da Misericórdia foi vendido. Não é público quem comprou. Há dias, alguém nos deixava a hipótese de um antigo ministro estar ligado aos compradores.

Na verdade, desconhecemos mesmo quem comprou...quem está guardando segredo...se um dia destes surgirá mais algum promocional Projecto.

Interior da Capela, imagem que nos foi gentilmente cedida

A Igreja da Misericórdia foi local de culto durante centenas de anos. Daí estranhar-se que não surjam preocupações, pelas Entidades da Fé, com a sua salvaguarda.

Em 1555, estaria construída parte significativa da Igreja, altura em que o Arcebispo de Lisboa concedeu ao Provedor da Misericórdia e Irmãos a licença para erguer um altar.

Pelo que gentilmente nos foi dito, "devido aos fracos réditos da Instituição,as obras só prosseguem a partir de 1562, tendo ficado a cargo do mestre pedreiro Baltazar Fernandes; o acerto de contas (quitação) é feito em 1569".

Trata-se de um rico Património Cultural e Religioso que exige ser defendido e preservado ao serviço da História do Local, das Comunidades e Futuras Gerações.

Devemos, então, manifestar as nossas preocupações junto da Câmara Municipal ou outras Entidades de que dependa a aprovação dos Projectos em curso.

Obviamente que deveria ser a Edilidade a primeira a ter preocupações. Mas será que as tem? A história do Hotel Netto deixa-nos preocupações sobre o que estará em curso.

Do Hospital à Confraria da Misericórdia

Em 1368 já existiam em Sintra o Hospital do Santo Espírito e a Gafaria onde se tratavam leprosos. Eram geridos pela autoridade local daquela época (hoje autarquia).

Nesse ano, no "Chão de Oliva" (Terreiro em frente ao Palácio Real) juntaram-se Juízes, Vereadores e "Homens Bons de Sintra" com um representante do Rei.

Ficou a saber-se que D. Fernando I  não aceitava que se aplicasse em "negócios do concelho" parte do dinheiro que era do Hospital e da Gafaria.

Decidiram nomear um provedor para "dar ao pão e ao dinheiro das casas de caridade o destino conveniente". Reconstruir o Hospital para "recolher os pobres que foram ricos".  

Mais tarde, 177 anos depois - em 8 de Julho de 1545 - seria fundada a Confraria da Misericórdia de Sintra, por iniciativa da Rainha D. Catarina, mulher de D. João III.

No terramoto de 1755 a Santa Casa da Misericórdia de Sintra foi arrasada e difícil a reconstrução porque os socorros a sobreviventes esgotaram os recursos financeiros.

Apoios da Bilheteira dos Palácios da Pena e da Vila

Depois da implantação da República, com a abertura ao público dos Palácios da Pena e da Vila, 25% das receitas era destinado à Santa Casa da Misericórdia de Sintra.  



Em 2000, 26 anos depois do 25 de Abril, o IPPAR suspendeu o pagamento à Misericórdia, alegando que a Lei do Congresso da República tinha caducado em 1974.

A Misericórdia ficou sem relevante apoio. Era Primeiro-Ministro António Guterres.

Em 2004 ainda se sonhava com uma Clínica Ambulatória, o que entretanto falhou.

Tem uma longa e bela História a Santa Casa da Misericórdia de Sintra, agora virada para a componente Social, com muitas dificuldades que vão sendo superadas.

Preservar - no mínimo - a Igreja que foi da Misericórdia, ainda é uma forma de honrar a Santa Casa, manter o seu nome, continuar com ela na História de Sintra.

A longa História da Igreja da Misericórdia e da Santa Casa não se ajustam ao "Já ERA" que na porta se ostenta. 

É a nossa História que tem de ser salvaguardada.

Os sintrenses devem exigir que o Património e a Igreja sejam salvaguardados.

É um direito que assiste a Todos nós.


segunda-feira, 9 de maio de 2016

SINTRA: QUEM RESPONDE PELA COMUNICAÇÃO DA CÂMARA?

A Comunicação Camarária tem responsabilidades institucionais que implicam o máximo rigor e controlo do que é difundido para o público, pelo menos para esse.

No dia 28 de Abril, uma notícia no site da Câmara com notória falta de rigor levou-nos a abordar o tema em 4 deste mês, pelos desvios entre o título e conteúdo da informação.

Agora, mostramos outra do dia 4 deste mês, cuja leitura recomendamos. Esperámos a correcção até hoje, mas na verdade deve ser para assim continuar a ser lida.




Em primeiro lugar, a visita não foi à União de Freguesias de Sintra, devendo evitar-se ilusões nos munícipes desse enorme território quase abandonado por Autarcas.

Segundo, quase citando uma a uma as localidades, pingaram promessas para além das eleições previstas para 2017. Foi um leque abrangente de promessas às populações. 

A meia verdade do título: - "Câmara investe mais de 7 milhões em S. João das Lampas e Terrugem até 2008" e a meia verdade do final: "...7 milhões dos SMAS até 2018".

O ar pouco risonho, antes preocupado, dos presentes, é um registo.

Todos sabemos que os SMAS, embora Municipais, têm a sua própria estrutura, bem definida, em relação às responsabilidades assumidas perante os utilizadores.

A menos que, agora, aos SMAS sejam cometidas as responsabilidades camarárias decorrentes da gestão do território, além do tratamento e gestão de resíduos.

Ou poderá inferir-se da notícia que o dinheiro virá dos SMAS?

"Esta freguesia vai ter muito investimento no espaço público "(...) até 2018, quer em reperfilamento e arranjo de vias". Palavra de Autarca...que acaba mandato em 2017.

"Esta freguesia" que não é a União de Freguesias de Sintra. 

A notícia torna-se, pois, confusa...ou talvez não. Dependerá dos objectivos estruturais da mesma, mas não seria descabida uma Comunicação preocupada em informar bem.

Obviamente que nada se insere em pré-campanha eleitoral...



Nota: Já hoje a notícia no site da Câmara passou a referir União das Freguesias de S. João das Lampas e Terrugem. 

Além disso, passado pouco tempo, deixou de estar em destaque no site da Câmara. 


domingo, 8 de maio de 2016

EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DA II GUERRA MUNDIAL

Pode não existir consenso sobre o dia 8 de Maio de 1945 como do Armistício da II Guerra Mundial, mas convencionou-se celebrá-lo, respeitosamente, neste dia. 

Milhões de mortos, milhões de vítimas inocentes. Nunca poderemos esquecer.

Independentemente da data, que na nossa memória se grave o sofrimento dos povos.

Respeitosamente, flores para Honra das vítimas. 



Hora de estarmos atentos

O nazismo foi derrotado, mas não foi destruído. 

Hoje, quantas vezes, com os mais variados disfarces, com as mais variadas atitudes que a democracia tolerantemente  tolera, aqueles pequenos gestos o fazem lembrar.

A sociedade deve preservar a democracia e estar vigilante perante actos e políticas que, com disfarce, caracterizam o ovo que está para eclodir.  



Que nunca mais a Humanidade passe por tão grande sofrimento.

Em nome da Paz...em nome dos Povos.




quarta-feira, 4 de maio de 2016

SINTRA: QUE ESTRUTURAS DE RESPOSTA TURÍSTICA?

Infelizmente, ano após ano, mandato após mandato, surgem bandeiras em arco, acenando, quiçá para enaltecer o ego de munícipes pouco pensantes ou distraídos.

A Câmara Municipal, na sua página oficial, sob o título de "Monumentos e museus de Sintra registam aumento de número de visitantes" faz-nos viajar numa confusa informação, misturando o que é de outros como se tudo fosse obra da "casa".

Ficam sérias reservas sobre a autoria da peça, mas numa entidade com tanta responsabilidade na informação pública, há regras a respeitar (até de Português).

Aliás, o último parágrafo, desinserido do título, até mete quase a martelo a "orla costeira" e "vários planos de pormenor na zona", mais parecendo uma difusão promocional.

Introdução: Proposta do PSD sobre a Parques de Sintra

Na Sessão de Câmara de 28 de Abril de 2015 foi aprovada a proposta do PSD no "sentido do Município de Sintra passar a deter pelo menos 50% do capital Parques de Sintra - Monte da Lua, S.A", mandatando "o Sr. Presidente" para se atingir esse fim.

Mais de um ano decorrido, nem são públicas as acções desenvolvidas e empenho, assim como se desconhecem resultados atinentes ao cumprimento da deliberação Camarária.

O exigível rigor informativo

Depois da Introdução, como entender que a Câmara Municipal exiba dados (em número) de visitantes de Palácios e Parques que não gere, para a sua própria imagem?

Até do Museu do Ar (mantido pela Força Aérea) citou número de visitantes.

Ou seja, enquanto exibe números de visitantes de outras entidades, a Câmara omite os dos seus Museus, enovelando-se em percentagens sem referir quantas visitas tiveram.

Só a Quinta da Regaleira mereceu dados de crescimento e número de visitantes.

Nestas coisas, meter tudo no mesmo saco pode ser útil para iludir uns tantos incautos, mas fica muita coisa à mostra e que é impossível de escamotear.

Pode a Câmara Municipal embandeirar em arco...mas não são êxitos próprios.

Será que os responsáveis sabem lidar com o fluxo turístico?

Não pensem os estimados leitores que a pergunta tem objectivos provocatórios...longe disso. As alusões ao turismo sentem-se em todos os poros...

Provavelmente há é distracções pouco aceitáveis depois de se promover um destino turístico em mercados exigentes, embora não pareça que os visitantes sejam de lá.

Quem estuda e aprova a qualidade de circuitos vendidos por cartaz? Quem controla a devassidão com veículos de toda a espécie e fixa regras para segurança dos utentes?

Será que na Câmara - com presença Presidencial - algum responsável já subiu até à Pena num autocarro superlotado, com passageiros de pé aos tombos serra acima?

Como é possível que numa página Camarária se fale em "postos de turismo do município"...um eufemismo caridoso, quando o Turismo de Sintra foi entregue a Lisboa?

Que contradição entre a alusão a milhões de visitantes e a ausência de estruturas para os receber devido à ausência um Pelouro de Turismo, exclusivamente para esse fim.

Se olharmos à volta - e quisermos ver - como corremos o risco de ficarmos chocados.

Muitas mais questões poderiam debater-se, mas Turismo não é para aprendizes.

Imagens que ficam como marcas

Ao ler-se algumas páginas que aludem às maravilhas de Sintra e seu Turismo, começa a pesar na nossa alma sintrense a suspeita de haver a Sintra dos políticos no poder.

Quando a entrada de Sintra, logo na Avenida Conde Sucena, apresenta aos visitantes a imagem degradante que abaixo reproduzimos, é capaz de estar tudo dito.


Que dizer disto? Que vai ser feita uma ciclovia?


Primeiras imagens de Sintra, oferecidas a quem se desloca em viatura

Estas são imagens oferecidas todos os dias, a qualquer hora, aos nossos visitantes que entrem pelo Ramalhão, numa percentagem elevada de viaturas.

Os responsáveis autárquicos que todos os dias por lá passam não se apercebem? 

Depois andamos entusiasmados à espera do futuro...(de quem?)...planos...projectos para 2018...ciclovias...mais projectos e planos...e o presente sempre adiado.

Ano após ano...mandato após mandato...umas réstias de clubismo... 

Sintra vai ficando cansada.