domingo, 14 de junho de 2015

SINTRA: PLANO DE PORMENOR DA ABRUNHEIRA E "LOGÍSTICA"

É bom definir bem as palavras...

Aquando da Discussão Pública, no PPAN (Plano de Pormenor da Abrunheira-Norte), constavam diversos edifícios, alguns com 9 metros de fachada e que ocupariam uma área próxima dos 26.136 m2, cuja utilização apenas referia "Serviços/Logística".

Ao mesmo tempo, pelo que era e é dito pelo Presidente da Câmara, uma das suas preocupações prende-se com a concretização de mais postos de trabalho.

Ora, a propósito de Logística, para não sermos apanhados de surpresa, mostramos dois exemplos da dita, recentemente visíveis em Sintra e que obrigam a meditar.

Porque agora, com qualquer plano, o mais fácil é referir "Logística", silenciando quem quer saber e beneficiando da indefinição concreta do que será feito.

Clique por favor

Robô não desconta para o Fundo das Reformas

Como se poderá apreciar pelo vídeo acima, o incansável robô não tem unhas a medir para substituir os trabalhadores que, antes, existiam no local. 

Um posto de trabalho que eliminou alguns outros, com a particularidade de não pagar IRS, TSU e, provavelmente, estar isento de derrama e de IMI. Logística de ponta...

Temos outro exemplo:

Toda a gente perguntava sobre o que seria isto. Um "lego" dizia António Bento, autor da foto

Outra perspectiva do mesmo "lego"

Resultado final: Exemplar de rara "beleza", saudável, sem correntes de ar, robotizado  

Quais os pressupostos da aprovação deste monstro? 

"Emprego" para robô?  

A menos de 100 metros da área do PPAN, foi construída há meses esta beleza arquitectónica, que a Câmara talvez tenha aprovado na convicção de que seriam criados mais uns tantos postos de trabalho.

Robô não tem desemprego. Não entra nas estatísticas de postos de trabalho.

Consta que lá dentro tudo é robotizado, que os robôs não precisam de janelas, que não fumam, não têm vícios e, nem pagam IMI nem IRS. Tudo Logística limpa...

Estamos em crer que não é esta a filosofia do Presidente da Câmara para se alcançarem mais postos de trabalho. Que suporte teve esta construção para ser aprovada?

Portanto, meditemos. Que Logística prevê a SONAE nos edifícios do PPAN?

Claro que se exige a definição clara e rigorosa das ocupações e utilização dos edifícios que venham a ser licenciados na área do Plano. 

À cautela...


1 comentário:

António Bento disse...

Como é que foi possível tanta aldrabice na implementação deste monstro naquele local com dinheiros do "QREN"l, sem a intervenção das autoridades competentes. Tudo começa com um pedido de licenciamento de uma pseudo ALTERAÇÃO (de quê? do mato envolvente?). Não podemos nem devemos ser ingénuos ao ponto de pensar que esta aberração arquitectónica de traça contemporânea (uma traça muito a gosto do DU da CMS) neste local, só foi possível com artimanhas e outras coisas que saltam logo à vista. Mas como tudo por aqui, venceu e está de pé.