domingo, 19 de abril de 2015

SINTRA: UNIÃO DE FREGUESIAS, QUE 1.º DE MAIO?

Primeira Obrigação

A obrigação de uma Junta ou União de Freguesias, por se incluir na Estrutura do Poder, e ser, cumulativamente, entidade empregadora, será respeitar o direito dos Trabalhadores a celebrarem livremente e onde quiserem o seu Dia (1.º de Maio).

Nesse dia, seria impensável a mobilização de trabalhadores para, voluntários ou não, prestarem serviços de apoio a eventos organizados pela entidade patronal.


Claro que, até por ser feriado, nenhum trabalhador poderá ser impedido de participar em comemorações do 1.º de Maio onde e como muito bem entenda.  

O silêncio sobre o 25 de Abril

Para nós, sabedores de que alguns dos actuais autarcas da União de Freguesias de Sintra eram presidentes de Juntas que foram extintas e não estiveram contra isso, não é estranha a ausência - até agora - de Convites para Comemorar o 25 de Abril.

E seria sobre o 25 de Abril que cumpriria ao Poder Local promover celebrações...

O afã de agora sobre o 1.º de Maio, não só permite - para quem o queira - disfarçar a ausência da data de 25 de Abril, como induz a projectos e opções bem diferentes.

A propósito do próximo 1.º de Maio

Por nos terem chegado zunzuns sobre grandes comemorações do 1.º de Maio em Santa Eufémia, justificou-se o artigo aqui publicado no passado dia 14 (p.f. clique para rever).

Dois dias depois, um convite da União de Freguesias de Sintra, anuncia - talvez à cautela - um evento no mesmo local, eliminando quaisquer veleidades concorrentes.

Reproduzimos o convite recolhido do Facebook em 16.4.2015:


Obviamente que, para entendedores da História, até para maus intérpretes do português, melhor seria que em vez de 1.º de Maio tivesse sido escrito 1 de Maio.

Pois 1 de Maio evitaria equívocos com 1.º de Maio, Dia dos Trabalhadores.

Nem acreditamos que na União de Freguesias de Sintra existam resquícios da velha entidade administrativa que vigorou entre 1832 e 1916 chamada Junta de Paróquia.

No entanto, autarcas de um Estado laico devem saber que é pouco brilhante associar-se uma data com a carga do Dia do Trabalhador a uma celebração religiosa.

Que se deve pensar de tais autarcas? Quem filtra ou sugere as decisões?

E longe de nós a pretensão de contestar o normalíssimo acto religioso no Santuário.

Em síntese, qual o propósito da União de Freguesias de Sintra, órgão político, citar o 1.º de Maio num convite em que nada é programado para o seu enaltecimento?

Atente-se no Programa...com "complemento"

Depois da missa, piquenica-se no terreiro com algo "levado pelos próprios". 

Todavia, assaz caridosa, às 12,30 é feita a "distribuição do complemento do piquenique que consiste numa sardinha no pão/bifana no pão e bebidas"! "Uma sardinha no pão/bifana", ração de combate sem casqueiro, conservas ou bolachas capitão!

Certamente o vinho e o que quer que seja de teor alcoólico estarão abolidos. 

Omite-se se há convidados, mas a frequente devassa do Adro do Santuário por viaturas que se dirigem à Parques de Sintra, justificaria a presença da sua Administração.

Então, patrões e empregados, uns sem fome e outros cheios dela, em fraterna convivência, disputariam com vénias uma segunda sardinha/bifana no pão, se houver.

Na falta de cartazes com fotos, surgirão rostos à espera da gratidão futura, não por "uma sardinha no pão", mas pela graça de se "conviver ao ar livre, num local aprazível".

Saberão compreender o que representa o 1.º de Maio?




2 comentários:

Nuno disse...

Isto é demasiado mau.
Não merece qualquer tipo de comentário.

Fernando Castelo disse...

Estimado Nuno, tem toda a razão. Uma Junta a usar uma celebração própria de trabalhadores ou das suas organizações.

Pior, é usado o 1.º de Maio como se de uma comemoração dele tratasse.

Grato pela sua visita,